domingo, 27 de setembro de 2009

Notícias da Política

MOISÉS SOUSA DISPUTARÁ SENADO


A direção nacional do Partido Social Cristão (PSC) divulgou nota afirmando que é “prioridade do partido” o lançamento do deputado Estadual Moises Sousa como candidato ao Senado nas eleições de 2010. O PSC disse ainda que, segundo pesquisas de intenções de votos feitas pelo próprio partido, o parlamentar teria chances de ser a segunda opção de voto. “Estaremos mobilizando toda a executiva nacional para, a partir do ano que vem, irmos ao Amapá, para dar todo o suporte e apoio necessários, para consolidar este projeto político que é viável, pois temos dados concretos que mostram que a possibilidade de sucesso é muito grande” declarou Vitor Nosséis, presidente do PSC. Moisés Sousa afirma que vai acatar a decisão de seu partido. “Se vou ter esse suporte, esse apoio da direção nacional, que agora se manifesta publicamente, irei encarar esta luta custe o que custar, nem que tenha que sacrificar uma reeleição quase certa à Assembléia Legislativa. E digo mais: “Minha candidatura não será um “balão de ensaio” como andam dizendo”.
O Príncipe e a Plebéia

Quando Jovem, Salomão, rei hebreu considerado o mais sábio dos homens, costumava passar muitas horas meditando e caminhando pelos campos e montes. Numa dessas ocasiões, viu ele a correr pelos montes uma garota linda. O racismo e o preconceito, sabe-se, são tão antigos quanto o homem. A linda menina era bem morena e seus cabelos crespos, e por isso, tinha uma ideia deformada a respeito de si mesma.
Nós, brasileiros, frequentemente dizemos que não somos racistas e mais que isso, afirmamos peremptoriamente que somos contra o racismo. Somos capazes de pronunciar os mais belos discursos contra o racismo, até que um filho nosso queira se casar com alguém que não é da nossa raça, se formos brancos, o que quer que seja isso. Aí o discurso acaba. É o hipócrita, subterrâneo, silencioso e pernicioso racismo que toma conta da natureza humana. É uma realidade. Está presente. Sempre esteve presente; já nos tempos de Salomão era assim. E a garota da nossa história, camponesa, de pais humildes, nascida com uma cor bonita, sentia-se de alguma forma inferior, por causa da pressão social. Já na Bíblia Sagrada (Cantares 1:5), ela mesma diz: "Eu estou morena, porém formosa...". E a pergunta que se faz é: por que "porém"? Por que não: eu sou morena e ponto. Por que ela tem que dar explicações? Ser morena em si, não bastava? Não era um privilégio? Não era motivo para estar feliz? Num dado momento a bela morena diz: ``Eu não tenho culpa de ser morena, o sol me deixou assim``. É claro que o sol não a fez morena. Trata-se apenas de uma questão de melanina a mais ou a menos, o que torna uma pessoa branca ou negra ou com os diversos tons de cor intermediários entre essa junção de todas as cores, o branco, ou a ausência de cor, o negro. Mas aquela garota tinha que inventar alguma desculpa porque a sociedade a fazia sentir-se culpada por ser como era.
Quanta tolice, meu Deus! Quanta gente sofre por ser desta ou daquela cor; desta ou daquela religião; deste ou daquele partido político; desta ou daquela região; desta ou daquela opção ideológica. Há muitos anos, quando eu ainda podia me dar ao luxo de tomar uma deliciosa cervejinha, ao chegar a um determinado bar, cumprimentei a garçonete, que já a conhecia há meses, dizendo de forma carinhosa, bem ao jeito do falar tucuju: ``Como vai ``caboquinha''? Ofendeu-se. Disse-me, olhar escarlate de raiva, babando espuma de ódio: - ``Eu não sou ``caboquinha, não, viu!''. E decidiu que não me atenderia por conta da inominável ofensa que o meu cumprimento causou. Achei mais prudente mudar de bar. Mas, o que quis demonstrar e por isso faço a pergunta é: Por que temos vergonha de ser o que somos? A moça da historieta que acabei de contar, era cabocla, sim, nascida à beira de um dos nossos maravilhosos rios, tal qual eu, caboclo tucuju orgulhoso de o ser.
Vejam como ela, a morena, continua seu relato.
- "...Os filhos de minha mãe se indignaram contra mim, e me puseram por guarda de vinhas..." (Cantares 1:6)
Vê-se que, desde aqueles tempos, já se pensava que as pessoas de uma determinada raça só serviriam para cuidar de vinhas ou de qualquer outro trabalho considerado menor; não para ir à faculdade e estudar, e ser um profissional. Isso é o fruto do preconceito que tem arruinado tantas vidas.
Para os que sofrem da chaga do preconceito minha sugestão é: Olhem para o céu, olhem para a vida, sem medo, sem temor. Deus tem ideais elevados para você, valores infinitos. Nunca aceite que outras pessoas digam que você não pode crescer, prosperar, estudar, ser um profissional, um líder ou até o presidente deste país.
Vejam bem, Salomão tem muito a nos ensinar. Não acreditam? Leiam, por favor, o texto sobre a sabedoria, a ele atribuído. E nesta história, quando Salomão a descobre, vejam como ele a chama: "Pomba minha, que andas pelas fendas dos penhascos, no esconderijo das rochas..." (Cantares 2:14)
No capítulo 4, verso 8, ele diz: "Vem comigo do Líbano, noiva minha, vem comigo do Líbano; olha do cume de Amana, do cume de Senir e de Hermom, dos covis dos leões, dos montes dos leopardos." (Cantares 4:8)
Pobre garota! Linda, linda, bonita! Mas de repente começava a ficar feia por dentro. Começava a pensar que não valia, que não prestava, que nunca ninguém olharia para ela, que seu destino era esconder-se nas fendas das rochas, até que um dia, nessas caminhadas matinais de meditação, o príncipe do palácio, aquele jovem que estava se preparando para ser rei, nas suas horas de meditação, clamando a Deus por uma companheira ideal para a vida, a encontra entre as rochas, vítima dos preconceitos, traumas e complexos.
Na contrapartida, vejam como o futuro rei se descreve a si mesmo: "Eu sou a rosa de Sarom, o lírio dos vales." (Cantares 2:1)
Aqui você vê um homem dono da situação e uma garota prisioneira de seus complexos. Um rapaz consciente de seu valor: "Eu sou a rosa de Sarom, o lírio dos vales." Ele era o que era. Ele não estava arruinado por complexos.
Indo mais longe, note-se como ele a descreve no verso 2: "Qual o lírio entre os espinhos, tal é a minha amada entre as donzelas." (Cantares 2:2)
Ele diz: Minha amada é linda, é bonita, é um lírio, mas é um lírio que os espinhos estão encobrindo; é um lírio que não desabrocha porque os espinhos não permitem; os espinhos dos complexos, os espinhos dos preconceitos, os espinhos de tanta coisa; você não presta, não vale, nunca chegará lá. Você não passa disto, não passa daquilo. As piadas, os comentários, as brincadeiras, enfim, tudo isso foi marcando tanto sua vida que agora ela se sentia como um lírio que se apagava. Os espinhos desta vida iam acabando com aquela beleza com que Deus a tinha criado. Mas agora o príncipe aparece para resgatá-la. E quando alguém começa a destacar seu valor, você passa a acreditar.
E Salomão a liberta de seus preconceitos dizendo: "Como és formosa, amada minha, como és formosa! Os teus olhos são como os das pombas, e brilham através do teu véu..." (Cantares 4:1)
Daí o conselho dele: ``Tire, você que sofre por causa dos mais diversos preconceitos, esse véu. Você tem tanta coisa bonita pra mostrar por trás destes olhos! Por que você esconde seus olhos? Por que não são azuis? Por que não são verdes? Tire o véu dos seus olhos, deixe-me ver a sua beleza.''
Por que permitimos que a televisão, as revistas, os jornais, os “out-doors" comecem a criar em nossa mente a idéia de que: Se eu não sou deste tipo ou daquele, não sou bonito? Com certeza, Jesus nos enxerga de ou-tra forma.
O príncipe encontra esta garota e a liberta, a valoriza, a ama, a tira da cova dos leões e a faz sua esposa, levando-a ao palácio como primeira dama do reino.

"Vê-se que, desde aqueles tempos, já se pensava que as pessoas de uma determinada raça só serviriam para cuidar de vinhas ou de qualquer outro trabalho considerado menor; não para ir à faculdade e estudar, e ser um profissional. Isso é o fruto do preconceito que tem arruinado
tantas vidas.
Para os que sofrem da chaga do preconceito minha sugestão é: Olhem para o céu, olhem para a vida, sem medo, sem temor. "
O Príncipe e a Plebéia

