sexta-feira, 30 de outubro de 2009

DE ANJOS E INVEJA


Para os antigos hebreus, anjo significava “mensageiro”. Essa tradução continua valendo, tanto no Velho quanto no Novo Testamento. No original hebraico, anjo é grafado como “Malakh” e pode ser traduzido como mensageiros e não são todos iguais, segundo a própria Bíblia. Algumas vezes, adotam a forma humana, atuando como mensageiros de Deus, quase sempre para indicar uma missão especial e sagrada. No Novo Testamento anjo é angelos e tem o mesmo significado de alguém que porta, ou, traz uma mensagem. Quanto ao Anjo do Senhor, eventualmente pode ser confundido com o próprio Deus. Normalmente, esse é enviado para julgar e destruir (Ver 2 Samuel 24:16); para proteger e livrar (Salmos 34:7) e orientar e instruir segundo Mateus 2: 13, 19.
Convém não confundir anjos com arcanjos. Estes são uma nomeação especial para aqueles anjos que cumprem missão especial, como a comunicação feita a Maria, mãe de Jesus, que conceberia o fiho de Deus.
Segundo Voltaire, o autor do verbete anjo na Enciclopédia Francesa diz que “todas as religiões admitiram a existência dos anjos, muito embora a razão natural não o demonstre”. O certo seria se dizer que muitas religiões e não todas reconheceram anjos. Uma antiga religião de raízes judaicas e árabes, envolta em magia e superstições, assim como a dos druidas, a da China antiga, dos citas, dos antigos fenícios e dos antigos egípcios não admitiram os anjos.
Quanto aos brâmanes, orgulham-se de há 5.114 anos ter escrito sua primeira lei sagrada, intitulada Shasta. Só 1.500 anos depois escreveram sua segunda lei chamada Veidam, que significa a palavra de Deus. O Shasta afirma no seu capítulo primeiro que: “Deus é uno; criou o mundo; é uma esfera perfeita sem começo e nem fim. Ele conduz toda a criação por uma providência geral, resultante de um princípio determinado.
O segundo capítulo da Shasta diz que o Eterno, absorvido na contemplação de sua própria existência, resolveu na plenitude dos tempos comunicar sua glória e sua essência a seres capazes de sentir e compartilhar sua beatitude assim como servir sua glória. O Eterno quis e passaram a existir. Ele os formou de parte da sua essência, capazes de perfeição e imperfeição, segundo a sua vontade.
Então está escrito que Ele primeiro criou Birma, Vitsnu e Sib. Em seguida, criou Mozazor e toda a multidão de anjos. Birma foi o príncipe do exército angélico e Vitsnu e Sib seus coadjutores. Eles adoraram o Eterno disposto em torno de seu trono, cada um segundo sua importância. A harmonia reinou nos céus e Mozazor cantou o cântico de louvor e de adoração ao Criador. E o Eterno se alegrou com a Sua criação.
Mas, e tudo tem um mas, a harmonia que poderia ter durado ad eternum assim não aconteceu por causa da inveja. Lembram da serpente do Éden primevo dos hebreus? Pois é, ela, a inveja, se apossou do coração de Mozazor e de outros príncipes dos destacamentos angélicos. Entre esses estava Raabon, o primeiro em dignidade depois de Mozazor. Esquecidos da felicidade de sua criação e de seus deveres, tal qual Lúcifer, o mais belo entre as criaturas de Javeh, rejeitaram o poder de perfeição e adotaram o poder de imperfeição. Fizeram o mal diante do Eterno, desobedeceram suas ordens e disseram: “Nós queremos governar”. Através de promessas sedutoras, aliciaram um enorme número de anjos, e foi assim que surgiu a dor e a tristeza, e o mal proliferou por toda a Terra e por onde mais vá um só ser humano. Foi assim também, que o Eterno, cheio de ira, mandou Sib marchar contra eles, armado de onipotência e precipitá-lo do lugar eminente para o lugar das trevas, no Ondera, para ali serem punidos mil anos vezes mil anos.
Anjos como Gabriel, cujo nome significa “soldado de Deus”; Miguel, que é apontado como arcanjo e cujo nome significa “aquele que é parecido com Deus”, além de muitos outros, além de trazerem boas novas, também lutaram, por ordem do que tudo pode, e precipitaram Lúcifer e seus seguidores ao Hades, lugar destinado aos demônios.
Quanta dor, quanta mágoa, quanta raiva, quanto sofrimento, quantos males de todos os tipos e ordens são causados por esse pecado capital chamado inveja, tanto no reino dos céus quanto na Terra. e que é comum naqueles que pensam menos no que já têm e mais no que lhes falta.
Sejamos brâmanes, cristãos, judeus, muçulmanos ou pertençamos a qualquer outra religião, até mesmo entre os autodenominados ateus, tantos milênios depois, a inveja ainda domina os homens, esquecidos que só o amor constrói. Final de contas, foi o Mestre entre os mestres quem disse: “Amai-vos uma aos outros como Eu vos amei”. E mesmo assim, insistimos em não aprender nada da mensagem divina. Absolutamente nada.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

DERROTA DO ATRASO


Menos mal. O deputado Paulo Pimenta (PT-RS), perdeu a ocasião de ficar quieto e escondido no seu canto, de onde, aliás, jamais deveria ter saído. Líder do atraso e com interesses talvez inconfessáveis, Paulo Pimenta é autor da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) nº 386/2009, que cria a obrigatoriedade do diploma de jornalismo para o exercício da profissão, matéria que já foi julgada e decidida em sentido contrário pelo STF (Supremo Tribunal Federal), por considerar que a exigência fere a Constituição, no sentido em que limita a livre expressão de pensamento, sofreu nova derrota, desta vez na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania) da Câmara Federal. O relator da matéria, deputado Zenaldo Coutinho (PSDB/PA), deu voto em separado na manhã de terça-feira, dia 27/10, contra a dita Proposição.
Zenaldo Coutinho argumentou que a exigência de diploma na área de jornalismo é incabível. “... qualquer tipo de controle, restrição ou condição imposta pelo Estado, que interfira na liberdade profissional no momento do próprio acesso à atividade jornalística, configura, em última análise, espécie de controle prévio que, em verdade, caracteriza censura prévia das liberdades de expressão e informação”. Coutinho diz mais, ainda: Diz que “O maior bem a ser tutelado não é o direito do jornalista de informar, mas sim o da sociedade de ser informada. Inadmissível, pois, exercer o controle do jornalismo e da comunicação a partir do Estado”.
A CCJ adiou para quarta-feira, 04/11, às 10hs da manhã, a votação da PEC 386/2009. Você que leu este artigo ou um outro qualquer abordando este assunto, seja ou não jornalista, pressione o seu deputado. Diga a ele que você é contra esta medida que já existiu no Brasil ao tempo da ditadura militar de 64. Se alguém a quer de volta, ou tem interesses inconfessáveis ou não é amante da verdadeira democracia.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

PAZ E GUERRA


Desde sempre, o que mais se fala quando o assunto é política, seja ela interna ou externa, é de guerra e paz. Mas, o que é a paz? As respostas, além de serem muitas, têm os mais diversos tipos, senão vejamos: para o prussiano conde Carl Von Clausewitz, que lutou contra Napoleão na Rússia e em Waterloo e ajudou a reorganizar o Exército da Prússia, sendo também, o autor do clássico Da Guerra, talvez o maior tratado militar de todos os tempos, guerra era “a continuação da política por outros meios”. Disse mais, ainda. Disse que “o conquistador é sempre amante da paz. Preferia, sem dúvida subjugar nosso país sem ter de combater”. O conde prussiano também dizia que, “a guerra é um ato de força, e não há limite para a aplicação dessa força.” Aliás, antes dele, Heráclito já dizia que “a luta é a regra do mundo e a guerra é a geratriz comum e a senhora de todas as coisas”.
É verdade. Para conferir, basta que se pense no número de mortos da Segunda Guerra Mundial, que envolveu 61 países (apenas os beligerantes); onde 1,7 bilhão de pessoas, ou seja, ¾ da população mundial, à época, dela participaram. Quanto ao número de mortos, foi o maior em toda a história dos conflitos humanos: 75 milhões de pessoas. Desse total, cerca de 47 milhões foram civis, dos quais, 20 milhões morreram de fome, de doenças ou os dois juntos. Entre os militares, o número de mortos em combate foi de 25 milhões, além dos 4 milhões de soldados que padeceram em campos de concentração. Do total, os aliados perderam 14 milhões de soldados e as tropas do Eixo (Alemanha, Itália e Japão) contaram 11 milhões de mortos. Isso, em resumo, mostra a tragédia desse imenso conflito, muito embora para Josef Stalin, o ditador russo, isso fosse apenas uma estatística. Foi ele que disse que “a morte de uma pessoa é uma tragédia. A morte de milhões de pessoas é apenas uma estatística.”
Se esse foi o último grande conflito da humanidade, não podemos esquecer guerras como as do Vietnam, da Coréia, que oficialmente ainda não terminou; do Iraque (americanos), do Afeganistão (russos), e outras menos votadas como as africanas e asiáticas. Se incluirmos nesses números os mortos que devastam países como o Brasil, onde apenas nos últimos mil dias morreram assassinadas 20 mil pessoas, e isso somente na cidade do Rio de Janeiro, o número ficará além da nossa imaginação. No entanto, insistimos em dizer que vivemos em paz.
Paz, como já dissemos, existe de todos os tipos. Que paz é essa na qual pensamos viver: a paz dos cemitérios? A Pax Romana ou, no nosso tempo, a Pax Americana (houve também uma Pax Soviética, uma Pax Otomana, uma Pax Chinesa)? Todas elas foram o resultado de uma conquista e de uma pressão militar contínua que ajudou a manter uma certa ordem. Se, por um lado reduziu o grau de conflito no coração do império, por outro lado produziu várias guerras pequenas, mas sangrentas, na periferia. Isso, claro, agradou aos que estavam no centro da questão; mas aqueles que estavam nas periferias da vida tiveram de lidar com a violência, como o Brasil lida, diariamente, em todos os estados, em todas as cidades e em todas as ruas com a sua própria violência. E isso será paz?
Eu, que sempre vivi a minha própria guerra, guerra pela vida, guerra pelo pão (que o Diabo amassou) de cada dia, guerra contra a guerra, guerra pelo direito de ir e vir – e ficar parado; guerra pela livre expressão de pensamento, guerra contra aqueles que acham que podem ser nossos donos, que podem nos escravizar, guerra pelo direito à vida, à liberdade, à saúde e à segurança, além da guerra contra os que acham que podem impor suas verdades a nosotros, que antes e além de qualquer coisa, nascemos para ser livres, anseio pela paz, mas não a paz da morte, a não ser que morrer seja apenas uma viagem para os Campos Elísios. Se assim for, então que venha, e venha rápido porque lá, nos Champs Elisées não haverá dor, não haverá frio, não haverá fome, não haverá saudade, principalmente isso, saudade de um tempo em que eu não sabia que o futuro existia, e muito menos que o passado podia doer tanto.