Quando Jovem, Salomão, rei hebreu considerado o mais sábio dos homens, costumava passar muitas horas meditando e caminhando pelos campos e montes. Numa dessas ocasiões, viu ele a correr pelos montes uma garota linda. O racismo e o preconceito, sabe-se, são tão antigos quanto o homem. A linda menina era bem morena e seus cabelos crespos, e por isso, tinha uma ideia deformada a respeito de si mesma.
Nós, brasileiros, frequentemente dizemos que não somos racistas e mais que isso, afirmamos peremptoriamente que somos contra o racismo. Somos capazes de pronunciar os mais belos discursos contra o racismo, até que um filho nosso queira se casar com alguém que não é da nossa raça, se formos brancos, o que quer que seja isso. Aí o discurso acaba. É o hipócrita, subterrâneo, silencioso e pernicioso racismo que toma conta da natureza humana. É uma realidade. Está presente. Sempre esteve presente; já nos tempos de Salomão era assim. E a garota da nossa história, camponesa, de pais humildes, nascida com uma cor bonita, sentia-se de alguma forma inferior, por causa da pressão social. Já na Bíblia Sagrada (Cantares 1:5), ela mesma diz: "Eu estou morena, porém formosa...". E a pergunta que se faz é: por que "porém"? Por que não: eu sou morena e ponto. Por que ela tem que dar explicações? Ser morena em si, não bastava? Não era um privilégio? Não era motivo para estar feliz? Num dado momento a bela morena diz: ``Eu não tenho culpa de ser morena, o sol me deixou assim``. É claro que o sol não a fez morena. Trata-se apenas de uma questão de melanina a mais ou a menos, o que torna uma pessoa branca ou negra ou com os diversos tons de cor intermediários entre essa junção de todas as cores, o branco, ou a ausência de cor, o negro. Mas aquela garota tinha que inventar alguma desculpa porque a sociedade a fazia sentir-se culpada por ser como era.
Quanta tolice, meu Deus! Quanta gente sofre por ser desta ou daquela cor; desta ou daquela religião; deste ou daquele partido político; desta ou daquela região; desta ou daquela opção ideológica. Há muitos anos, quando eu ainda podia me dar ao luxo de tomar uma deliciosa cervejinha, ao chegar a um determinado bar, cumprimentei a garçonete, que já a conhecia há meses, dizendo de forma carinhosa, bem ao jeito do falar tucuju: ``Como vai ``caboquinha''? Ofendeu-se. Disse-me, olhar escarlate de raiva, babando espuma de ódio: - ``Eu não sou ``caboquinha, não, viu!''. E decidiu que não me atenderia por conta da inominável ofensa que o meu cumprimento causou. Achei mais prudente mudar de bar. Mas, o que quis demonstrar e por isso faço a pergunta é: Por que temos vergonha de ser o que somos? A moça da historieta que acabei de contar, era cabocla, sim, nascida à beira de um dos nossos maravilhosos rios, tal qual eu, caboclo tucuju orgulhoso de o ser.
Vejam como ela, a morena, continua seu relato.
- "...Os filhos de minha mãe se indignaram contra mim, e me puseram por guarda de vinhas..." (Cantares 1:6)
Vê-se que, desde aqueles tempos, já se pensava que as pessoas de uma determinada raça só serviriam para cuidar de vinhas ou de qualquer outro trabalho considerado menor; não para ir à faculdade e estudar, e ser um profissional. Isso é o fruto do preconceito que tem arruinado tantas vidas.
Para os que sofrem da chaga do preconceito minha sugestão é: Olhem para o céu, olhem para a vida, sem medo, sem temor. Deus tem ideais elevados para você, valores infinitos. Nunca aceite que outras pessoas digam que você não pode crescer, prosperar, estudar, ser um profissional, um líder ou até o presidente deste país.
Vejam bem, Salomão tem muito a nos ensinar. Não acreditam? Leiam, por favor, o texto sobre a sabedoria, a ele atribuído. E nesta história, quando Salomão a descobre, vejam como ele a chama: "Pomba minha, que andas pelas fendas dos penhascos, no esconderijo das rochas..." (Cantares 2:14)
No capítulo 4, verso 8, ele diz: "Vem comigo do Líbano, noiva minha, vem comigo do Líbano; olha do cume de Amana, do cume de Senir e de Hermom, dos covis dos leões, dos montes dos leopardos." (Cantares 4:8)
Pobre garota! Linda, linda, bonita! Mas de repente começava a ficar feia por dentro. Começava a pensar que não valia, que não prestava, que nunca ninguém olharia para ela, que seu destino era esconder-se nas fendas das rochas, até que um dia, nessas caminhadas matinais de meditação, o príncipe do palácio, aquele jovem que estava se preparando para ser rei, nas suas horas de meditação, clamando a Deus por uma companheira ideal para a vida, a encontra entre as rochas, vítima dos preconceitos, traumas e complexos.
Na contrapartida, vejam como o futuro rei se descreve a si mesmo: "Eu sou a rosa de Sarom, o lírio dos vales." (Cantares 2:1)
Aqui você vê um homem dono da situação e uma garota prisioneira de seus complexos. Um rapaz consciente de seu valor: "Eu sou a rosa de Sarom, o lírio dos vales." Ele era o que era. Ele não estava arruinado por complexos.
Indo mais longe, note-se como ele a descreve no verso 2: "Qual o lírio entre os espinhos, tal é a minha amada entre as donzelas." (Cantares 2:2)
Ele diz: Minha amada é linda, é bonita, é um lírio, mas é um lírio que os espinhos estão encobrindo; é um lírio que não desabrocha porque os espinhos não permitem; os espinhos dos complexos, os espinhos dos preconceitos, os espinhos de tanta coisa; você não presta, não vale, nunca chegará lá. Você não passa disto, não passa daquilo. As piadas, os comentários, as brincadeiras, enfim, tudo isso foi marcando tanto sua vida que agora ela se sentia como um lírio que se apagava. Os espinhos desta vida iam acabando com aquela beleza com que Deus a tinha criado. Mas agora o príncipe aparece para resgatá-la. E quando alguém começa a destacar seu valor, você passa a acreditar.
E Salomão a liberta de seus preconceitos dizendo: "Como és formosa, amada minha, como és formosa! Os teus olhos são como os das pombas, e brilham através do teu véu..." (Cantares 4:1)
Daí o conselho dele: ``Tire, você que sofre por causa dos mais diversos preconceitos, esse véu. Você tem tanta coisa bonita pra mostrar por trás destes olhos! Por que você esconde seus olhos? Por que não são azuis? Por que não são verdes? Tire o véu dos seus olhos, deixe-me ver a sua beleza.''
Por que permitimos que a televisão, as revistas, os jornais, os “out-doors" comecem a criar em nossa mente a idéia de que: Se eu não sou deste tipo ou daquele, não sou bonito? Com certeza, Jesus nos enxerga de ou-tra forma.
O príncipe encontra esta garota e a liberta, a valoriza, a ama, a tira da cova dos leões e a faz sua esposa, levando-a ao palácio como primeira dama do reino.

"Vê-se que, desde aqueles tempos, já se pensava que as pessoas de uma determinada raça só serviriam para cuidar de vinhas ou de qualquer outro trabalho considerado menor; não para ir à faculdade e estudar, e ser um profissional. Isso é o fruto do preconceito que tem arruinado
tantas vidas.
Para os que sofrem da chaga do preconceito minha sugestão é: Olhem para o céu, olhem para a vida, sem medo, sem temor. "

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

SOBRE A IMPUNIDADE



Talvez a maior mazela de tantas quantas se abatem sobre o Brasil de hoje e de sempre seja a impunidade. Ela, a impunidade, é a resposta que se dá nesta terra, a tantos crimes contra a vida, contra a honra, contra o patrimônio. Mata-se no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Minas Gerais, nas Alagoas, em Pernambuco, no Amazonas, enfim, mata-se do Oiapoque ao Chuí, mata-se tanto que, segundo o Ministério da Justiça, o Brasil chegou ao final de 2008, com o inacreditável número de um milhão de homicídios praticados desde 1978. Ou seja, em 30 anos, um milhão de homicídios. Um milhão de qualquer coisa é muita coisa. E note-se que, oficialmente, não estamos em guerra civil. Ou será que estamos? A vida de um ser humano no Brasil é a única mercadoria deflacionária: vale apenas um pedaço de chumbo. Os bandidos cortam a barriga de um pobre chefe de família que volta para casa, roubam-lhe os embrulhos, e, sorrindo, deixam o infeliz estirado numa poça de sangue. Casais são assaltados e levam tiros no rosto. A violência, o latrocínio, a morte fria campeiam impunemente pelos campos da Terra Brasilis, e não se vê uma atitude decisiva, um grito de advertência, como se estivéssemos acostumados a isso, como se tudo fosse natural. A impunidade forja os maus exemplos. Novos bandidos surgem. Novas quadrilhas de marginais se formam - e a impunidade continua. A Polícia pode fazer justiça, fazer limpeza, livrar país de assassinos irrecuperáveis - mas, apenas os assassinos que vieram dos morros, que vieram da sarjeta desaparecem. Os abastados, a turma do andar de cima, os integrantes do primeiro escalão, esses ficam impunes. E não se pense que isso acontece só agora. A coisa é muito anterior ao famoso caso da menina Aída Cúri, assassinada há décadas no Rio de Janeiro, por frios criminosos que nunca foram punidos. Mas, podemos citar outros casos, também muito famosos, que ficaram na impunidade. Por exemplo, o caso do jornalista Antonio Pimenta Neves, que matou a tiros sua namorada Sandra Gomide, à época com 32 anos, ou seja, na flor da juventude. E o que é pior, matou-a covardemente com um tiro nas costas e outro na cabeça. No mês passado, o crime completou nove anos e Pimenta Neves, réu confesso e condenado em primeira e segunda instâncias continua livre como um pássaro. Outro caso famoso é o de Doca Street, assassino da mulher, a atriz Ângela Diniz. Condenado a 15 anos de prisão, cumpriu quatro, e olhe lá.Apenas para refrescar nossa memória, vamos ao caso do cantor Lindomar Castilho, que matou a ex-mulher, Eliane de Gramond, em 1981, com um tiro no peito. Condenado a 12 anos de cadeia, cumpriu dois anos em regime fechado e mais dois em regime semiaberto. Esses, são apenas alguns exemplos de gente famosa que não foram adequadamente punidos pelo mais grave dos crimes, a morte. E note-se que nem estamos falando, ainda, de alguns integrantes das corporações políticas, que assaltam o Erário todos os dias, sem que lhes aconteça absolutamente nada. E a pergunta que ninguém responde é: de que nos vale ter tantas leis, se não são cumpridas na sua integralidade?Entretanto, estranhar o quê, se o próprio presidente da República, senhor Luiz Inácio da Silva diz que, no Brasil, há leis que pegam e outras que não pegam, num desrespeito acintoso ao Poder Judiciário brasileiro. Talvez esteja certo o falecido deputado federal paulista Ulysses Guimarães, quando disse que, no Brasil, existiam leis, sim, e que eram rigorosamente aplicadas, mas apenas para os integrantes do grupo dos três ``Ps`` da vida: Preto, Pobre e Puta.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Leis que fizeram história

O Brasil talvez seja o país que mais legisla em todo o mundo. Até aí nada demais. É até bom que todo cidadão possua limites para determinadas ações que podem, eventualmente ou por vontade própria, causar dano a si mesmo ou a outrens. Também é ótimo que instituições, tanto as de direito público quanto as de direito privado, sejam devidamente regulamentadas por si e pelo poder público, no caso, o Poder Legislativo. Mais que isso, é excelente que empresas privadas, estatais ou mistas, sejam adequadamente reguladas, tanto por suas próprias entidades de classe quanto pelo Legislativo, seja ele municipal, estadual ou federal. Todo esse aparato regulatório deve ter por finalidade o benefício, o bem estar e a proteção, seja da sociedade como um todo, seja do cidadão, aí colocado como simples consumidor na sua individualidade.
O problema das leis brasileiras é, como disse o próprio senhor presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que existem leis que "pegam"e leis que não "pegam". Vejam a que ponto chegamos neste país mais que surreal. Somos o único país em todo o planeta onde as leis não existem para ser cumpridas. Cada um pode decidir se vai ou não cumprir determinada lei. Se a maioria decidir não cumprir o que está determinado no texto legal, a coisa fica por isso mesmo, porque, afinal de contas, vai se fazer o quê, se a lei não pegou mesmo.
Menos mal que temos leis, códigos e revisões constitucionais que marcaram a história da Justiça e do Judiciário no Brasil.
Apenas para citar algumas, podemos lembrar da nossa primeira Constituição, no caso a de 1824. Essa, foi a mais duradoura que o país já teve. Ficou em vigor por 65 anos, até 1889. Considerada extremamente liberal para a época, institui um quarto poder, o Moderador. A Constituição de 1891 marcou porque estabeleceu o modelo de República Federativa e presidencial, que vigora até hoje. É essa Constituição que atribui ao Supremo Tribunal Federal o papel que lhe cabe atualmente.
O Código Civil de 1916 substitui a legislação portuguesa vigente até então em matérias de direito de família, direito das obrigações, direito dos contratos, responsabilidade civil e direito das heranças.
A primeira edição do Código Penal brasileiro, em 1940, teve como principais pontos, a consideração da personalidade do criminoso e da responsabilidade objetiva.
A Consolidação das Leis do Trabalho, a famosa CLT, instituída sob o governo de Getúlio Vargas, instituiu as normas que regulam as relações de individuais e coletivas de trabalho, em grande parte válidas até hoje,
Temos, enfim, muitas outras leis que fizeram história no Brasil, como a Constituição de 1934, a Lei de Falência de 1945, o Estatuto da Terra, 1964; a Lei do Divórcio, de 1977; a modificação do Código Penal, de 1984; a nova Constituição de 1988, que vige até hoje; o Estatuto da Criança e do Adolescente, de 1990; o Código de Defesa do Consumidor, de 1990; a Lê dos Juizados Especiais, de 1995; a Lei do Direito Auytoral, de 1998; a Lei do rito sumaríssimo trabalhista, em 2002; O Novo Código Civil de 2002; a Emenda Constitucional número 45, de 2004; e, finalmente, a Nova Lei de Falências, 2005. Como se vê, leis não nos faltam. O que precisamos, é aprender a cumpri-las, até porque leis não existem para nenhuma outra finalidade, a não ser isso: serem cumpridas.
Talvez, a maior demonstração de cumprimento da lei, ainda que injusta, foi a que decretou a morte do maior filósofo de todos os tempos: Sócrates. Ele poderia ter fugido ao cruel destino, mas preferiu ingerir cicuta a deixar de cumprir a lei.
Enquanto não aprendermos esse princípio básico de cidadania, jamais teremos, realmente, um Estado Democrático de Direito. Tenho dito. E escrito.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

FRAUDE MELA INDICAÇÃO DE MINISTRO PARA O STF

O advogado-geral da União, José Antonio Dias Toffoli, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ocupar cargo de ministro no Supremo Tribunal Federal (STF), a mais alta instância do Poder Judiciário brasileiro, poderá ter sua indicação cancelada por ter sido condenado pela Justiça do Amapá no último dia 8 de setembro, juntamente com outras três pessoas, a devolver a importância de R$ 420 mil ao Amapá, sob a acusação de ter ganho licitação supostamente ilegal em 2001, para prestar serviços ao governo estadual. Se atualizado, o valor atinge extratosféricos R$ 700 mil. A decisão de primeira instância respondeu a uma ação popular e entendeu que, além de Toffoli, Luís Maximiliano Telesca (então seu sócio em um escritório advocatício), João Capiberibe (então governador do Estado pelo PSB-AP) e João Batista Plácido (que era procurador-geral do Estado) participaram de um processo licitatório ``eivado de nulidade``. Nesse tempo, o governo amapaense sob Capiberibe pagava ao escritório de Toffoli e seus sócios a importância de R$ 35 mil mensal, para defender o governo em ações judiciais em Brasília. A ação popular foi movida pelo ex-governador do Amapá, Annibal Barcellos.
O ex-governador João Capiberibe (PSB) afirmou que a ação tem motivação "política" e sobre a condenação em questão afirmou que não teve nenhuma relação com a contratação do escritório de Toffoli, e sim o então procurador-geral do Estado. Ao que parece, sempre que é envolvido em ação judicial, independente da origem, o ex-governador costuma alegar sempre, que é inocente e os culpados são os outros, principalmente a imprensa. Esperamos, do fundo do coração, que desta vez ele seja realmente inocente porque, caso contrário, teremos que questioná-lo sobre esta ação e outras que até hoje não foram adequadamente respondidas.

sábado, 19 de setembro de 2009

APOSENTADOS CELEBRAM 49 ANOS DE ASSOCIAÇÃO


A diretoria da Associação dos Aposentados e Pensionistas do Amapá (AAPEA) já articula programação em comemoração ao aniversario de 59 anos da entidade. Um coquetel festivo será oferecido no dia 03 de Outubro (sábado) para associados, autoridades e imprensa. José Carlos Oliveira que preside a entidade disse que a grande surpresa será a apresentação de uma maquete do projeto de reforma e ampliação da entidade. A AAPEA esta aceitando novos associados, sua sede esta localizada na Avenida Henrique Galúcio esquina com General Rondon, próximo a Praça Floriano Peixoto, no Centro.
CONTRADIÇÕES


O ser humano, antes de mais nada, é um ser extremamente contraditório. Vejamos, por exemplo, o que fez Adamat, o primeiro homem, segundo a Bíblia. Vivendo e morando no Jardim do Éden, e tendo a possibilidade da vida eterna, insatisfeito, decidiu optar pela finitude própria*, pelo castigo de trabalhar todos os dias para poder comer o pão que o diabo amassou, muito embora não esteja escrito em lugar algum, que o diabo tenha sido padeiro algum dia.**
Outro homem, este muito importante, mas extremamente contraditório, foi o rei hebreu Salomão, cognominado o mais sábio dos homens. Até onde vai o meu analfabetismo explícito, não me consta que sábios matem ou ordenem a morte de irmãos ou demais parentes que possam de algum modo, atrapalhar seu caminho em direção a um eventual trono. E foi exatamente o fez ou mandou fazer Salomão, até que não mais restasse ninguém que se interpusesse em seu desejo de ser rei de Israel.
Caim, filho de Adão, é outro exemplo de contradição. Irmão de Abel, permitiu que a inveja dominasse seu coração e por isso matou seu frater. Nessa época, tempo em que os homens falavam com Deus ao vivo e em cores, Caim perdeu esse privilégio, foi amaldiçoado pelo próprio Senhor dos Exércitos, escorraçado do lugar em que vivia, e condenado a perambular pela planeta dos homens, sem ter um amigo, sem ter um lugar onde pudesse a fronte pousar, exposto ao tempo e ao vento, padecendo os maiores tormentos, fugitivo dos homens na paz, e também da morte na guerra, como bem poderia ter dito Gonçalves Dias em seu I-Juca-Pirama. E tudo isso apenas por ser um homem pleno de contradições.
Moisés é outro exemplo de como os homens podem pagar um preço alto demais por serem contraditórios em seu modo de ser. Após receber das mãos do próprio Deus e Senhor de tudo o que há, as Tábuas da Lei, também conhecida como Os Dez Mandamentos, foi o primeiro a contrariar o artigo que diz: “Não matarás”. O artigo ou mandamento, como preferirem, que diz “Não matarás”, é seco, sintético, limpo. Diz apenas, “Não matarás” e ponto final. Não consta que ordenasse, “Não matarás”, exceto em caso de defesa própria ou de outrem; exceto se fores filho do deputado A ou B, ou do senador C ou D, ou ainda do empresário X ou Y. Diz apenas, não matarás. E foi isso, exatamente que fez o próprio Moisés ao descer do alto do Monte Sinai, lugar de seu encontro com Deus, ao mandar passar a fio de espada algo em torno de 3.000 homens que fizeram e adoraram o Bezerro de Ouro, durante sua ausência, descrentes de Deus e dos homens. Por causa disso, Moisés pagou o preço de não pisar na Terra Prometida, passando a Josué seu cajado e avistando a terra de Israel apenas de longe. Além disso, seu povo foi condenado a vagar durante 40 anos pelo deserto, até que toda aquela geração fosse extinta. Um preço alto demais apenas por causa do espírito contraditório de um homem da mais alta importância para toda a história do homem ocidental.
A lista é interminável. Hitler, que deu o pontapé inicial na Segunda Guerra Mundial, mandou que fossem exterminados em fornos crematórios e outras formas de execução em massa, pelo menos seis milhões de judeus. O problema é que, além da monstruosidade do crime praticado em nome da raça ariana ou germânica, Hitler não era alemão, era austríaco. E, segundo afirmam diversos historiadores, tinha remota ascendência judaica.
Finalmente, para não cansar muito meus eventuais leitores, muitas pessoas, tendo a possibilidade de serem livres, tornam-se prisioneiras de si mesmas ou de outrens por vontade própria, porque, como dizia Nietsche, “chegam à convicção fundamental de que têm de ser comandadas, e por causa disso, tornam-se “crentes”. Inversamente, pode-se imaginar um prazer e força na autodeterminação, uma liberdade da vontade, em que um espírito se despede de toda crença, todo desejo de certeza, treinado que é em se equilibrar sobre tênues cordas e possibilidades e em dançar até mesmo à beira de abismos. Um tal espírito seria o espírito livre por excelência.”


PS. * Adão, ao optar pela própria finitude, condenou todos os seus descendentes a serem finitos “ad infinitum”, assim como condenou à morte, toda e qualquer forma de vida.

** A parte boa dessa história é que Adão, ao comer do fruto proibido, cometeu o mais doce dos pecados.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

CURTíssima

Dito pelo deputado Ruy Smith (PSB-AP, a companheiros de partido que não estão satisfeitos com sua atuação: "Procurem outro partido, pois eu não saio do PSB".
A descoberta

Este texto não é meu. Foi-me contado em sonhos. Meu mérito, presumindo-se que tenha algum, foi simplesmente o de transcrevê-lo.
"Sonhei que eras a brisa suave que varre o planeta. Quando te encontrei, supus ter visto um novo sol com o brilho fantástico de um milhão de sóis. Pensei que eras a água do mar, as estrelas do céu, o perfume da rosa, o carinho de quem passeia de mãos dadas pela beira do rio em tardes crepusculares, que cedem seu espaço para que a noite cálida nos aqueça o coração e nos traga em seu bojo o repouso do guerreiro e o sono dos justos.
Mas não foi só o que pensei. Pensei que eras a Justiça Divina, te vi negro como um zulu e elegante como a mulher masai; pensei que eras a velha Mãe-África e a Antárdida ainda por ser descoberta. Imaginei fosses Netuno ou sereia encantada a dominar os mares, os rios, os lagos, os igarapés, os paranás, os furos e os igarapés-mirins. Mas só pude te conhecer quando senti na tua face poderosa, o imenso amor que tinhas para dar a todos os que te descobriram. És luz, és verdade. Mas de um outro tipo. És luz que não faz sombras. És amor, és dor, és humildade e piedade acrescida de doses imensas de generosidade. És o Inominado, o que não tem nome, e se o tiver, não pode ser escrito ou pronunciado. És a revolução na vida dos que Te encontram. És Pai, Mãe e Irmão. És amigo e consolador dos aflitos, dos que gemem sob a miséria do abandono terrestre. És a cura, o vencedor da Morte e soberano de tudo o que há, pois és Deus Todo-Poderoso, Criador do Céu e da Terra, capaz de sacrificar o próprio e único Filho por amor a nosotros. Contigo perdi o medo, encontrei a coragem, deixei de temer a Morte, pois sei, a sorte está comigo se me amparas como mãe que, poderosa, ampara o filho querido.
Furacão dos mares, tufão da vida, ciclone de amor, nunca mais me deixes tão só, como sozinho percorri a estrada da vida, quando vagava, perdido, no Vale da Sombra da Morte, de onde saí para nunca mais voltar".
A descoberta