domingo, 25 de outubro de 2009

SOBRE A INTOLERÂNCIA RELIGIOSA


Muito embora costume dizer que, das coisas criadas pelo homem para torturar a si mesmo, para limitar-lhe o horizonte e encarcerar-se a si próprio, nada mais pavoroso, não necessariamente nessa ordem, do que governo, casamento e religião. Não que essas instituições não sejam necessárias. São sim, porque sem elas, haveria a desordem plena e o caos total. O problema, como sempre, são os excessos cometidos em nome de Deus, das leis e da preservação do casamento. Neste último caso, porque um dos cônjuges, ou geralmente ambos, pensam que são, cada um, dono do outro, como se fosse possível alguém ser dono de alguém. Apenas os idiotas da objetividade pensam assim, como diria o grande Nelson Rodrigues.
Quantos crimes monstruosos foram cometidos em nome de Deus, independentemente do nome dado a ele, seja Elohim, Javeh, Jeovah, Theo, Deo, YHWH, Alah, Oxalá ou qualquer outro que se queira ou adote. E isso em todas as religiões, conhecidas ou não. Isto porque, para a maioria das pessoas, ateu, como dizia Baruch de Espinoza, não é aquele que não acredita em Deus, e sim aquele que não acredita no nosso Deus.
De outro lado, quanta injustiça existe neste mundo, única e exclusivamente porque muitas delas acontecem somente para que a lei seja cumprida. E isso desde os tempos de Sócrates que, em podendo fugir, recusou-se e preferiu ingerir cicuta, porque acreditava que a lei existia apenas e tão somente para ser cumprida.
Por isso, não causa estranheza o comportamento do senhor Iaci Pelais dos Reis que, em professando religião evangélica e, segundo a Promotora de Justiça Clara Picanço Banha, proibiu, durante o período que antecedeu o Círio de Nossa Senhora de Macapá, que a imagem da santa adentrasse o recinto do prédio onde funciona o Ministério Público do Estado do Amapá, o que é uma antiga tradição do povo católico amapaense. Caso o impedimento ocorresse com toda e qualquer manifestação religiosa, seria possível entender o comportamento do ilustre chefe daquele importante órgão, que existe, prioritariamente, para a defesa do cidadão. A partir, no entanto, do momento em que permite manifestação de sua igreja e proíbe a dos outros, comete flagrante desrespeito às normas constitucionais que asseguram a todos os brasileiros, a livre expressão de pensamento, inclusive o pensamento religioso. Por causa do fato, a promotora de justiça Clara Banha impetrou representação contra o referido senhor Iaci Reis, por prática de discriminação religiosa. O fato é grave. O chefe maior do parquet estadual não pode e não deve adotar tal posicionamento. Se, por uma lado, é livre para adotar o pensamento religioso que acha melhor para si, é também obrigado por lei, a respeitar o pensamento religioso, político, filosófico, ideológico, ou de qualquer outro tipo por ventura existente de quem quer que seja. Convém não esquecer o pensamento, salvo melhor juízo, de Michel de Montaigne que dizia: “Não concordo com uma palavra do que dizes, mas defenderei até a morte o direito que tens de dizê-las.”

sábado, 24 de outubro de 2009

DE QUEM É O TCU?


Muito embora pareça estranho, o título deste artigo é esse mesmo: De quem é o TCU? Ora, TCU, sabemos todos é a sigla de um dos mais importantes órgãos deste país, e significa Tribunal de Contas da Uniao, e sua função é julgar, aprovar ou reprovar as contas dos governantes no âmbito federal. E a pergunta de um fato muito simples, porém, extremamente grave. E não é que o presidente Lula da Silva, político especialista em dizer bobagens, de preferência na hora e no lugar errados, saiu com mais uma "pérola": Disse que é preciso acabar com o excessivo rigor na fiscalização de atos - e principalmente - obras do governo. Tinha que ser ele a dizer isso. Se há uma coisa que este país precisa - e muito - é de mais e mais fiscalização, porque boa arte do dinheiro público sempre vaza pelo ralo da incompetência governamental ou da já tradicional e desenfreada corrupão que empobrece mais e mais o já suficientemente pobre povo brasileiro.
Lula, que tem o hábito de dizer que nunca sabe de nada quando o assunto são os costumeiros escândalos que abalam o país desde os tempos do "mensalão". E sempre que possível, procura fazer a coisa errada no lugar errado. Desta vez, além de interferir na nomeação de um ministro para os quadros do TCU - (o ministro José Múcio (PTB) - disse, segundo a revista Isto é, edição número 2085, de 28-10-2009: "Se tem alguma obra parada é alguma coisa da Justiça ou do TCU". Referia-se o presidente, à paralização, por ordem do Tribunal, de 41 obras federais, sendo 13 do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Semanas antes, o TCU já havia feito restrições ao programa Minha Casa, Minha Vida, um dos carros-chefe da política social do governo. Lula ficou furioso e decidiu retaliar. Durante vistoria às obras da transposição do rio São Francisco, o presidente atacou o tribunal dizendo, repito, a frase infeliz: "Se tem alguma obra parada é alguma coisa da Justiça ou do TCU". E não ficou apenas nas palavras. Em 20 anos, foi a segunda vez que um presidente da República indicou um ministro de fora dos quadros do tribunal, no caso, o já citado José Múcio. A julgar pelo discurso de posse, o novo ministro atenderá aos anseios do governo. "O TCU deve sempre que possível orientar e prevenir antes de condenar", disse ele. Ou seja, porque será que o governo teme tanto a fiscalização de órgãos que existem exatamente para isso: fiscalizar? Ainda assim, o presidente Ubiratan Aguiar, garantiu que "o tribunal vai condenar sempre que for necessário".
É bom que assim seja. Todos sabemos que governantes com perfis ditatoriais odeiam, mais que tudo na vida, imprensa livre e a fiscalização severa de seus atos. Todos queremos habitar os Campos Elíseos, mas é sempre bom lembrar que, Aquele que tudo vê, tudo fiscaliza tambem. Se assim não fosse, como o Todo-Poderoso poderia separar o joio do trigo? No plano terrestre também é assim, particularmente no Planalto Central, senão, como poderia o grande mandatário, o senhor do voto, o povo, separar o joio do trigo no processo eleitoral? Portanto, que se acautelem os que se acham acima do bem e do mal. O castigo, seja no plano celeste, seja no plano terrestre sempre vem. às vezes tarda, mas não falha jamais.
FALANDO DE APOIO CULTURAL


É confortador quando se vê um político mostrar interesse pela cultura, independentemente de ser de caráter local, regional ou a chamada clássica. Nessas ocasiões, tem-se a sensação de que nem tudo está perdido, e apesar de termos tantos analfabetos no poder, ver que alguns políticos são a exceção à regra nos tranquiliza porque vemos que apesar de tudo, há luz no final do túnel. É o caso, por exemplo, do deputado Jorge Amanajás (PSDB-AP), que sempre prestigia eventos culturais. Um dos casos foi o lançamento do Grupo Cultural Língua Solta, cuja sede foi inaugurada na avenida Maria Colares, em Santana. O local vai funcionar como ponto de referência para as manifestações culturais do segundo maior município do Estado. Isso é muito bom, aliás, melhor que bom, é ótimo. É preciso que todos nos conscientizemos do fato de que, somente através da educação, cultura e esporte poderemos salvar as crianças abandonadas do Brasil, que vagueiam perdidos como zumbis pelos campos e cidades deste país continente. O Centro vem com o objetivo de resgatar crianças e adolescentes das ruas. “Vamos transformá-los em grandes talentos”, dizem os organizadores do Centro. Portanto, palmas para os organizadores dessa Unidade de Cultura e parabéns ao deputado Jorge Amanajás, que sabe como poucos, que um país só se constrói através de bons exemplos como esse.
Amanajás, que também é professor diz que “a relação do Poder Legislativo com a Cultura significa dar condições para que nós possamos ter aquilo que de mais importante temos que são as nossas tradições, artes, religiosidades”. Ele ainda destaca que a Casa tem procurado manter uma relação próxima com o grupo, buscando dar apoio sempre que possível.
Outro caso que mostra o interesse do presidente da Assembleia Legislativa pela cultura amapaense foi sua presença no lançamento do livro Amazônia Amapá, de autoria do ex-deputado e historiador Randolfe Rodrigues, em conjunto com mais sete escritores.
A obra, que trata da História do Amapá, teve apoio da Assembleia Legislativa. Segundo o ex-Randolfe Rodrigues, o apoio da Assembleia “é uma contribuição central para a produção histórica amapaense. Temos oito historiados reunidos e organizados nessa obra diversificada”. De acordo com o autor, a parceria e o apoio da Assembleia Legislativa foram decisivos para que essa obra fosse viabilizada.
De nossa parte, resta-nos desejar que outros políticos sigam o mesmo exemplo e prestigiem cada vez mais a cultura e a história do Amapá, tão rica e densa, mas também, tão pouco registrada. E esses registros são fundamentais para todos os tucujus. Afinal de contas, um povo que não tem passado, também não terá futuro.
Falando de música