Este texto não é meu. Foi-me contado em sonhos. Meu mérito, presumindo-se que tenha algum, foi simplesmente o de transcrevê-lo.
"Sonhei que eras a brisa suave que varre o planeta. Quando te encontrei, supus ter visto um novo sol com o brilho fantástico de um milhão de sóis. Pensei que eras a água do mar, as estrelas do céu, o perfume da rosa, o carinho de quem passeia de mãos dadas pela beira do rio em tardes crepusculares, que cedem seu espaço para que a noite cálida nos aqueça o coração e nos traga em seu bojo o repouso do guerreiro e o sono dos justos.
Mas não foi só o que pensei. Pensei que eras a Justiça Divina, te vi negro como um zulu e elegante como a mulher masai; pensei que eras a velha Mãe-África e a Antárdida ainda por ser descoberta. Imaginei fosses Netuno ou sereia encantada a dominar os mares, os rios, os lagos, os igarapés, os paranás, os furos e os igarapés-mirins. Mas só pude te conhecer quando senti na tua face poderosa, o imenso amor que tinhas para dar a todos os que te descobriram. És luz, és verdade. Mas de um outro tipo. És luz que não faz sombras. És amor, és dor, és humildade e piedade acrescida de doses imensas de generosidade. És o Inominado, o que não tem nome, e se o tiver, não pode ser escrito ou pronunciado. És a revolução na vida dos que Te encontram. És Pai, Mãe e Irmão. És amigo e consolador dos aflitos, dos que gemem sob a miséria do abandono terrestre. És a cura, o vencedor da Morte e soberano de tudo o que há, pois és Deus Todo-Poderoso, Criador do Céu e da Terra, capaz de sacrificar o próprio e único Filho por amor a nosotros. Contigo perdi o medo, encontrei a coragem, deixei de temer a Morte, pois sei, a sorte está comigo se me amparas como mãe que, poderosa, ampara o filho querido.
Furacão dos mares, tufão da vida, ciclone de amor, nunca mais me deixes tão só, como sozinho percorri a estrada da vida, quando vagava, perdido, no Vale da Sombra da Morte, de onde saí para nunca mais voltar".
JORGE AMANAJÁS DISCUTE PRÉ-SAL

O deputado Jorge Amanajás (PSDB-AP), presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Amapá, esteve em Brasília, nos dias 17 e 18 deste mês, durante 7º Encontro do Colegiado dos Presidentes das Assembleias Legislativas.
Objetivo do encontro foi debater sobre o marco regulatório do petróleo a ser explorado na camada Pré-Sal, na plataforma de Santos (SP).
Na ocasião, Jorge Amanajás, levou a proposta de criação de um fundo de investimentos para preservação da Amazônia com recursos da exploração da reserva petrolífera. O assunto também deverá ser encaminhado para debate, por meio de Indicação subscrita pelas bancadas de todos os estados da região Norte, na Câmara dos Deputados e no Senado. A idéia é também buscar apoio dos parlamentares dos estados não-amazônicos.
“No momento em que o país discute a exploração da camada do Pré-Sal, o Amapá não pode ficar de fora. Por isso fiz questão de levantar esse questionamento no simpósio da Amazônia e trazer a discussão para dentro do parlamento amapaense”, afirmou Amanajás.
O colegiado reivindica a distribuição correta dos recursos a serem arrecadados com a extração do petróleo nos novos campos de águas profundas. “Talvez seja a chance de se resgatar dividas históricas com a população, especialmente na saúde e educação”, diz o texto.
A chamada Carta de Brasília também reitera a necessidade de valorização das assembleias e a importância das emissoras de rádio e TV legislativas. "Os mecanismos de comunicação não configuram apenas instrumentos de prestação de contas e de transparência, mas garantem a participação do cidadão e o aprimoramento da consciência política da sociedade", destaca o documento.
A descoberta


Este texto não é meu. Foi-me contado em sonhos. Meu mérito, presumindo-se que tenha algum, foi simplesmente o de transcrevê-lo.
"Sonhei que eras a brisa suave que varre o planeta. Quando te encontrei, supus ter visto um novo sol com o brilho fantástico de um milhão de sóis. Pensei que eras a água do mar, as estrelas do céu, o perfume da rosa, o carinho de quem passeia de mãos dadas pela beira do rio em tardes crepusculares, que cedem seu espaço para que a noite cálida nos aqueça o coração e nos traga em seu bojo o repouso do guerreiro e o sono dos justos.
Mas não foi só o que pensei. Pensei que eras a Justiça Divina, te vi negro como um zulu e elegante como a mulher masai; pensei que eras a velha Mãe-África e a Antárdida ainda por ser descoberta. Imaginei fosses Netuno ou sereia encantada a dominar os mares, os rios, os lagos, os igarapés, os paranás, os furos e os igarapés-mirins. Mas só pude te conhecer quando senti na tua face poderosa, o imenso amor que tinhas para dar a todos os que te descobriram. És luz, és verdade. Mas de um outro tipo. És luz que não faz sombras. És amor, és dor, és humildade e piedade acrescida de doses imensas de generosidade. És o Inominado, o que não tem nome, e se o tiver, não pode ser escrito ou pronunciado. És a revolução na vida dos que Te encontram. És Pai, Mãe e Irmão. És amigo e consolador dos aflitos, dos que gemem sob a miséria do abandono terrestre. És a cura, o vencedor da Morte e soberano de tudo o que há, pois és Deus Todo-Poderoso, Criador do Céu e da Terra, capaz de sacrificar o próprio e único Filho por amor a nosotros. Contigo perdi o medo, encontrei a coragem, deixei de temer a Morte, pois sei, a sorte está comigo se me amparas como mãe que, poderosa, ampara o filho querido.
Furacão dos mares, tufão da vida, ciclone de amor, nunca mais me deixes tão só, como sozinho percorri a estrada da vida, quando vagava, perdido, no Vale da Sombra da Morte, de onde saí para nunca mais voltar".
A descoberta


Este texto não é meu. Foi-me contado em sonhos. Meu mérito, presumindo-se que tenha algum, foi simplesmente o de transcrevê-lo.
"Sonhei que eras a brisa suave que varre o planeta. Quando te encontrei, supus ter visto um novo sol com o brilho fantástico de um milhão de sóis. Pensei que eras a água do mar, as estrelas do céu, o perfume da rosa, o carinho de quem passeia de mãos dadas pela beira do rio em tardes crepusculares, que cedem seu espaço para que a noite cálida nos aqueça o coração e nos traga em seu bojo o repouso do guerreiro e o sono dos justos.
Mas não foi só o que pensei. Pensei que eras a Justiça Divina, te vi negro como um zulu e elegante como a mulher masai; pensei que eras a velha Mãe-África e a Antárdida ainda por ser descoberta. Imaginei fosses Netuno ou sereia encantada a dominar os mares, os rios, os lagos, os igarapés, os paranás, os furos e os igarapés-mirins. Mas só pude te conhecer quando senti na tua face poderosa, o imenso amor que tinhas para dar a todos os que te descobriram. És luz, és verdade. Mas de um outro tipo. És luz que não faz sombras. És amor, és dor, és humildade e piedade acrescida de doses imensas de generosidade. És o Inominado, o que não tem nome, e se o tiver, não pode ser escrito ou pronunciado. És a revolução na vida dos que Te encontram. És Pai, Mãe e Irmão. És amigo e consolador dos aflitos, dos que gemem sob a miséria do abandono terrestre. És a cura, o vencedor da Morte e soberano de tudo o que há, pois és Deus Todo-Poderoso, Criador do Céu e da Terra, capaz de sacrificar o próprio e único Filho por amor a nosotros. Contigo perdi o medo, encontrei a coragem, deixei de temer a Morte, pois sei, a sorte está comigo se me amparas como mãe que, poderosa, ampara o filho querido.
Furacão dos mares, tufão da vida, ciclone de amor, nunca mais me deixes tão só, como sozinho percorri a estrada da vida, quando vagava, perdido, no Vale da Sombra da Morte, de onde saí para nunca mais voltar".

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Prezados leitores,

Fugindo ao meu estilo habitual, que pela minha própria natureza é crítico, particularmente em questões políticas, diria mesmo um tanto quanto sardônico, decidi fugir um pouco ao meu jeito de ser e publicar neste espaço, uma crônica que escrevi há anos, e que foi publicada pelo jornal Diário do Amapá. Trata-se de uma espécie de, como eu mesmo chamo, "crônica poética". Portanto, perdoem-me e vamos a ela.



TULIPA NEGRA


Era filha de jardineiro. Por isto gostasse tanto de flores. Não compreendia o mundo sem flores. Açucenas, miosótis, rosas - todo tipo de rosas -, crisântemos, orquídeas. Ah! As orquídeas! - suspirava. Sonhava ter um orquidário. Não um orquidário qualquer. Queria o maior orquidário do mundo, um orquidário onde pudesse se perder. Quem sabe, poderia encontrar-se, se conseguisse perder-se num orquidário. Tudo é possível.
Tulipas. Tulipas, sabe-se, é o sonho maior de todos os amantes de flores. Tulipas valem como ouro, mais que ouro. Uma tulipa negra vale mais que mil diamantes. Já imaginaram um jardim cheio de tulipas negras?
Assim era ela. Uma tulipa negra. Delgada, delicada, rara e negra. Por isso a amava. Tulipas negras, afinal de contas, não são encontráveis em qualquer curva do tempo. Amava-a como só os loucos conseguem amar. O amor não é são. Não existe sanidade onde existe amor total, paixão total. Existe apenas a morte, que chega quando ela, a tulipa negra em forma de mulher se vai.
E foi isso que o perdeu. Resolveu dar-lhe tudo o que possuía, tudo o que era, tudo o que poderia ser ou que poderia ter sido. Mas não lembrou que ela, a tulipa negra, era filha de jardineiro. E que por isso, amava mais as flores do que qualquer outra coisa. Até mesmo aquele amor intenso, aquele amor universal que lhe era devotado.
E por isso não o quis, devolveu-o para o mar de solidão em que vivia antes de mergulhar na profundeza daqueles olhos negros que só viam flores.
Aquele amor, pensava ela, não era tão grande assim. É bem verdade que ele lhe dera tudo. Dera-lhe até a própria vida. Mas não lhe dera flores, pensou distraída, sem perceber que acabara de pisar numa rosa vermelha, que sangrava por todas as pétalas.
DEZ PALAVRAS


Primeiro devo confessar que o texto abaixo não é meu, entretanto, por sua beleza e sabedoria, decidi tomar a iniciativa de repassá-lo aos meus queridos leitores. É possível que ao lê-lo, possam refletir e praticar algumas dessas pequenas aulas de grande sabedoria: A ele, portanto:

“1 - “A palavra de duas letras mais egoísta: “EU”. Evite-a.
2 - A palavra de três letras mais venenosa: “EGO”. Elimine-a.
3 - A palavra de quatro letras mais usada: “AMOR”. Pratique-o.
4 - A palavra de seis letras mais rápida: “FOFOCA”. Ignore-a.
5 - A palavra de seis letras mais necessária: “PERDÃO”. Aplique-a.
6 - A palavra de três letras mais satisfatória: “NÓS”. Use-a.
7 - A palavra de nove letras mais agradável: “HUMILDADE”. Aprenda-a.
8 - A palavra de nove letras mais essencial: “CONFIANÇA”. Tenha fé.
9 - A palavra de cinco letras mais amorosa: “JESUS”. Siga-o.
10 - Que Deus te abençôe!

FELIZ DIA!
OIAPOQUE QUER MELHORAS NO MUNICÍPIO


Durante reunião com líderes comunitários do Oiapoque, o deputado Isaac Alcolumbre (DEM-AP) ouviu pedidos para a construção de uma creche no bairro Planalto. A maioria dos pais de família não tem com quem deixar os filhos pequenos para ir ao trabalho. A creche facilitaria a realização dos serviços e solucionaria os problemas de casa.
Uma outra reivindicação é com relação a serviços de melhorias no Ramal Primeiro do Cassiporé. Os moradores cobram o término dos serviços de terraplanagem, que segundo eles, foram asfaltados apenas dois quilômetros do total de 37 Km previstos no projeto. As lideranças comunitárias aproveitaram a reunião com o parlamentar para solicitar também, a construção de uma arena esportiva no bairro Planalto. A comunidade não tem espaço para a prática esportiva e lazer.
As necessidades da comunidade daquele bairro foram listadas num pacote de requerimentos que o deputado Isaac Alcolumbre deu entrada na Assembleia Legislativa pedindo providencias.
DEPUTADO QUER UNIFORME GRÁTIS PARA CARENTES


A Assembleia Legislativa do Amapá aprovou na sessão de ontem, 16, projeto do deputado estadual Michel JK (PSDB-AP), que autoriza o governo do Estado a doar camisas do uniforme escolar a todos os alunos carentes da rede pública, até a 5ª série até o o último ano do Ensino Médio. O objetivo, segundo o deputado tucano, é realizar inclusão através da igualdade de condições a todos, ara o acesso e permanência na escola, tendo em vista as dificuldades econômicas e financeiras de grande arte da população. Ainda segundo o projeto, as camisas serão fornecidas duas vezes ao ano, uma no início do ano letivo e outra após as férias do meio do ano. Serão considerados comprovadamente carentes os alunos, cuja família comprovem renda inferior a um salário mínimo.
Michel JK acedita que a doação das camisas irá coibir situações constrangedoras no ambiente escolar, resultantes da existência de alunos com rendas desiguais, que implicam desrespeito aos direitos sociais e dificultam o fortalecimento da cidadania. Ele destacou ainda que “as camisas irão facilitar a segurança escolar permitindo a identificação dos alunos matriculados em cada escola”.
Caso o projeto for sancionado pelo Executivo, a Seed (Secretaria de Educação) em parceria com a Sims (Secretaria de Inclusão e Mobilização Social), ficarão responsáveis pelo levantamento de dados socioeconômicos das famílias e distribuição das camisas às escolas da rede Estadual.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

WALDEZ REPASSA VERBA PARA LIMPEZA DE MUNICÍPIOS


O governador Waldez Góes repassou ontem, 15, R$ 1 milhão para 14 dos 16 municípios do Estado, para que respectivos prefeitos possam fazer um grande mutirão de limpeza urbana nas capitais de seus municípios. O serviço começa a ser executado já na próxima semana e o repasse será executado em duas etapas. O primeiro, ainda nesta semana e a segunda até o final deste mês de setembro.
O valor dos convênios foi estabelecido de acordo com a população de cada município. Prefeituras com população abaixo de oito mil habitantes recebem R$ 60 mil de convênios e com mais de oito mil habitantes R$ 80 mil. As Prefeituras de Macapá e Santana assinarão convênios na semana que vem. O objetivo será o mesmo: garantir mutirão de limpeza urbana e retirada de entulhos nas áreas metropolitanas das duas cidades.
TUDO PARA SER GOVERNADOR


O deputado estadual Jorge Amanajás (PSDB-AP) teria dito, segundo fontes da Assembleia Legislativa amapaense, que “topo qualquer coisa para ser governador”. Segundo ainda mesmas fontes, o tucano teria dito mais: “faço acordo até com o Diabo para ganhar as eleições de 2010 para o governo do Estado”. É claro que a informação não é oficial. É claro, também, que Amanajás é um homem muito obstinado e de sucesso nas coisas que faz, haja vista o sucesso que é, tanto sua carreira política quanto seu cursinho pré-vestibular gratuito, que já mandou centenas de alunos para faculdades Brasil adentro e Brasil afora. Espera-se que a frase não tenha nada a ver com conhecido político local que, eventualmente atende pelo apelido de Capiroto.
ALEXANDRE BARCELLOS VAI DEIXAR PSL


O deputado estadual Alexandre Barcellos (PSL-AP) vai deixar o partido. O motivo alegado é que a direção partidária em Brasília não teria prestado contas de 19 das 20 remessas bancárias referentes a contribuições no valor de R$-500,00 cada uma que todo deputado estadual é obrigado a fazer. Como o partido recusou a desfiliação de Barcellos, o deputado entrou no último dia 14.09, com petição junto ao Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TER-AP) para que a justiça obrigue o partido o liberá-lo para que possa filiar-se a uma nova sigla partidária.
Fontes da Assembleia Legislativa garantem que o novo partido de Barcellos é o PSDB do deputado Jorge Amanajás, e que o Alexandre já estaria de posse da ficha tucana para fazer sua filiação tão logo o PSL oficialize sua desfiliação.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

PESQUISA ELEITORAL


Fontes do primeira escalão da política amapaense informam, que pesquisa de intenção de voto para o Senado, realizada na última quinta-feira (10/09), e apenas para consumo interno dos interessados, davam os seguintes números:

1º lugar: Waldez Góes - 38%
2º lugar: Aníbal Barcellos - 28%
3º lugar: Gilvam Borges - 12%
4º lugar: João Capiberibe - 11%
5º lugar: Papaléo Paes

Evidentemente que esses números refletem apenas o retrato político daquele momento na questão senatorial e não tem a menor validade para o futuro. Entretanto, são dados sintomáticos que devem servir de estímulo para que aqueles que estão fora do jogo reavaliem suas estratégias de campanha, no intuito de uma possível reversão desses dados, assim como devem servir de estímulo cauteloso aos dois primeiros lugares, se confirmarem suas candidaturas, para que não caiam no velho erro - fatal - do já ganhou.
Cabe-nos agora esperar as eleições para ver, realmente, o que acontece. Quem viver, verá.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

TERCEIRO MANDATO?


As raposas felpudas da política sabem bem o tempo de submergir. É possível que as discussões sobre um terceiro mandato ou mesmo a simples prorrogação deles, elevando de quatro para cinco anos os mandatos de presidente da República, governadores de estados e prefeitos municipais, tenham sido deletadas da memória do nosso amnésico povo, porque assim determinam os interesses daqueles que só têm a ganhar com essa possibilidade absolutamente ilegal porque inconstitucional, imoral, aética, anti-ética e pornô, socialmente falando. É claro que o senhor Luiz Inácio e seus comparsas têm o maior interesse nessa questão, até porque, a simples prorrogação tornaria legal uma terceira eleição dos atuais detentores do Poder Executivo, muito embora jurem de mãos postas e pés juntos que não.
Mas, tal qual Cícero, o povo brasileira pergunta: “Até quando senhores da política, continuarão abusando da nossa paciência? Até quando se arrojará essa audácia inominável de brincar com os sentimentos de uma população que tem sido mais que crucificada ao longo dos séculos?
No país das Pindoramas, já houve um tempo em que homens íntegros reprimiam os cidadãos perniciosos com os mais severos castigos. Ao que parece, esse tempo de há muito já se foi.
E a pergunta que se faz necessária e que ainda não tivemos a coragem de fazer é: Deveremos nós, simples cidadãos, sofrer ou admitir que se nos imponham essa lei imoral? A resposta óbvia é não. Semelhante coisa está longe do pensamento da nação. E creio que nosso dever é evitar que isso aconteça, porque caso contrário, isso significa afronta irremediável aos valores básicos da democracia que prega, além da igualdade e oportunidades para todos, a alternância de mandatários e independência de poderes, coisa que, por causa do viés autoritário do senhor presidente, muito embora o negue veementemente dizendo-se um democrata. Mas, que democrata é esse, que gosta e tem como modelo, gente como Fidel Castro, Evo Morales, Muahmmar Kadafi e outros ditadores menos votados?
Por certo, incorreremos no mais imperdoável desacerto se permitirmos que violem a arca sagrada da Constituição, se não desembainharmos a espada do voto, com a qual podemos esmagar essas tentativas de nos impor a sombra de uma ditadura, por muito disfarçada e legal que seja de nós se aproxima.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

LOURENÇO DE CALÇOENE PODE VIRAR MUNICÍPIO


Quando se quer, tudo é possível. O vereador Raimundo Piaba (PV-AP) (Calçoene-AP), viajou até Brasília, de carona em avião cargueiro, tudo porque quer apoio político, tanto do senador José Sarney PMDB-AP), como do governador do Amapá Waldez Góes (PDT-AP), para a emancipação ainda este ano, do distrito de Lourenço, situado no município de Calçoene. Piaba acredita que o distrito já possui todas as condições para essa transformação, mas, pés no chão, sabe que sem apoio político dos dois maiores líderes do Amapá, dificilmente conseguirá seu intento, daí sua disposição ao sacrifício pessoal para atingir seu objetivo que pensa, poderá melhorar as condições de vida dos habitantes daquele distrito.
O Congresso Nacional já aprovou recentemente a implantação de novos municípios brasileiros. O vereador de Calçoene quer aproveitar o “embalo” para conseguir seu objetivo, que já é uma luta antiga do parlamentar municipal.
AFINAL, QUEM É QUE MANDA?