"A música é o bálsamo mais eficaz para acalmar, alegrar e vivificar o coração daquele que está triste, daquele que sofre. A música torna os homens mais doces, mais benévolos, mais modestos e mais sensatos. Os que sabem cantar, não se entregam nem à tristeza nem ao desgosto. Eles são alegres e afastam a preocupação com o auxílio de suas canções”.
O pensamento acima, que não é meu, mas sim do ainda pouco conhecido Martinho Lutero, retrata fielmente o valor da música sobre o espírito humano. Às vezes, penso que o Apocalipse ocorrerá sob a música grandiosa de Wagner. Quem sabe, o crepúsculo dos deuses não seria a trilha sonora mais adequada para o filme do final dos tempos? Cristo no Monte das Oliveiras é ópera de Ludwig van Beethoven. E também um dos mais amargos momentos vividos pelo homem Jesus. Foi lá que se entristeceu e se angustiou com o próprio fim. Sabia o que viria. Um frio mortal talvez o tenha deixado arrepiado de temor. Quem sabe, por um momento, tenha ficado lívido ante a tortura que em forma de cruz o guardava mais adiante? Talvez tenha deixado tombar uma lágrima solitária. Tinha que ser forte. Mais forte que todos, porque sabia que os deuses não choram.
Mesmo assim, caiu por terra dizendo: “Minha alma está numa tristeza de morte. Meu Pai, se possível, afasta de mim este cálice. Todavia não seja como Eu quero, mas como Tu queres”. E não teve por perto quem cantasse para aliviar seu pranto. Não teve quem tocasse melodia suave para acompanhar seu canto. Seu canto de morte, anunciando o encontro com aquela que tornaria pó seu lado humano, mas que transformaria em Sol luminoso, seu lado divino. Carregaremos para sempre, a culpa de não termos tido, entre bilhões de homens, um só que cantasse para Jesus, para aliviar tanto sofrimento.
São João Crisóstomo dizia que “nosso canto não é senão um eco, uma imitação do canto dos anjos”. Joan Baez disse certa ocasião que “cantar é amar e afirmar, voar e planar, deslizar para dentro do coração das pessoas que ouvem, contar a eles que a vida é para ser vivida, que o amor está aí, que nada é promessa, que a beleza existe e deve ser procurada e encontrada”. Contou-me Pedro, o que antes era Simão, em sonho sonhado antes do começo de tudo, que sua função como chaveiro do Céu é apenas a parte visível do seu trabalho. Não consegue, até hoje, esquecer aquela noite terrível, quando chamado por Jesus, acompanhou-o até o Getsêmani, lugar onde o Filho do Homem pediu ao Pai que o livrasse dasprovações que O esperavam. Sua função era vigiar enquanto aguardava o Senhor dos Homens. Mas, vencido pelo cansaço, dormiu. Quando acordou, Jesus já havia partido para o encontro com Judas. Por isso, porque não vigiou, porque dormindo, não cantou cantigas que amenizassem o peso da angústia que torturava o Sem-pecados, penitencia-se todas as noites, balançando a rede divina atada entre duas estrelas, onde dorme o menino Jesus. E então, canta baixinho, cantigas de ninar. E enquanto canta, pensa, redimindo seu erro – Dorme em paz Jesus, que eu velarei e cantarei por ti. É por isso, dizem, que em manhãs radiosas o Sol surge mais glorioso que nunca. É sinal que Jesus dormiu em paz. E dormiu em paz porque Pedro, inspirado, cantou como nunca ninguém cantou antes. E nem cantará depois.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

O INFERNO DE DANTE


Todos já lemos ou ouvimos algo sobre a Comédia, de Dante Alighieri. Ler, mesmo, essa obra magnífica, em poucos o fizeram. Queiramos ou não, só os muito letrados já gozaram das delícias dessa obra monumental. E eu não estou entre eles. Entretanto, pesquisando, encontrei farto material sobre a obra, o que me permite repassar algumas informações aos meus seis leitores.
A prudência ensina que a documentação sobre a vida do grande bardo italiano é bastante escassa. A maior parte das informações sobre sua educação, sua família e suas opiniões são de maneira geral, meras suposições.
Talvez a causa desse desconhecimento, seja o fato de que Dante passou boa parte de sua vida na condição de exilado, em condições precárias, quase na indigência. Mas, nossa proposição neste pequeno ensaio, é falar mais especificamente da parte mais importante da Divina Comédia, o Inferno. O qualificativo foi colocado por Boccaccio, a partir de sua biografia, escrita por este outro gênio da literatura italiana.
A Divina Comédia é uma obra construída segundo uma rígida simetria. São três partes: "Inferno", "Purgatório" e "Paraiso". Destas duas últimas, falaremos em outra ocasião. Por ora, vamos nos ater ao "Inferno".
Dante, perdido numa selva escura, encontra o poeta latino Virgílio, cujo espírito foi enviado por Beatriz (Musa do poeta) para buscá-lo. O trajeto de Dante e Virgilio se inicia pelo Inferno, parte primeira de sua obra. A entrada do Inferno é situada em Jerusalém - onde Lúcifer teria batido ao cair do céu. O Inferno, segundo Dante, é composto por diversos círculos, que vão se estreitando até o centro da Terra. Cada círculo corresponde a um tipo de pecado, sendo que o primeiro é o Limbo, onde, na teologia cristã estão as almas dos que não puderam escolher Cristo porque nasceram antes de seu advento, ou porque morreram antes do batismo. A partir daí, começa o inferno propriamente dito - os círculos podem estar agrupados ou ter subdivisões.
Temos, então que: No primeiro círculo ou Limbo, estão os ignaros e os virtuosos anteriores a Cristo, além das crianças não batizadas. No segundo círculo, estão os luxuriosos; no terceiro, os gulosos; no quarto, os avarentos e pródigos; no quinto, os iracundos, soberbos e preguiçosos. Todos esse pecadores estão agrupados no grupo dos Incontinentes. Os hereges têm um círculo exclusivo, o sexto. No sétimo círculo do inferno de Dante, estão os violentos contra o próximo (homicidas, tiranos, predadores), os violentos contra si próprios (suicidas e perdulários), os violentos contra Deus, a natureza e a arte (blasfemos, sodomitas e usurários). No oitavo círculo, estão os sedutores e alcoviteiros, os aduladores, os simoníacos, os adivinhos, astrólogos, bruxas e prevaricadores; os hipócritas e os ladrões (coitados da maioria dos políticos brasileiros), os conselheiros de fraudes, os semeadores de escândalos e cismas, os falsários de metais, de moedas, de pessoas e de palavras. Finalmente, no nono e último círculo do inferno estão os traidores dos parentes, os traidores da pátria, os traidores dos hóspedes e os traidores dos benfeitores.
Convém saber que o nono círculo do inferno, tem quatro zonas concêntricas (Caina, Antenora, Toloméia e Judeca) no fundo das quais há um rio gelado (Cocito) e Dite, a cidade de gelo na qual está imerso Lucifer.
Não à toa, é Dante quem diz: “Deixai toda esperança, vós que entrais (no Inferno). Em sua odisséia infernal, Dante encontra personagens históricos, figuras da mitologia antiga e do imaginário cristão como Virgilio (autor de Eneida), Homero (Ilíada e Odisséia), Ovídio (autor romano das Metamorfoses), Francesca Rimini (cujo ruidoso caso de adultério com Paolo Malatesta é recapitulado na Comédia), Ugolino della Gherardesca (acusado de traição pelo arcebispo de Pisa, foi preso com dois filhos e dois netos, onde teria comido seus cadáveres, numa torre onde todos morreram de fome), o papa Nicolau III, além de Ulisses e Lúcifer, que no último canto dilacera três dos maiores pecadores que o mundo já conheceu, ainda segundo Dante: Judas, o traidor de Cristo; Brutus e Cássio, assassinos de Julio César.
Talvez, quem melhor se manifestou sobre a Divina Comédia tenha sido o escritor Giovanni Papini (1881-1956), autor de obras sobre Deus e o Diabo. Disse ele: “É muito simples. É só pegar a sabedoria oriental, o logos grego, a charitas cristã, a civilita romana, Aristóteles, os árabes, os judeus, o Velho e o Novo Testamento, as tradições muculmanas, os conhecimentos científicos da Idade Média, ...”

Recado à CEA

Alô senhor presidente da
Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA)

Conforme notícia enviada pela Agência de Notícias Tucuju, a Praça Floriano Peixoto, que estava linda após a reforma, limpeza e iluminação, está com diversas âmpadas queimadas, transformando o logradouro em "paraiso" para marginais de todos os naies. Vamos cuidar melhor da praça?

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

SOBRE O DIPLOMA DE JORNALISTA


Mais uma vez, venho a público dar minha opinião sobre a questão "Diploma para jornalistas". Tinha que ser do PT. É claro, evidente, óbvio, mais que óbvio, óbvio ululante, que tinha que ser do PT. Falo do deputado Paulo Pimenta (PT-RS), autor da Proposta de Emenda Constitucional(PEC 389/2009), que exige o diploma de jornalismo para o exercício da profissão. Ora, um partido político que endeusa um analfabeto que diz odiar a leitura de jornaais - e livros, por extensão, creio -, caso do senhor Lula, isso dito por ele mesmo, Lula, deve ser composto em boa parte, presumo, por idiotas da objetividade ou analfabetos por demérito próprio. O velho e saudoso Sérgio Porto, criador do eterno Stanislaw Ponte-Preta, possivelmente diria ao senhor Paulo Pimenta a frase imortal: "Ou é má-fé cínica, ou estupidez rígida, quase militar."
Não vou me prolongar sobre um caso que já foi decidido pelo Supremo. E não me surpreende nada essa vontade de voltar aos tempos da ditadura mulitar que dominou o país durante longos 21 anos. Qual o petista democrático por excelência? Se alguém conhece um, apresentem-me essa "avis rara". A propósito, quem são os melhores amigos do presidente Lula: Evo Morales, Rafael Garcia, Hugo Chávez, Kadhafi (o ditador líbio), e outros que tais. E sabe-se que neses países pode existir tudo, menos democracia e liberdade de imprensa Isso, externamente. No Brasil, os amigos do peito de Lula são: Fernando Collor, Renan Calheiros, José Dirceu, José Genoíno e outros da mesma espécie.
E a pergunta inevitável: os militares amordaçaram a imprensa, tanto que ela quase morre sufocada. Será que não é isso mesmo que pretendem, pessoas como o senhor Paulo Pimenta?





Após o adiamento da votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC 389/2009), que exige o diploma de jornalismo para o exercício da profissão, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), autor da PEC, afirmou que a imprensa pode prejudicar a aprovação, ao se mostrar favorável à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que derrubou a obrigatoriedade do diploma.
“Basicamente, durante esses quatro meses, todo o debate público se mostrou favorável ao diploma, mas ontem os jornais mostraram o outro lado da moeda, com vários editoriais dizendo que a questão já foi resolvida pelo STF. Já sentimos o impacto desses editorais entre alguns deputados. Temos uma certa preocupação com isso, mas ainda muitos são favoráveis ao diploma”, declarou Pimenta.
Para o deputado, a imprensa não colabora com o debate público sobre o diploma. “Não se publica nada sobre o assunto nos jornais. Acho que a PEC é a única que será aprovada sem sair na imprensa”.
Pimenta, que também é jornalista, criticou os profissionais por não abrirem o debate. “Os jornalistas discutem entre si, mas não dão uma nota sobre o assunto”, protestou.

FONTE: Programa "A VOZ DO BRASIL"

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Diploma de jornalista: uma questão já decidida

O texto abaixo não é meu, e até o título acima, também não. Ambos são de autoria da jornalista Judith Brito, que trabalha e que foi publicado na revista Valor Econômico, edição de 20/10/2009. Como o assunto interessa a todos os jornalistas brasileiros, independentemente de terem ou não não o diploma de jornalista, decidi reproduzir a matéria, porque essa questão, muito embora já decidida, ainda provoca muitas discussões. Eu, particularmente, com muitos anos de trabalho duro no jornalismo, não tenho diploma para exercer a função. Nem por isso, acho que possuo menor valor pelos que têm a felicidade de estudar e se formar em nível de terceiro grau, dito ensino superior, o que nem sempre é verdade. Fosse assim, os maiores jornalistas deste país como Carlos Lacerda, Assis Chateaubriand, Otto Lara Resende, Nelson Rodrigues e outros tantas mais que fizeram a glória da imprensa deste país, jamais teriam escrito uma linha sequer. A seguir esse caminho, não demorará muito a se exigir diploma para que alguém escreva e publique um livro sequer. Será a glória para os analfabetos por demérito próprio da terra tupiniquim.

Ao texto, portanto

Duas propostas no Congresso querem - via Constituição - mudar decisão do STF que considerou inconstitucional a exigência do diploma de jornalista para o exercício da profissão
Apesar da recente decisão do Supremo Tribunal Federal de considerar inconstitucional a exigência do diploma universitário de jornalista para o exercício da profissão, tramitam no Congresso duas propostas - uma na Câmara e outra o Senado - cujo objetivo é exatamente incluir na Constituição essa exigência. A exigência do diploma vinha de um decreto-lei baixado pela Junta Militar que governava o Brasil em 1969, no auge da ditadura. Na época, tratava-se de tentativa de dificultar a vida de jornalistas sem o diploma que se manifestavam contra o regime. A perspectiva - felizmente, frustrada - de controlar as escolas de jornalismo também fazia parte do plano. Em junho, o STF decidiu que essa legislação é totalmente incompatível com a Constituição de 88, por ir contra o princípio maior da liberdade de expressão. Agora, pretende-se colocar dentro da Constituição aquilo que a mais alta Corte do país definiu como inconstitucional.
Que fique claro: não há quem seja contra a qualificação dos jornalistas por meio de cursos universitários. Jornalismo é uma atividade nobre, fundamental para a cidadania, pois visa servir a sociedade com a apuração e divulgação de fatos de seu interesse. Quanto melhor preparados os profissionais de jornalismo, melhor para os cidadãos, que terão à sua disposição informações de qualidade para formar suas opiniões, para melhor entender o mundo em que vivem. Os bons cursos de jornalismo, além de ensinar as melhores técnicas para o exercício da profissão nos diferentes tipos de mídia, dão a seus estudantes a formação humanista indispensável para esse papel de interlocução com a sociedade.
Mesmo com a decisão do Supremo, as empresas jornalísticas continuarão a contratar a imensa maioria dos seus profissionais dos cursos de jornalismo. Afinal, se o principal patrimônio de um veículo de comunicação jornalístico é a informação de qualidade, de credibilidade, ele é o maior interessado em ter os melhores profissionais. Tanto é assim que, antes da decisão do Supremo, mas quando já vigorava liminar que desobrigava as empresas jornalísticas de contratarem exclusivamente os formados em escolas de jornalismo, elas prosseguiram na contratação de profissionais com essa qualificação. É assim na maior parte das democracias do mundo, onde não há a exigência do diploma universitário de jornalista para o exercício da profissão, mas existem excelentes cursos de jornalismo.
A decisão do Supremo nada teve a ver com essa questão. Foi uma definição em favor do direito fundamental da liberdade de expressão, que é uma das chamadas "cláusulas pétreas" da Constituição (aquelas que não podem ser mudadas em nenhuma hipótese). Disse o Supremo que a liberdade de expressão não pode ser condicionada de nenhuma forma. Quem quiser ser repórter de um jornal, por exemplo, poderá pretender sê-lo independente da formação que tenha. Da mesma forma que não se pode exigir qualquer condicionamento prévio para quem queira escrever um livro. Esse respeito à plena liberdade de expressão permite que talentos que não tenham diploma de jornalista possam dar sua contribuição ao jornalismo e à sociedade.
Ao definir de forma tão clara e sábia esse alcance da liberdade de expressão em relação ao exercício do jornalismo, o Supremo deu continuidade a outra decisão que havia tomado poucas semanas antes, que foi o histórico fim da autoritária Lei de Imprensa, essa também fruto do regime militar. Naquela oportunidade, o STF já havia apontado o caminho da ampla liberdade de expressão como elemento essencial da democracia brasileira. Houve perfeita coerência entre os dois julgamentos- da Lei de Imprensa e da exigência do diploma- e o coroamento do espírito democrático que queremos para nosso país.
Agora, temos essas iniciativas parlamentares vindo na contramão da história. Na remota hipótese de prosperarem, serão julgadas inconstitucionais pelo Supremo, que já definiu categoricamente a questão. Mais do que isso, contudo, o que espanta é a pretensão de colocar tema tão específico na Constituição, como se ela fosse uma colcha de retalhos, onde cabe tudo: "Já que não pode por lei, vamos tentar na Constituição". O processo legislativo de emenda constitucional não pode ser uma instância a mais de recurso contra decisões do Poder Judiciário. E seria esdrúxulo ter na Constituição uma regulamentação para o exercício da profissão de jornalista, como para qualquer outra atividade profissional. A Carta Maior é um documento de princípios gerais, filosóficos mesmo, e por isso não contém absolutamente nenhum tipo de regulamentação profissional.
Há inúmeras questões que realmente importam no mundo contemporâneo da comunicação e que merecem ações do Legislativo brasileiro, como a da preservação do conteúdo nacional em meio à concentração em âmbito global - tanto de infraestrutura de distribuição quanto de sistemas tecnológicos -, trazida pela nova realidade digital. Não faz sentido e será perda de tempo - diante do claro posicionamento do STF em favor da plena liberdade de expressão - tentar a volta da exigência do diploma para o exercício do jornalismo. Vamos olhar para frente e concentrar nossos esforços e energia na modernização do país e na consolidação dos princípios democráticos.