O grande problema do presidente Lula é que ele se acha engraçado. Não porque seja um grande comediante, mas porque adora falar sem pensar no que diz, isso quando não diz as bobagens que sequer alunos do Enem diriam, ainda que reprovados. A negociação entre países para a compra ou venda de qualquer produto é coisa séria. Mais que isso, muito séria. Mas não é o que parece achar o nosso engraçadíssimo presidente, senão vejamos:
Consta que ele divulgou para quem quisesse ouvir, e não eram poucos os que queriam ouvir, durante a visita do presidente francês ao Brasil no último 7 de Setembro, que o Brasil houvera fechado acordo com os gauleses para a compra de 36 aviões de caça Rafaele, fabricados pela gaulesa Dassault. Estavam na parada os Estados Unidos, a França e a Suécia. A razão alegada por Lula para a escolha da França teria sido a de que esse país teria concordado em transferir a tecnologia pertinente ao Brasil, coisa que os outros dois candidatos a fornecedores não teriam oferecido. Até aí, tudo bem. A transferência de tecnologia quando se compra equipamentos tão sofisticados, é importantíssima para o comprador, porque proporciona enorme avanço no desenvolvimento desse mesmo país.
O problema é que americanos e suecos chiaram, e não sem razão. De um lado, é bem verdade que essa decisão é uma decisão política do presidente da República, entretanto, surpreendido com o anúncio prematuro da decisão feito por Lula, seu atropelo conseguiu incomodar o Comando da Aeronáutica, os concorrentes da Dassaul e demais interessados nessa negociação, que levaram o Ministério da Defesa a divulgar nota oficial para deixar registrado que “o processo de seleção ainda não está encerrado”. Ora, o que isso significa? Significa que um ministro desmente, oficialmente, seu chefe, no caso, ninguém menos que o Presidente da República, senhor Lula da Silva e não acontece nada.
O pior, é que o palh..., digo, presidente-comediante resolve ironizar dizendo que, diante do recuo da concorrência, que agora admite transferir tecnologia para o Brasil, “daqui a pouco, vou receber de graça”. Seria cômico se não fosse deprimente.
Que o Brasil compre os melhores aviões pelo menor preço e pelas melhores condições aliadas ao melhor desempenho do equipamento, tudo bem. O que não está bem, é um presidente falastrão dizer a coisa errada, na hora errada e para as pessoas erradas. Minha mãezinha que há muito se foi para os Campos Elísios, costumava dizer que: “Caldo de galinha e precaução nunca fizeram mal a ninguém.”

terça-feira, 8 de setembro de 2009

É dando que se recebe?


Midas, rei semi-lendário da antiga Frígia, era conhecido pela extrema riqueza. A ele atribui-se a lenda de que, qualquer coisa que tocasse viraria ouro instantaneamente, tendo sido esta a sua perdição, pois não podia tocar nem alimentos e nem seres queridos.
Certos políticos têm, tal qual Midas, o poder, não de transformar o que tocam em ouro, mas sim a triste capacidade de conspuscar, poluir, corromper o que tocam.
Francisco de Assis, após ter tido uma visão de Cristo, converteu-se e passou a viver como eremita, em constante oração. Suas composições mais famosas são “O Cântico do Irmão Sol” e a belíssima peça conhecida como “A oração de São Francisco”. Nesta, um de seus trechos diz: “... pois é dando que se recebe”.
Foi o bastante. O ex-deputado Roberto Cardoso Alves, passou a usar a expressão para mostrar a ligação incestuosa que há gerações une o governo e maus empresários ou políticos dessa estirpe. Entrou para o dicionário das nossas frases infelizes. Aviltou, emporcalhou, sujou o que era uma bela passagem de uma das mais belas orações que se conhece.
Em nome da vontade de garantir a reeleição e de aprovar o que bem quer como bem deseja, o governo federal e muitos governos estaduais ressuscitaram essa prática, se é que ela algum dia morreu, de verdade.
Tudo indica que ao invés de morrer, a prática do “é dando que se recebe” esteve apenas em curto período de hibernação após o período Collor. Não estava morta. Quando muito, estava em estado cataléptico para, tal qual uma Fênix maléfica, ressurgir das cinzas, aguardando a hora precisa de atacar novamente.
Gordas fatias dos partidos políticos, deixam de lado o pudor que nunca tiveram e negociam no sentido mais sujo que a palavra negociar pode ter, e se lançam tal qual abutres sobre cargos e verbas, para o exercício da política menor. Os partidos dão votos e recebem as benesses do poder. É a osmose do imoral com o desonesto.
É verdade que é dando que se recebe. Mas é dando trabalho, justiça, exemplos de dignidade, de competência profissional e vidas dedicadas ao bem comum. Receber votos é - ou deveria ser - mera consequência.
FÉ E POLÍTICA


Entre as muitas coisas estranhas que podem o imaginário da humanidade, talvez nenhuma seja mais estranha que a fé. Tão estranha que fé e lógica podem tudo: menos andar juntas
A fé, por definição, é a crença, a confiança inabalável em outra pessoa, ente ou fenômeno. É também a primeira virtude teologal, é a adesão ou a ausência pessoal a Deus, seus desígnios e manifestações. É a firmeza na execução de uma promessa ou de compromisso.
Quando se mistura Deus, fé e política, o resultado é mais estranho, porque a fé, quando praticada em países excepcionais na sua formação racial como o Brasil, o resultado se torna incompreensível para os pais das religiões e deuses que cultuamos.
Assim é, que o sempre aprazível de ser lido, Roberto Campos, odiado pela esquerda, provavelmente pela humanidade do seu cérebro e pela clareza das suas ideias, diz em um de seus ensaios que, a “religiosidade brasileira é peculiar e funciona em fogo brando.”
Temos fé, no caso, fé católica, mais no sentido universal da palavra, que no sentido da religião cristã, o que nos faz acreditar também em santos, orixás e exus. Nossa ideia de pecado não é severa. E mesmo com toda a fé, escolhemos dos Dez Mandamentos, só os que nos interessam cumprir. O sexto e nono, evidentemente, nem nos passa pela cabeça cumpri-los. Melhor faríamos se abandonássemos a Tábua da Lei que assim, simplificada, ficaria reduzida a apenas oito mandamentos.
Nossa fé faz de Deus um bom sujeito. Alguém quase da família. A quem se toma um dinheiro emprestado, jurando por todos os juros que vai pagar - e com todos os juros. Claro que a nossa honestidade, nessa área, como bem o diz Campos, “é honestidade de jogador”.
A fé à brasileira ensina que Deus é um pai tolerante, muito ocupado em administrar o Universo, mas a quem pode se recorrer num aperto. E que há de nos perdoar sempre. A esse respeito, o poeta alemão Heine, talvez por francófilo, aprendeu esse sentido mais latino que germânico, ao dizer: “Deus me perdoará. É o seu ofício”.
A classe média é um primor. Jura lealdade ao papa, que é (quase) infalível. Mas não dispensa um bom terreiro, por precaução. Não dispensa, em alguns casos, até mesmo pitadas do misticismo oriental. Tudo é válido, quando se trata de sitiar o Céu.
Enquanto a fé católica é recheada de opulência e ostentação litúrgica, as seitas protestantes fizeram da rotinização do carisma o seu ganha-pão, ou no caso de algumas delas, o seu ganha-milhões... de dólares. E isso pela simples razão de que são mais práticas. Num certo sentido, lembram a umbanda, que permite um contato direto com os deuses da chuva. O pastor é um homem comum, que trata dos problemas mais imediatos de uma população riquíssima... em problemas. O resultado, é uma coleção de fiéis que aumenta dia a dia , juntamente com os saldos de suas contas bancárias. Mas, ao funcionário do sobrenatural, aplica-se o conselho de Max Weber: “aqueles que buscam a salvação das almas, a sua e a do próximo, não devem buscá-la nas avenidas da política”. Não dá certo. É mais fácil acreditar que um camelo passe pelo buraco de uma agulha, que água se misture ao óleo, e que políticos existam, sem falar a língua bifurcada da serpente.

domingo, 6 de setembro de 2009

SOBRE A VIOLÊNCIA


Segundo o Ministério da Justiça, o Brasil chegou ao final de 2008, com o inacreditável número de um milhão de homicídios praticados no Brasil desde 1978, ou seja, um milhão de pessoas foram assassinadas sobre o solo da pátria amada nada gentil. O número é comparável ao da guerra civil que assolou a Angola durante 27 anos.
Somente entre 1996 e 2006, cerca de 465 pessoas foram assassinadas no País, a maioria a tiros, segundo levantamento do Ministério da Justiça. Para que se tenha uma ideia do problema,o número de homicídios nesse mesmo período cresceu mais que do que a população brasileira. Em números, são 20% contra 16,3% em apenas dez anos, afirma a revista Plenitude.
Dizer que a culpa de tanto sangue derramado é da chamada desigualdade social, é apenas mais uma desculpa sem nenhuma base sólida. Fosse isso verdade, e não teríamos uma quantidade cada vez mais crescente de jovens de classe media alta cometendo os mais violentos crimes todos os dias e se tornaram transgressores das regras sociais. sendo manchete nas páginas de jornais de todo o país. E a pergunta que se faz necessária é: Se esses jovens, geralmente com formação superior nunca sofreram privações, sempre tiveram de tudo e não viveram em ambientes violentos, por que cometem tantos delitos?
Violência, segundo a definição clássica, é um comportamento que causa dano a outra pessoa, ser vivo ou objeto. Nega-se autonomia, integridade física ou psicológica e mesmo a vida de outro. É o uso excessivo de força, além do necessário ou esperado. O termo deriva do latim violentia (que por sua vez o amplo, é qualquer comportamento ou conjunto de deriva de vis, força, vigor); aplicação de força, vigor, contra qualquer coisa ou ente.
As estatísticas mostram que a cada 7 horas uma pessoa é vítima de acidente com arma de fogo no Brasil;
- um cidadão armado tem 57% mais chance de ser assassinado do que os que andam desarmados;
- as armas de fogo provocam um custo ao SUSde mais de 200 milhões de reais;
- no Brasil, por ano, morrem cerca de 25 mil pessoas vítimas do trânsito e 45 mil morrem de armas de fogo;
- em São Paulo, quase 60% dos homicídios são cometidos por pessoas sem histórico criminal e por motivos fúteis.
Existem os mais diversos tipos de violência, que vão desde a violência física até a violência nos esportes, passando pela psicológica, política, cultural, verbal, contra a mulher, a violência contra a criança e o adolescente e até mesmo a violência que se vê na literatura, cinema e televisão.
A tortura é uma das mais cruéis forma de violência, deixando sequelas psico-emocionais, muitas vezes, irreversíveis em um indivíduo. Foi amplamente utilizada no período da inquisição para arrancar confissões de supostos infiéis da igreja católica, e por ditaduras militares para conseguir extrair informações de inimigos políticos.
As estatísticas também mostram que os homens são mais violentos em praticamente todas as culturas; homens matam homens de 20 a 40 vezes mais que mulheres matam mulheres, especialmente homens jovens entre 15 e 30 anos de idade .
E pensar que esse horror que destrói, mata, faz sofrer, deixa marcas indeléveis nos que sobrevivem à violência, só acontece porque não aprendemos, ainda a mensagem que um homem extraordinário nos deixou a 2000 anos e que dizia: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. E a pergunta final é: aprenderemos algum dia?