Judith Brito, é presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ)

terça-feira, 20 de outubro de 2009

CELULAR EM CALÇOENE


Finalmente uma boa notícia. Calçoene, município amapaense que sempre viveu praticamente isolado o quesito comunicação telefônica entra numa nova era. Desde o último dia 10, já pode se comunicar via celular. É que nesta data a Operadora VIVO em parceria com a Prefeitura local passou o operar com sinal de alta qualidade. Agora todos podem se comunicar utilizando o celular da operadora. Durante a solenidade, a prefeita Maria Lucimar disse que desde o inicio do ano vinha fazendo gestões junto à empresa, para que o seu município pudesse ser contemplado com os serviços de telefone celular. “Um sonho está se realizando, Em Calçoene, as dificuldades de comunicação via telefone fixo eram extremamente deficientes. Agora o povo passa a contar com os serviços de telefone móvel, e isso é mais que bom, é ótimo” comentou a prefeita Lucimar.
Projeto cria Polícia Rodoviária Estadual

Aprovado na última quarta-feira (14), por votação nominal, no Plenário da Assembleia Legislativa do Amapá, o Projeto de Lei Complementar que cria a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), com sede na capital e jurisdição em todo o Estado do Amapá. O autor do projeto é o deputado Isaac Alcolumbre (DEM). De acordo com o texto a PRE terá como atribuição principal realizar o policiamento ostensivo de trânsito e tráfego nas rodovias estaduais, obedecida a legislação federal especifica. A proposição destaca também, que para a implantação dos objetivos do projeto, o governador do Estado utilizará, inicialmente, pessoal lotado em batalhões existentes na estrutura organizacional da Polícia Militar, mantendo a mesma estrutura do Batalhão originário. Fica a atual, Circunscrição Regional de Trânsito – Ciretran, transformada em Companhia Independente de Policiamento de trânsito – Citran, com atribuições de executar o policiamento ostensivo de trânsito urbano na capital, a fiscalização nas Rodovias pertencentes ao Estado e em Postos Rodoviários.
Durante a discussão do projeto, o deputado Edinho Duarte (PP) disse que considera que este é um dos principais projetos de autoria do deputado Isaac Alcolumbre apresentados no plenário da AL. Ele destacou ainda que, “já acidentes têm se tornado comuns nas estradas federais, em virtude de excesso de velocidade, irresponsabilidade de motoristas, acarretando a perda de várias vidas que terminam precocemente. “A iniciativa programa uma atividade que não existe no estado e isso é muito bom”.
Por sua vez, Keka Cantuária (PDT) apontou que se cada governante fizer algo para resolver o problema do trânsito no nosso Estado, os problemas diminuirão, daí a importância de se organizar o policiamento nas estradas estaduais.
Para o autor do projeto, é importante que a Policia Rodoviária Estadual haja no controle do trânsito nas rodovias, combatendo com rigor, fatos como o movimento de carga no trecho Santana–Macapá, excesso de velocidade e possíveis rota de fuga criminosos.
No Amapá, temos rodovias de grande circulação de carga e veículos de passageiros como a Rodovia JK e a Duca Serra, além da AP-070, a Rodovia José Leite de Macedo, que liga a BR -156 – Espírito Santo à Sede do Município de Amapá, e a AP- 010 – Macapá-Santana-Mazagão.
Agora, o Projeto segue para a sanção do governador Waldez Góes (PDT).
AL TEM CONTAS APROVADAS PELO TCE

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) aprovou a prestação de contas do exercício financeiro dos anos de 2006 e 2007 da Assembleia Legislativa do Estado do Amapá, na gestão do presidente da Casa, deputado Jorge Amanajás (PSDB). A aprovação foi enviada ao legislativo estadual, através dos ofícios 296 e 297/TCE, que datam de 30 de setembro passado. Os documentos são assinados pelo presidente do TCE, conselheiro Julio Miranda, tendo como relator o conselheiro Manoel Dias.
A notícia é boa. Em ocasiões passadas, não poucas vezes contas de diversos poderes deixavam de ser aprovadas, ou eram aprovadas com ressalvas, o que sempre causava dano à administração pública e, por consequência, à sociedade. Observa-se, pois, que o panorama visto da ponte melhorou e isso é bom para o Estado. Parabéns, portanto, tanto aos senhores deputados como aos senhores conselheiros do TCE.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

MINISTRO NÃO TEM COMPROMISSO COM A AMAZÔNIA

O deputado Jorge Amanajás (PSDB-AP) disse na sessão do último dia 19, na Assembléia Legislativa do Amapá (AL-AP) que “Carlos Minc não tem compromisso com a Amazônia”. O desabafo do deputado tucano e presidente da AL, ocorreu após elogiar a iniciativa do governador Waldez Góes, em promover o VI Fórum de Governadores da Amazônia, onde reuniu sete governadores e dois representantes (Maranhão e Rondônia). “Foram extraídas grandes propostas do encontro para a Amazônia Legal”, frisou Jorge Amanajás, que mostrou descontentamento em relação ao comportamento do ministro do Meio Ambiente Carlos Minc para esta região. Para ele, o ministro não tem compromisso com os 25 milhões de habitantes da Amazônia Legal. “O ministro não disse a que veio. Não trouxe nenhuma proposta do Governo Federal. Só veio balançar a cabeça no que foi dito aqui e não deixou nada escrito, ou seja, ele não tem compromisso com esse povo”, frisou.
Para o deputado tucano, os governadores da Amazônia devem trabalhar unidos, porque só assim podem fazer com que suas vozes sejam ouvidas, não só no Brasil, como no resto do mundo”, avaliou. Para o presidente da AL, os governadores estão dando um grito de alerta: “Somos 25 milhões de habitantes, com índices de analfabetismo altssimos e investimento em educação baixíssimo.
Jorge Amanajás destacou matéria na revista Veja, onde é mostrado que o índice de Tuberculose na Amazônia, está acima da média nacional. “Vemos que os problemas continuam décadas após décadas, não são as bolsas que estão sendo dadas aos milhões que vão resolver. Porque as bolsas estão criando na realidade um grande universo de dependentes. Infelizmente é isso. As bolsas tem que ser aumentadas para colocar as nossas crianças nas escolas”, comentou, destacando que o caminho é investir na base da educação das nossas crianças, porque só assim, “a Amazônia vai conseguir sobreviver à tremenda pressão nacional e internacional”.
O comportamento do ministro Carlos Minc com a Amazônia preocupa. Jorge Amanajás. Ele também questionou a proposta que vai chegar a Copenhague, onde será apresentada a Carta de Macapá na Conferência das Partes das Convenções das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15), nos dias 17 e 18 de dezembro deste ano. “Qual o dever de casa que o Governo Brasileiro já fez em relação à Amazônia?”, perguntou Jorge Amanajás.
Para Amanajás, do jeito que a Amazônia é tratada, governadores não conseguirão diminuir o abismo que separa os estados amazônicos e nordestinos dos estados ricos do Sul e Sudeste. “Se não tivermos um entendimento de uma política voltada pra Amazônia, vamos continuar no mesmo lugar. Temos uma região rica, com apenas 6% de saneamento básico, água e esgoto. Um índice muito abaixo do nacional. E o ministro do Meio Ambiente vem ao Amapá e, num encontro não traz uma proposta pra somar com os governadores”, isso é intolerável, comentou.
DEZOITO ANOS

No último dia 16, o Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP-AP), comemorou os dezoitos anos de jurisdição plena e posse da primeira turma de magistrados do Amapá. O dia foi marcado por cerimônias e comemorações diversas, além da realização de um baile na Sede Social da Associação de Magistrados do Amapá (AMAAP). Ao baile, compareceu a quase totalidade dos magistrados amapaenses, acompanhados de suas esposas e filhos, a começar pelo presidente do tribunal, desembargador Dôglas Evangelista Ramos. Entretanto, mais que uma festa, a data representa um fato dos mais importantes na história do jovem Estado do Amapá, particularmente na história jurídica tucuju.
A Justiça amapaense foi instalada em 1991, com o advento da transformação do antigo Território Federal do Amapá em Estado e a consequente constituição dos Poderes.
O Tribunal de Justiça do Amapá é composto por nove desembargadores, 33 Juízes de Direito Titulares, 22 Juízes de Direito Substitutos e quatro Juízes de Direito Auxiliares de entrância final.
Além disso, a Justiça do Amapá é constituída por 12 Comarcas (Amapá, Calçoene, Ferreira Gomes, Laranjal do Jari, Macapá, Mazagão, Oiapoque, Porto Grande, Santana, Serra do Navio, Tartarugalzinho, Vitória do Jari) e quatro Postos Avançados (Pracuúba, Itaubal do Piririm, Cutias e Pedra Branca do Amapari).
Note-se que a Justiça Estadual julga matérias de natureza cível, de família, do consumidor, de sucessões, de falências e concordatas, da infância e juventude, criminais, dentre outras. A maior parte dos processos dão entrada no chamado primeiro grau de jurisdição, que é exercido por Juiz de Direito, ou um Juiz de Direito Substituto (recém ingressado na Magistratura por concurso e ainda sem as garantias constitucionais da carreira). Em caso de recurso, as ações são decididas pelo órgão de segundo grau da Justiça do Amapá, que é o Tribunal de Justiça. No segundo grau de jurisdição as decisões são colegiadas, ou seja, proferidas através de votos de, no mínimo, três magistrados que integram o Tribunal, chamados de Desembargadores.
O Tribunal de Justiça do Amapá sempre buscou o aperfeiçoamento do atendimento à população com implementações de ações efetivas, com constantes investimentos em tecnologia e com a participação em ações de responsabilidade social. Na área de tecnologia, o Tribunal investe na capacitação profissional dos servidores e na informatização de sistemas. A Justiça Amapaense pode ser considerada uma das mais informatizadas do Brasil, contando com cerca de 800 computadores, operados por aproximadamente 930 servidores, o que resulta na eficácia e agilização no atendimento aos cidadãos. O Tribunal ainda disponibiliza consultas de processos no portal, na internet e dispõe de conexões via satélite, com uso de fibra ótica, proporcionando interligação digital com as Comarcas do Estado.
O Supremo Tribunal Federal (STF) realizou uma pesquisa para medir a eficiência de cada sistema judiciário dos Tribunais de cada Estado, para isso criou uma “taxa de congestionamento” que aponta os mais congestionados, que não dão conta da função precípua de julgar e os menos congestionados, que cumprem à risca a função. Os resultados da pesquisa, publicados na revista VEJA (Edição 1904, de 11 de maio de 2005), apontaram o Judiciário do Amapá como o mais eficiente do Brasil, sob o comentário "O exemplo dos melhores", como segue "Às vezes, é a criatividade que faz a diferença. No Amapá inverteu-se a lógica dominante no país: em vez de o cidadão ir à Justiça, a Justiça vai ao cidadão. Um ônibus, equipado com computadores e duas salas de audiência, percorre as ruas das principais cidades do Amapá. Um barco tripulado por um juiz, um promotor e um defensor público também viaja pelo Rio Amazonas, prestando assistência jurídica. Com isso, os processos andam mais rapidamente e os gargalos são reduzidos.".
Como se vê, se o TJAP não nasceu grande no seu aparelhamento tecnológico, nasceu gigante no desempenho intelectual de seus magistrados e demais servidores. Mas, é bom que se complemente que, no Amapá, além de nossos juízes emitirem suas decisões com base nas leis vigentes no estado e no país, é bom que se ressalte que essas decisões comportam, também, uma grande dose de humanismo, pois todos sabemos que ser humano não é uma desculpa para nossos defeitos e sim um privilégio concedido por Aquele que tudo pode.
A maioridade legal que normalmente se adquire ao se completar dezoito anos não vale para o Tribunal de Justiça do Amapá, pela simples razão de que ele já nasceu grande e a tendência natural é só crescer, ampliar suas possibilidades para que atinjamos aquele que é o objetivo de todos nós: Pax et Justitia.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