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Quousque tandem...?

QUOUSQUE TANDEM…?


Marco Túlio Cícero, filósofo, político retórico e, acima de tudo, orador; como tal, conceituado o mais perfeito de todos os tempos; nasceu perto de Arpinum, em 106 a. C. No ano 67 a. C., escreveu suas célebres verrinas, contra Verres, o dilapidador do Erário Público.
Entre seus outros méritos, incluem-se os famosos pronunciamentos intitulados Catilinárias que ainda hoje empolgam os ânimos de quem ama a Oratória. As, assim foram chamados os discursos que pronunciou contra Catilina, um terrível conjurador, e pour cause, foi chamado de “Pai da Pátria”. Entre suas obras, além das Catilinárias, escreveu antes, quando estreou no foro romano, Pro Quinctiano, e depois, as Filípicas, contra Marco Antonio e sua esposa Fúlvia. Escreveu ainda: De Inventione, De Oratore, De Legibus, De Natura Deorum, Paradoxa, De Fato, De Oficiis, De Senectute, etc.
Mas, voltando às Catilinárias, seu primeiro discurso contra Catilina começava assim: “Quousque tandem abutere, Catilina, patientia nostra (Até quando, Catilina, abusarás de nossa paciência).
Hoje, mais vez, é necessário que digamos à classe política, salvo as exceções que sempre as há: “Até quando, senhores da política, abusarão da nossa paciência? Até quando, tal qual um bandos de Verres, continuarão dilapidando o Erário Público? Até quando continuará a sucessão de escândalos que abalam, sucessivamente, todos os poderes da República independentemente de seus escalões? Até quando seremos obrigados a cheirar o odor fétido da corrupção mais deslavada que emana dos porões da política e das instituições ditas públicas? Quando será que o artigo 5° da Constituição será respeitado na sua integralidade, quando afirma que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.” Ou será que esse artigo constitucional vale só para nós, o povo, e não para os senhores que nos dirigem encastelados em seus feudos?
Como dizia Cícero há mais de 2000 anos: “Até que ponto, senhores, se arrojarão em suas desenfreadas audácias? Será que não vos abalam o temor do povo e o concurso de todos os bons cidadãos”? Não percebem os senhores que seus planos estão descobertos e que suas maquinações não prosperarão, porque o povo está cansado de tudo isso?
Enquanto houver os que vos defendem, porque são da mesma laia, do mesmo grupo e da mesma corja, os senhores viverão como nababos, como sobas, como marajás, aumentando a seu próprio critério, seus enormes e imerecidos salários e outras vantagens, inclusive aquelas consideradas secretas, mas saibam que muitos olhos os vigiam e muitos ouvidos prestarão a atenção em suas atitudes e em suas palavras, e por causa disso, não está longe o dia em que os senhores serão deletados do reino da política, através da única arma capaz de realizar esse sonho do povo brasileiro: o voto.
A coisa é tão grave e tão antiga, que podemos flagrar o profeta Habacuc em pleno diálogo com o Todo-Poderoso, segundo o Antigo Testamento, perguntando ao Senhor dos Exércitos: “Até quando Senhor, clamarei por Vós sem que me escuteis”? Por que me mostrais o espetáculo da iniquidade, e contemplai Vós mesmo esta desgraça? Diante de mim só vejo opressão e violência, nada mais que discórdias e contendas. Por isso, a lei perde sua força e não se acha mais a justiça. Por que o ímpio prevalece sobre o justo e o direito sai falseado”.
Tanto tempo depois, pouco ou nada mudou. E por causa disso, pergunto ao nosso todo-poderoso senhor do Planalto Central: Até quando a violência, o crime, o assalto ao Erário, a servidão humana de milhões de brasileiros continuarão em curva ascendente, sem que haja a firme decisão política de acabar com ela ou reduzi-la a patamares mínimos? Até quando a classe política continuará vendendo a ilusão de que o povo governa, de que é o poder, de que nada é mais admirável que a “democracia à brasileira”?
Até quando ainda teremos que suportar o mar de lama que ciclicamente cobre o país, desde os tempos de Getúlio; além de termos que aguentar a presença dos ratos, catitas e ratazanas que infestam tantos gabinetes oficiais?
E tal qual o profeta, pergunto: Por que, Senhor, o ímpio prevalece sobre o justo e o direito sai falseado?
Até que tenhamos respostas convincentes, não seremos apenas um país de Terceiro-Mundo. Seremos, antes de mais nada, cidadãos de terceira classe.
DA HORTA DE BETERRABAS


É claro que todos nós já o ouvimos. Também é claro que todos - ou quase - conhecemos o nome do maior gênio da música clássica que o mundo já conheceu, o alemão nascido em Bonn, em 1870. É claro, evidentemente, que estou falando de Ludwig van Beethoven, de cuja mente prodigiosa fluíam peças para todos os instrumentos e combinações de instrumentos e maravilhas como a famosa “Sonata de Kreutzer” para violino, a “Sonata ao Luar” e a “Patética”, as suas duas primeiras sinfonia, os seus três primeiros concertos para piano, serenatas e quarteto de cordas.
A simplicidade e a alegria de viver de Beethoven eram tão grandes, que certa vez anotou em um de seus manuscritos a frase: “Para ser tocado do coração para o coração.” Foi Beethoven que libertou a música de seus grilhões. Mas, ao contrário do que se possa pensar, o grande compositor não foi um menino-prodígio. Sua maior característica era, como compositor, conhecer todas as regras e violá-las todas.
Poucos de nós sabemos também, que Beethoven descendia de uma família flamenga, ou seja, oriunda dos Países Baixos, conhecidos hoje como Bélgica e Holanda e que aos 16 anos viajou para Viena para conhecer seu ídolo, Mozart. Mas lá, pouco se demorou, porque teve que retornar à sua casa, por causa de grave doença e posterior morte de sua mãe. Em novembro de 1792, vai a Viena e continua seus estudos com Franz Josef Haydn. A partir de 1795, quando seus dois irmãos menores passaram a morar definitivamente com ele, Beethoven não abandona mais Viena, onde realiza toda a sua obra.
Mas o destino, sempre ele, interveio de maneira trágica no destino do gênio alemão, e o que começou como um simples zumbido, depois, com o agravamento do problema, notou que os sons mais altos o incomodavam e os mais suaves lhe escapavam. Era o princípio da surdez total que o dominaria tempos depois. No processo, Beethoven que era um homem alegre, recolheu-se ao seu próprio mundo, sendo acusado de ser taciturno, esquivo e misantropo. É que tinha vergonha de dizer: “Fale mais alto, grite, eu sou surdo”. No entanto, durante todo esse tempo, naquela cabeça sombria e exaltada, a música trovejava, elevando-se a alturas nunca alcançadas.
Quando compôs a “Eróica”, a primeira grande sinfonia moderna, iniciava um período de onze anos de criação que nenhum outro compositor superou antes ou depois. Suas sonatas para piano “Waldstein” e “Appassionata” fazem sucesso há quase duzentos anos, provando que tinha razão ao dizer que compunha para o futuro. Seu problema foi que quando essas composições repercutiram, críticos assustados predisseram que tal música tinha um estilo “brutal”, incompreensível e que seria impossível de ser executada. Como se viu depois, estavam todos errados.
Também são composições imortais o festivo Quarto Concerto para Piano e o Quinto, chamado Imperador. Entre as sinfonias de números Quatro a Oito pertencem a esse decênio de prodigalidade musical. No caso da Quinta Sinfonia, que começa com notas que foram chamadas de “o destino batendo à porta”, uma poderosa convocação que tem repercutido pelo mundo. Essas três batidas breves e uma mais longa lembram o “ponto-ponto-ponto-traço” do código Morse, representando a letra “V”. Na segunda Guerra Mundial, os aliados usaram esses sinais para o V da vitória. Entre 1817 e 1823, compôs duas obras fantásticas: Missa Solene e a Nona e última sinfonia, executadas pela primeira vez em 1824.
Ludwig van Beethoven, cujo van Beethoven significava apenas “da horta de beterrabas” transpôs o umbral da morte em 26 de março de 1827, enquanto fora, um relâmpago iluminou seu quarto seguido do forte ribombar de trovão, Beethoven abriu os olhos, levantou o punho cerrado e dormiu para todo o sempre.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Pré-sal e pré-eleitoral


Como todos sabem, desconheço quase tudo o que há. O problema é que sobre algumas coisas, sei menos do que todo mundo e pior, sobre outras, não sei absolutamente nada. Foi daí que me veio a ideia de estudar um pouquinho essa coisa nova sobre a qual todo mundo fala e bem poucos entendem ou conhecem. Falo, evidentemente, do pré-sal. O quê, afinal de contas, é isso? Como disse, sei pouco, e uma das coisas que sei é que pré-sal é uma coisa pré-eleitoral, senão, vejamos: Se a extração do primeiro barril de petróleo do pré-sal só vai ser possível daqui a cerca de dez anos, isso, após investimentos de muitos bilhões de dólares, pela simples razão de que o tal depósito petrolífero está a 7 mil metros de profundidade, ou seja, abaixo da camada de sal, numa área de 800 quilômetros de extensão que vai do litoral do Espírito Santo a Santa Catarina, o que exige o desenvolvimento de novas tecnologias, por que será que o presidente Lula da Silva quer aprovar em caráter de urgência o marco regulatório do pré-sal no Congresso Nacional? Será que uma questão tão melindrosa e vital para os destinos do país não deveria envolver toda a sociedade brasileira num amplo debate público? Pelo que se vê, o governo pensa que não. O problema é que, como disse o colunista da Folha de São Paulo, Gilberto Dimeinstein, um erro agora será pago por muito tempo - e com muito dinheiro. Lula e seus parceiros sabem de tudo isso, é claro, mas, para eles, o que importa é ganhar as eleições de 2010. Quanto ao povo, ora o povo..., como disse Getúlio Vargas, quando da edição da lei “Terezoca”.
Além disso, o governo quer substituir o regime de concessão por contrato de partilha. Para que isso possa ser feito, o governo terá que criar uma nova empresa estatal, uma espécie de Petrosal que contrataria outras para fazer o serviço, com a condição de que a Petrobras seja a operadora dos blocos sob esse regime. Por que será que a própria Petrobras não pode fazer esse serviço que será feito pela nova estatal. A resposta é óbvia: em tempos pré-eleitorais empregar seus apaniguados é preciso porque, vai que dá uma zebra e a oposição ganha as eleições, hein?