A TEATRALIDADE DO PODER


É curioso notar que alguns políticos, particularmente os políticos brasileiros, têm uma vocação quase patológica para o que podemos chamar de teatralidade do poder. É como se o grande teatro da vida tivesse diversos palcos, cada um encenando suas próprias peças. Algumas, bem poucas, da melhor qualidade, como se fossem shakeaspereanas. Outras, de tão profundo mau gosto, seria preferível não vê-las, o que às vezes fazemos, sem nos dar conta de que temos a obrigação de ver, e mais que isso, lutar para que deixem de ser representadas e exibidas. São as farsas representadas pelos políticos incompetentes, pelos mentirosos, por aqueles cuja idiotice e estupidez é patogênica, pelo imorais e amorais, pelos dilapidadores da nação, pelos assaltantes do Erário e outros de menor calibre, mas da mesma laia.
Muitas vezes, William Shakespeare, o grande dramaturgo inglês, evidencia essa teatralidade. Para ele, o governante não precisa crer nos valores que defende, mas fazer com que acreditem na sua sinceridade. É o caso, por exemplo, do senhor Luiz Inácio Lula da Silva. Geralmente começa seus discursos dizendo: “Nunca antes, na história deste país......”. Às vezes fico pensando que chegará o dia em dirá: “Nunca antes, na história deste planeta......”.
Como se sabe, a única coisa que não tem limite em todo o Universo é a estupidez humana, por isso, é possível que chegue o dia em que dirá: “Nunca antes, na história do Universo......”. Que sei eu do que acontece na cabeça da classe política? Principalmente de alguns políticos.
Um exemplo claro da teatralidade do poder, é que esse mesmo senhor Lula da Silva, diz viver eternamente preocupado com o bem estar dos brasileiros. É claro que isso não é verdade. Prova-o, o fato de que nossa educação é mais que pobre, é paupérrima, jazendo, há longos anos na UTI da mais absurda indigência, onde nossos estudantes fingem que estudam, os professores fingem que ensinam e o governo finge que paga os professores. No discurso, porém, a conversa é outra. No teatro em que representam essa farsa diária, dizem que estamos no melhor dos mundos. Afinal de contas, vamos realizar a Copa do Mundo em 2014, também vamos - o Rio de Janeiro - ser a sede das olimpíadas de 2016, somos penta campeões do futebol mundial, somos campeões da “bolsa-esmola”, somos mais que campeões nos índices de violência (roubos à mão armada e à mão desarmada também, acidentes de trânsito e assassinatos, sem contar as centenas de milhares de mortes por causa do câncer - qualquer que seja o seu tipo -, dos problemas cardiológicos, hepatológicos, renais, estomacais, pulmonares, dermatológicos, e etc.). Se a postura desses políticos não é apenas teatro puro, não tenho mais a menor noção do que seja teatro, pelo menos, esse tipo de teatro, ou melhor, esse tipo de peça que nos pregam todos os dias.
Na verdade, o destino dos poderosos é sempre incerto, particularmente quando se vive tempos conturbados. Tanto é verdade que podemos, apenas a título de exemplo, citar alguns casos como:
1 - O imperador do Brasil, D. Pedro II, foi apeado do poder pelo Marechal Deodoro da Fonseca, com a proclamação da República;
2 - O doublé de ditador e presidente da República, Getúlio Dornelles Vargas, preferiu o suicídio a ser apeado do poder;
3 - João Goulart, tirado do poder pelo Movimento Militar de 64;
4 - Finalmente, no caso amapaense, o ex-governador e, posteriormente senador João Alberto Capiberibe, teve o mandato cassado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob a acusação de compra de votos.
Mas talvez, o mais cruel destino seja o que teve o Duque de York, personagem de Shakespeare, que feito herdeiro de Ricardo III, sofre duro revés quando seu filho mais novo, Rutland, é assassinado pelos partidários da rainha Margarida, que não se conformava com o fato de seu filho Eduardo ter perdido o trono para o duque.
Após esse fato, o Duque de York cai prisioneiro de seus inimigos, e numa das cenas mais terríveis do teatro mundial, que mostra a que ponto pode chegar a crueldade política, após o “coroamento” de York, Margarida, depois de limpar as lágrimas do duque com o lenço empapado de sangue do filho dele, coloca sobre a cabeça do duque uma coroa de papel, antes que ela e um de seus asseclas o apunhalem. Em um único ato, York cai do mais alto posto de poder, para uma morte abjeta.
Assim é a vida. Um palco onde se representa o mal e o bem, este, infelizmente, encenado por poucos atores, enquanto o mal é representado por milhões de atores da pior qualidade. E a prova de que assim é, é o fato de que o Hages está repleto desses abomináveis seres, enquanto nos Campos Elíseos, são poucos os que nele têm morada. Fazer o quê, se o ser humano é, simultaneamente Deus e o Diabo? Um por cento do primeiro, e noventa e nove por cento do segundo.
Do justo e do injusto

Quem nos deu o sentimento do justo e do injusto? Os crentes afirmam que foi Deus, que nos deu um cérebro e, digamos assim, um coração. Mas, - e essas são as perguntas que mais afligem o pensador - quando a sua razão lhe ensina que há vício e virtude? O conhecimento inato não existe, pela mesma razão que não há árvore que produza folha e frutos ao sair da terra. Dizia Voltaire que, "o que se chama inato não é nada, isto é, não nasceu desenvolvido e que Deus nos faz nascer com órgãos que, à medida que crescem, nos fazem sentir tudo o que nossa espécie deve sentir para a conservação dessa mesma espécie."
A outra pergunta que se faz absolutamente necessária é: De que modo se opera esse estra-nho mistério? Quem de responder há? Os africanos, os americanos do norte, os asiáticos, Cícero, Platão, Epicteto, o homem simples e rude, a cortesã, a mulher índia, o bravo guerreiro, o covarde assumido, quem, quem, quem? Responda quem souber a tão intrigante questão. A verdade é que todos sentimos que é melhor ajudar os necessitados que cegá-los ou tomar o pouco que têm, principalmente quando se tem muito. Acreditamos todos que isso é justo. É essa a noção que temos do justo. Sabemos, também, que um benefício é mais honesto e honroso que um ultraje, que a brandura é preferível à exaltação. Disso sabemos como que instintivamente.
O mesmo Voltaire dizia que, "basta nos servirmos da razão para discernir os matizes do ho-nesto e do desonesto." O mal e o bem, muitas vezes são vizinhos; nossas paixões os confundem. Quem nos há de esclarecer? A resposta é simples: nós mesmos. Isso, evidentemente se nossa estrutura interna, mental, espiritual e emocional for do bem. Quem, em qualquer momento e em qualquer parte do mundo escreveu sobre nossos deveres, escreveu com sua razão, com bom senso. Sócrates, Epicuro, Confúcio, Lao-Tsé, Marco Antonino ou Amurat II tiveram a mesma moral. Na verdade, precisamos nos convencer, e a Igreja que me perdoe, a moral é uma coisa que vem de Deus; os dogmas, diferentemente, vêm de nós.
Apenas como exemplo, e esse não poderia ser melhor, "Jesus não ensinou nenhum dogma metafísico; não escreveu cadernos teológicos; não disse: "Sou consubstancial; tenho duas vontades e duas naturezas numa só pessoa." Séculos depois, coube aos franciscanos e aos dominicanos que chegariam 1.200 anos depois dele, a tarefa de argumentar para saber se sua mãe foi concebida sem o pecado original. Jesus nunca disse que o casamento é o sinal visível de uma coisa invisível; não instituiu monges nem inquisidores, nada ordenou do que vemos hoje", ensina François-Marie Arouet, também conhecido como Voltaire.
Deus nos deu noção e mais que isso, perfeita compreensão do que é justo e injusto. Deus não mudou e não pode mudar. De nada adianta usar distinções de qualquer natureza, mesmo as teoló-gicas, para perseguições fundamentadas em dogmas. A natureza se revolta contra essas coisas e clama, tal qual a sabedoria, "Sejam justos e não sofistas perseguidores."
No compêndio das Leis de Zoroastro, também chamado Zaratustra, pode-se ler esta sábia máxima: "Quando estás em dúvida se uma ação que te é proposta é justa ou injusta, abstém-te."
Quem, algum dia nos deu uma regra mais admirável? Que legislador falou melhor? Nenhum, evidentemente. E por que não agimos do mesmo modo? É tão simples. E existe alguém mais simples que o homem chamado Jesus?