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

O SHOW NÃO PODE PARAR


O espetáculo primeiro que lembra algo parecido com o circo, foi a imitação romana dos hipódromos gregos. O circus latino, deriva do grego kírkos, kríkos (círculo). O português circo é empréstimo do francês erudito cirque, do século XVI. Os primeiros espetáculos circenses começavam com uma procissão solene, onde eram imitados os cortejos dos generais vencedores de grandes batalhas. Com o passar do tempo, vieram apresentações exóticas, com shows de ilusionismo e malabarismo. Mas, a exibição de equinos e cavaleiros habilidosos, sempre estiveram presentes no circo. Posteriormente, vieram os saltimbancos, os funâmbulos, os saltadores, os contorcionistas, os domadores que, se exibiam com a demonstração de seu domínio sobre feras como leões, tigres, leopardos e os números engraçados envolvendo elefantes, focas, girafas e outros animais, vindos das mais distantes regiões do planeta, mostrando que no fundo, o circo romano continuava presente.
O palhaço, de uma ou de outra forma, sempre fez parte do circo, mas somente a partir do século XIX é que passa a ter o papel importante que possui hoje.
O Brasil é um importante fornecedor de palhaços. Os palhaços Piolim e Carequinha, talvez sejam o emblema da palhaçada levada a sério com graça e talento únicos.
O problema é que, com o passar do tempo, circo e política fundiram-se de modo quase simbiótico. A classe que domina o poder é constituída pelos domadores da fera chamada eleitor, que por sua vez, com o passar do tempo transmutou-se em palhaço. Somos quase 200 milhões de tristes palhaços que não choram, porque o show não pode parar, mesmo que a lona do circo esteja pegando fogo; mesmo que nossos palhacinhos estejam com aparência esquálida, semimortos de fome; mesmo que as lágrimas escorram de nossos olhos para uma face que devia ser alegre, mas que é triste, tal qual o rosto tristonho do Pierrô, procurando sua Colombina numa Quarta-Feira de Cinzas; mesmo que manchemos o carmim de lábios fissurados pelo tempo; mesmo que ... Não interessa. O importante não são os nossos sapatos furados. O importante é que tenhamos à mão o título eleitoral. Eleitos os que nos governam, estalarão eles os chicotes com o qual tangem a boiada, enquanto cantam e dançam no picadeiro das nossas vidas. A ilusão de que somos importantes, não passa disso mesmo: ilusão. Retocamos a pintura, afivelamos no rosto a máscara do nosso triste olhar, enquanto as luzes se acendem. O dono do circo anuncia com voz tonitruante que o show da vida dos poderosos vai recomeçar. Afinal de contas, o espetáculo não pode parar.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

A culpa é da imprensa

A CULPA É DA IMPRENSA


Como sempre e mais uma vez, a culpa é da imprensa. Pelo menos é o que o presidente Lula e “companheiros” como Evo Morales (Bolívia), Fidel e Raul Castro (Cuba), Hugo Chávez (Venezuela) e Álvaro Uribe (Colômbia) acham, toda vez que a imprensa, seja a radiofônica, impressa, televisiva ou internética, mostra através de notícias, reportagens, cartas de leitores, editoriais ou artigos, qualquer assunto que o governo ou cacique de plantão não goste. Exemplos não faltam. Para os tuxauas cubanos, iranianos, venezuelanos & Cia Ilimitada, além, claro, da esquerda brasileira, o Grande Satã é sempre os EUA. E por que os americanos? Óbvio ululante, diria o grande Nelson Rodrigues. Como eles, os americanos, são os donos das “verdinhas”, controlam tudo o que acontece no mundo, imprensa no meio. Isso, na opinião deles, porque na opinião das pessoas de bem, daqueles que só querem a verdade dos fatos, ou seja, a imprensa séria e livre, quanto mais a imprensa for livre, melhor para todos, principalmente para o país, pois a imprensa é um dos mais fortes e importantes pilares da democracia.
Este preâmbulo é necessário porque, mais uma vez, o presidente volta ao ataque. Desta vez em defesa da ministra Dilma Roussef. Preocupado com o desgaste político de sua candidata à sucessão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu no último 10 de Agosto, em defesa da ministra Dilma Roussef, da Casa Civil. O temor do Planalto é que Dilma seja “colada” à crise que envolve o Senado Federal. O governo também não quer a ministra como personagem da CPI da Petrobras. O presidente afirmou que considera uma fantasia a declaração da ex-secretária da Receita Federal Lina Maria Vieira de que teria recebido um pedido de Dilma, no final do ano passado, para “agilizar a fiscalização” envolvendo o filho do presidente do Senado. Lina afirmou que considerou a solicitação um recado para “encerrar” as investigações do Fisco sobre empresas geridas por Fernando Sarney.
“Eu não acredito. Duvido que a Dilma tenha conversado com a Lina sobre qualquer assunto como esse”, afirmou Lula à imprensa. “Quem construiu essa fantasia, essa história, em algum momento vai ter de dizer que foi um ledo engano. Pode escrever uma matéria assim embaixo: erramos”, completou o presidente. Lula ressaltou ainda que “não faz parte da personalidade” de Dilma agir dessa maneira. “Duvido que a Dilma tenha mandado recado ou conversado com qualquer pessoa a esse respeito. Não faz parte da formação política da Dilma.”
É claro que o senhor Lula da Silva tem o direito de achar isto ou aquilo de quem quer que seja. Acontece, porém, que presidentes, principalmente da República, não existem para achar isto ou aquilo de quem quer que seja. Existem para, quando chamados ou inquiridos sobre determinado assunto, falar a verdade dos atos e, se por acaso não tiver maior conhecimento sobre o assunto, colocar seus órgãos de informação para subsidiá-lo, e assim poder emitir opiniões sobre quaisquer fatos, políticos ou não.
O que não pode, é achar que a culpa de tudo é da imprensa. Por exemplo não foi culpa da imprensa, escândalos como o da licitação para a compra de “gêneros básicos” o da licitação de 600 kg de bombons Sonho de Valsa, 2.000 vidros de pimenta envelhecida em barril de carvalho e 7.000 pacotes de biscoitos, isto ainda em Agosto de 2003. A imprensa também não teve nada a ver com as viagens do presidente, que totalizaram em Agosto de 2003, 163,4 mil km só em viagens internacionais. Em Janeiro de 2004, o Governo Lula compra um novo avião para transporte do presidente Lula no valor de US$ 56,7 milhões. Também em 2004, o Planalto fez licitação para a compra de 750 copos de cristal para vinho, champagne, licor e whiski. A imprensa também nada teve a ver com o “Mensalão”, que custou o cargo ao então ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu.
É bom que nos lembremos desses fatos, entre outros de maior ou menor porte ocorridos no governo Lula, para que não se dê ouvidos às desculpas esfarrapadas ou de que se a versão contraria os fatos, pior para os fatos, como costumam fazer os caíques de todos os naipes ideológicos ou mercadológicos ao redor do mundo.
As críticas ao trabalho da imprensa, no mais das vezes, carregam o rancor e a má-fé dos que querem tratar a República como assunto privado, ao abrigo da natural curiosidade do povo que os colocou onde estão, e que pode de lá tirá-los também. No mais das vezes, como dia o articulista Reinaldo Azevedo, o que eles querem, mesmo, é imprensa nenhuma.

A morte de um homem sério

A MORTE DE UM HOMEM SÉRIO


Tomei Conhecimento com muita tristeza, da morte de um dos homens mais sérios, mais éticos, mais trabalhador e mais honesto de quantos já conheci. E note-se que não foram poucos. Entre eles, sem demérito para os demais e para aqueles cuja memória me falte, posso citar o meu querido amigo e governador do Amapá, Waldez Góes, os desembargadores Dôglas Ramos, Honildo Amaral de Melo Castro, um poço de conhecimento jurídico; Gilberto Pinheiro, o mais caboclo de todos os caboclos tucujus “com muita honra, sim senhor”, como costuma dizer; Luiz Carlos Gomes dos Santos, um estudioso sobre tudo o que há, desde os tempos em que o conheci ainda colegial; Edinardo Rodrigues, um dos mais justos e generosos homens que compõem o Judiciário amapaense e brasileiro, além, claro, de todos os demais desembargadores que compõem o Tribunal de Justiça do Amapá. Também devo citar como exemplos de ética e honradez, outros nomes da terra que os tupis chamavam de O Lugar da Chuva, como o muito culto escritor e juiz de vasto conhecimento jurídico Rui Guilherme Vasconcellos de Souza Filho; a pérola em forma de juíza Dra. Sueli Pini; o grande e honrado advogado Ruben Bemerguy; o meu caríssimo amigo Moisés Zagury, enfim, são tantos que citá-los todos seria abusar da paciência de meus seis leitores.
Mas, perguntarão esses mesmos seis leitores, de quem é mesmo se fala neste texto? Falo do mui conhecido e respeitado Alfredo Oliveira o Cabo Alfredo, que chegou ao Amapá, no início da criação do Território Federal do Amapá, nos idos de 1943, sendo logo contratado pelo governador Janary Nunes.
Determinado e disciplinado, exerceu inúmeras atividades na então nova unidade da federação brasileira. Casado com dona Ione, foi professor de educação física, inspetor escolar, secretário da Prefeitura de Macapá, diretor da Escola Agrícola, prefeito dos municípios de Amapá e Mazagão, representante do Governo do Amapá no Rio de Janeiro, prefeito de Macapá e diretor do atual Iapen no governo de Anníbal Barcellos. Também formou-se em Direito, em Brasília. O último cargo que exerceu em toda uma vida de sucessos, foi a de gerente do projeto de transformação da Base Aérea do Amapá.
Cabo Alfredo também foi comandante do Campo de Concentração de prisioneiros do Eixo (alemães, italianos e japoneses) durante a Segunda Guerra Mundial. Após esse período, foi transferido para o Arquipélago de Fernando de Noronha, ficando à disposição do Exército norte-americano no patrulhamento do Atlântico Sul
Alfredo Oliveira significou respeito e seriedade por onde passou. Mas, como ressaltou o ex-governador do Amapá Jorge Nova da Costa, através de quem consegui as informações acima, e um dos mais próximos amigos desse grande homem, resta-nos o consolo de saber que o velho cabo está no lugar onde Deus abriga os justos e mansos de coração.