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

OS TREZE APÓSTOLOS


É muito provável que um certo ar de espanto se estampe no rosto do eventual leitor deste texto. E esse espanto muito certamente virá por causa de seu título “OS TREZE APÓSTOLOS”. Ora, apóstolo lembra Jesus e sabe-se que Ele tinha 12 e não 13 apóstolos, então qual a razão do título? Só para manter o suspense entre aqueles que porventura não conhecem a razão de tal título, vamos deixar para explicar mais adiante, certo?
Como se sabe, André foi o primeiro escolhido. A história conta que antes de seguir a Jesus, André seguia a João Batista, que o apresentou a Jesus e que O reconheceu como o Messias, tornando-se o primeiro discípulo. Segundo um documento considerado apócrifo, André pregou em Epiro, Trácia, Galácia, Birnia, Cítia, Danúbui e Acaía, países situados, à época, no Oriente Médio ou Europa Oriental. Ainda segundo esse documento apócrifo, o apóstolo foi martirizado em Patras, sobre uma cruz disposta em X - a cruz de Santo André.
O segundo apóstolo a seguir o Messias foi Bartolomeu (ou Natanael), o Viajante. Nos evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, ele é citado como Bartolomeu. João, entretanto, o cita como Natanael. Também martirizado, Bartolomeu morreu na Armênia, onde os sacerdotes locais mandaram que lhe fosse retirada a pele, e depois, decapitado. Ocorre que há uma outra lenda que conta que esse apóstolo foi martirizado na Índia, onde teria sido crucificado de cabeça para baixo.
Quanto a Felipe, o Místico, consta que Jesus o encontrou pela primeira vez em Betânia, no rio Jordão. Felipe pregou na França, evangelizou o sul da Rússia, e teria, ainda, convertido habitantes do Egito e Etiópia. É quase certo que tenha sido martirizado na Grécia, na cidade de Hierápolis, onde morou com suas quatro filhas, todas profetizas, tendo sido executado na cruz e de cabeça para baixo, aos 87 anos.
João, o mais amado dos discípulos de Jesus, é o que mais informações se tem entre todos. Por causa de seus temperamentos impulsivos, tanto ele quanto Tiago foram apelidados pelo Mestre de “filhos do trovão”. Entre todos, foi o único que permaneceu aos pés da cruz. Foi a ele que Jesus pediu que cuidasse de Sua mãe, Maria. Segundo a tradição, ele tomou conta de Maria enquanto evangelizava em Éfeso, onde ela morreu. É quase certo que tenha sido o único entre os apóstolos a morrer de morte natural.
Judas Iscariotes, o traidor, foi o único a nascer fora da Galiléia, numa aldeia da Judéia chamada Queriote. Por ser o mais instruído, tornou-se o tesoureiro dos apóstolos, administrando o dinheiro comum. Apesar da infâmia milenar que se abateu sobre seu nome, teria sido o próprio Jesus que o teria escolhido para traí-lo, segundo o recém descoberto Apócrifo de Judas.
Sabe-se que Judas Tadeu, primo de Jesus, era agricultor e filho de Alfeu ou Cleofas, que era irmão de São José, pai de Jesus. Era portanto, primo-irmão de Jesus por parte de seu pai. Na famosa passagem referente às Bodas de Canaã, Judas Tadeu seria o esposo. Segundo a tradição cristã, foi ele que evangelizou a Mesopotâmia, a Palestina Síria e a Arábia. Foi martirizado de forma cruel na Pérsia. Sacerdotes pagãos o mataram a golpes de machado por se recusar a prestar culto a uma deusa local.
Mateus era cobrador de impostos. Por causa de seu trabalho, é quase certo que soubesse ler. É o autor do Evangelho de Mateus e também deve ter sido um homem rico. Mateus presenciou milagres, escutou os ensinamentos de Jesus e mais tarde fez relatos do que viu em seu evangelho, escrito, originariamente em aramaico, língua primeira de Ieoshua (Jesus). Estudos feitos por historiadores de muita seriedade apontam na direção de que Mateus passou seus últimos anos pregando na Pártia e na Etiópia, onde foi martirizado na cidade de Nadabá, em 60 d.C.
Pedro, o que era Simão, também chamado de “Príncipe dos Apóstolos”, era um homem simples, rude e de pouca instrução. Pescador, morava em Cafarnaum, na Galiléia, cidade banhada pelo rio Genesaré, também conhecido pelo nome de Mar da Galiléia. Era sócio e irmão de André. Ao lado de Tiago, Pedro foi o líder mais influente da igreja primitiva. Sua prisão foi decorrência da ordem emanada pelo rei Agripa I e encaminhado a Roma, sob o reinado de Nero. Considerou-se honrado ao tomar conhecimento de sua sentença de morte. No entanto, não se considerando digno de morrer como o Mestre, pediu - e foi atendido - para ser crucificado de ponta cabeça, provavelmente em 64 ou 65 d. C. Algumas fontes sustentam que sua mulher foi atirada às feras no mesmo dia de sua morte.
Simão, o Zelote, provavelmente assim foi chamado por pertencer à seita judaica do mesmo nome. Considerados radicais, os zelotes eram nacionalistas extremados. Simão pregou no Oriente e na África, junto com Judas Tadeu e Felipe. Foi martirizado na Pérsia.
Depois da ascensão de Jesus, Tiago evangelizou a Espanha, a Espanha, sendo considerado o patrono daquele país. Seu sepulcro foi descoberto em Campus Stellae, nome que inspirou Compostela, na Espanha, um dos maiores centros de peregrinação cristã na Europa.
Tiago, filho do carpinteiro José, era irmão de Jesus. Depois do martírio do Mestre, foi mais influente que Pedro na Igreja primitiva, por causa de seu parentesco com Jesus. Segundo alguns historiadores, inclusive Josefo, o apóstolo teria sido pisoteado e apedrejado por se recusar a denunciar os cristãos. A ordem para essa selvageria partiu do Conselho do Templo, o sinédrio, em 62 d. C.
Tomé, também conhecido como Tomás e Judas Tomé, ou ainda Didimo Judas Tomé, ausente na primeira aparição de Jesus, após sua crucificação, duvidou dos demais apóstolos que afirmavam que Jesus tinha voltado. Na segunda visita de Jesus aos apóstolos, o Mestre convidou Tomé a colocar os dedos sobre suas feridas para comprovar que era ele mesmo. Tomé levou o cristianismo à Índia em 52 d. C. Foi martirizado e morto um ano depois pelo rei Milapura, na cidade indiana de Madras. Segundo consta, foi executado a flechadas enquanto rezava.
Finalmente, chegamos a Matias, o 13º apóstolo. Entre todos os discípulos de Jesus, era o menos conhecido. Na verdade, não foi ele designado por Jesus. Depois da morte de Judas Iscariotes, Matias foi sorteado por Pedro para ocupar o lugar daquele que traíra Jesus. Sua importância advém do fato de que foi ele que estabeleceu os fundamentos do cristianismo egípcio, ajudando a moldar aquilo que veio a ser o gnosticismo - vertente mística cristã. Morreu decapitado por ordem do sinédrio judaico na Pérsia.
Além de Matias, também são considerados apóstolos, Maria Madalena ou Maria de Magdala, a única mulher entre todos eles, além de Paulo, o que antes era Saulo, totalizando, portanto, não apenas 12 apóstolos como geralmente são conhecidos os primeiros seguidores de Jesus, mas sim, 15 como na realidade o são, muito embora seja provável que alguns cristãos não aceitem muito essa idéia de um número de seguidores maior que aqueles com que todos nos acostumamos, ou seja, apenas doze. Mas, fazer o que, se assim é?

sábado, 10 de outubro de 2009

O ÓBVIO ULULANTE


Óbvio, é apenas o que está na cara. O problema é que, geralmente, não o vemos. Não que não o vejamos realmente. A questão é que padecemos da cegueira mais absoluta, principalmente quando o que está à nossa frente é o óbvio. Particularmente o óbvio ululante, como dizia o grande Nelson Rodrigues.
Uma das obviedades mais óbvias que outras, é que os pobres vivem dos ricos. Sem os ricos o que seria dos pobres? Quem é que poderia fazer uma caridade? Me dá um empreguinho aí! Seria impossível arranjar qualquer ajuda. Sem rico o mundo estaria incompleto, os pobres estariam perdidos. Mas, segundo Darcy Ribeiro, vieram uns barbados dizendo que não, e atrapalharam tudo. Tiraram aquela obviedade e puseram outra oposta no lugar. Aliás, uma obviedade subversiva.
Do ponto de vista de alguns brancos, seja lá o que isso for, porque para mim, só existe uma raça, a raça humana, a discriminação racial ainda é um fato e um fardo pesado demais que carregamos sobre costas cansadas de tanta tolice, tanta imbecilidade, como é o preconceito, seja racial, religioso, político ou de qualquer outro tipo ou matiz.
Ser negro no Brasil não é nada fácil. Basta olhar em volta. Eles fazem um esforço danado para ganhar a vida, mas não ascendem como os brancos, salvo as exceções, que sempre as há. Sua situação, no geral, é de uma inferioridade social e cultural muito visível, muito evidente, que é óbvia. Os negros foram inferiorizados. Foram e continuam sendo postos nessa posição de inferioridade pelas mais diferentes “razões históricas”. Razões que nada têm a ver com suas capacidades e aptidões inatas mas sim, tendo que ver com certos interesses muito concretos, dizia o grande e já citado Darcy Ribeiro, um dos maiores antropólogos e educadores deste país.
Uma obviedade difícil de admitir é a obviedade doída de que nós, brasileiros, somos um povo de segunda classe, um povo inferior, chinfrim, vagabundo. Basta olhar! Somos 100 anos mais velhos que os americanos do norte, e estamos com meio século de atraso com relação a eles. A colonização da América no Norte começou 100 anos depois da nossa, mas eles hoje estão muito adiante. Nós, como sempre, trotando na vida, enquanto eles andam a galope.
A Antropologia, por exemplo, por demasiado tempo não foi mais do que uma doutrina racista sobre a superioridade do homem branco, europeu e cristão. Foi, no meu pobre entender, um continuado esforço para comprovar e demonstrar que a mistura racial, a mestiçagem, produziria uma raça de pessoas inferiores, uma espécie de gente-mula, atrasada e incapaz de promover o progresso. Os antropólogos, coitados, por mais de um século estiveram muito preocupados com isso, e nós, brasileiros, comemos e bebemos essas tolices deles durante décadas, como a melhor ciência do mundo. O próprio Euclides da Cunha não podia dormir porque dizia que o Brasil ou progredia ou desaparecia, mas perguntava: como progredir, com este povo de segunda classe?
Com estas e outras obviedades convivemos alegre ou sofridamente por muito tempo. Nos últimos anos, porém, descobrimos meio assombrados, que aquela aparentemente óbvia inferioridade racial inata, climático-telúrica, asnal-lusitana e católico-barroca do brasileiro, não era verdadeira. Ainda temos um fraco desempenho em relação à aquela parte do mundo que se convencionou chamar de Primeiro-Mundo. Entretanto, não só avançamos muito, como temos mais, muito mais que eles. Temos a alegria de viver, somos, talvez, o único povo que consegue rir da própria desgraça, e isso não é fácil. Temos tantos lugares, paisagens e pessoas tão lindas, tanto externamente como internamente, que podem fazer com que até o Todo-Poderoso fique maravilhado.
Eu, de minha parte, agraciado que fui por YHVH, o impronunciável, tive a honra, não só de nascer amapaense, mas também brasileiro, obviamente sou gratíssimo a Ele e aos meus milhões de amigos.
Também é óbvio que a nossa classe política, salvo as exceções de sempre, ainda está por se fazer respeitar. Mas disso, falaremos em outra ocasião. Por enquanto, resta-nos esperar por um milagre para que, finalmente, tenhamos tanto em Brasília quanto nos mais distantes rincões do Brasil, políticos realmente compromissados com o bem estar do nosso povo.
Obviamente, é difícil que isso se torne realidade, mas, se eu que estive muito além das estrelas voltei, por que isso não poderia acontecer? Pode ser que alguns não acreditem, mas, milagres, acontecem sim. E obviamente, podemos até acreditar que um dia, não só seremos um país de primeira qualidade, como faremos esse milagre sem perder a doçura que nos é característica. Nós, o povo, evidentemente.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

DESABAFO


Sou um homem paciente. Minha mulher, também. Tanto que estamos casados há 36 anos, sem contar quatro anos de namoro. Isto no tempo em que no namoro, o máximo que havia era o famoso “mão-na-mão” e nada mais. Entretanto, tudo tem limite e um dia, tem final, também. E por que inicio este texto falando sobre a virtude da paciência? Porque, regra geral, é por falta dela que vemos tanta desunião, tanto atropelo, tanto sangue derramado, tanto estresse, tanta inferlicidade.
Este desabafo é por causa do nosso Excelentíssimo Senhor Prefeito Roberto Góes. Confesso que tenho profunda estima por ele e aprecio muito a forma como vem se conduzindo à frente da Prefeitura Municipal de Macapá. Na verdade, exceto ao tempo do ex-prefeito Domício Campos de Magalhães, e muito tempo se vai, nunca vi Macapá tão limpa e tão bela. Parabéns ao nosso alcaide pelo bom trabalho que está realizando. O problema, é que ainda moro em Porto Alegre por causa de um transplante de fígado que lá realizei há dois anos e por isso, poucas vezes tenho tido a felicidade de voltar à terra tucuju nos últimos anos. A última vez que aqui vim foi em maio deste ano. Agora, cá estou desde o último dia 13 de Setembro, devendo retornar à capital gaúcha para os meus exames de, digamos, manutenção no próximo dia 14 deste mês de outubro. O problema é que, desde maio, tento desesperadamente falar com o nosso prefeito e não o consigo. Sei que ele tem muito trabalho a realizar. Sei também que ele tem muitas reuniões a fazer com seus auxiliares mais imediatos e com toda a classe política, do governador do Estado ao mais humilde dos nossos vereadores. E é assim mesmo que tem que ser feito. Mas, a pergunta que faço é a seguinte: Será que desde maio até hoje, não teria ele pelo menos dez a quinze minutos para ouvir um simples e pobre jornalista, que tem a tratar com ele, assuntos de extrema premência para muitos pré e pós transplantados, que dependem, inclusive e principalmente da União, dos Estados e Municípios para conservarem suas próprias vidas? É possível que não tenha mesmo esse tempo. Entretanto, quando se pensa que assuntos como a manutenção da vida de qualquer pessoa é e deve ser a prioridade um de qualquer governante, não seria esse argumento o suficiente para que ele ouvisse essa gente? Convém não esquecer que após a criação dos transplantados do Amapá, que englobará pré e pós transplantados, suas famílias e qualquer pessoa que dela queira participar, essa associação será, com certeza, uma entidade com muita força política, podendo, eventualmente, decidir uma eleição, independente de qual o cargo que um determinado candidato pretenda.
E para que não se diga que não sou encontrável, meu endereço em Macapá é: Av. Feliciano Coelho, 126 – Altos – apartamento B, bairro Central, em frente ao Colégio Moderno. Meu número de telefone é (96) 9132-91-29, meu e-mail é: jornalista.cbezerra@gmail.com e meu blog é www.jornalistacbezerra.blogspot.com
Quero que meu amigo Roberto Góes não fique muito zangado comigo por causa deste desabafo. É que este, foi o caminho que encontrei para que, se ele chegar a ler este texto, peça a algum de seus assessores que mantenha contato e possa me reservar um pouquinho, só um pouquinho do seu precioso tempo. Quanto a mim, estou às ordens para, se necessário, ajuda-lo em qualquer projeto que traga benefícios reais para a nossa amada cidade de Macapá e seus habitantes.
Com respeito e um forte abraço,

CARLOS BEZERRA

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

TREVIZANI RECEBE TÍTULO HONORÍFICO


O ex-jogador de futebol Antonio Sérgio Trevizani, que jogou no Santana Esporte Clube e na Seleção Amapaense de Futebol, na década de 60 e 70, recebeu no último dia 6 de outubro, da Assembléia Legislativa do Estado do Amapá, o título de Cidadão Amapaense, em reconhecimento às relevantes conquistas que realizou no futebol amapaense.
A iniciativa partiu da deputada estadual Francisca Favacho (PMDB). Da tribuna da Casa, Antonio Trevizani agradeceu a honraria e destacou que “embora tenha nascido no Espírito Santo, com três anos de idade vim para o Amapá, tive o privilégio de conhecer boas amizades, amo essa terra e é com o coração em festa que aceito essa homenagem”, afirmou.
Francisca Favacho entregou a honraria ao desportista, juntamente com o presidente da AL, deputado Jorge Amanajás (PSDB) e do técnico do Santana Esporte Clube, Coronel Miranda.
Para a parlamentar, autora da solicitação, “o Santana Esporte Clube está voltando com o seu futebol profissional e nada melhor que homenagear esse grande desportista, culminando também com o período em que se comemora o aniversário dessa agremiação.”
Antonio Trevizani nasceu no dia 03 de fevereiro de 1950 no Município de Vitória, no Estado do Espírito Santo. Como esportiista conquistou diversos títulos pelo Santana Esporte Clube nas décadas de 60 e 70; considerado pela critica esportiva do Amapá como um futebolista de excepcionais qualidades. Um dos fatos marcantes de sua atuação, no jogo da Seleção Amapaense contra a Seleção Brasileira de Novos, na inauguração dos Refletores do Estádio Glicério Marques, foi o autor do primeiro gol naquela ocasião.
O título concedido a Trevizani fala de perto ao meu coração, pois, no início da década de 60 fomos colegas de escola, na mesma sala de aula, juntamente com amigos que não vejo há décadas, como o Maurinho, Paulo Mendes, Jabes, Patrícia Nikolai, Josie Remédios, uma linda menina; Natalina que chamava a si mesma de Natalie Wood, uma antiga estrela de Hollywood; Luiza, que o grande Mestre já chamou para viver nos Campos Elíseos; o mesmo Antonio Trevizani, que tive o prazer de vê-lo em sua estada em Macapá e tantos outros que a poeira do tempo levou. Na contrapartida, vez em quando encontro amigos da mesma e antiga escola, a Escola Norma, transformada depois em IETA (Instituto de Educação do Território do Amapá, onde hoje funciona a nossa Faculdade Estadual do Amapá. Desses, posso citar Celso Façanha, José Jansen Jucá, Juarez Cabral, Dos Anjos, por quem tenho enorme admiração e tantos outros que a memória me falha. Que Deus seja com eles, tão generoso como tem sido comigo, desde que saí do Vale da Sombra da Morte para nunca mais voltar.
INICIA AMANHÃ O RODEIO EM TARTARUGALZINHO


O já tradicional "Rodeio do Mineiro" tem inicio amanhã (9), quinta-feira, em Tartarugalzinho e vai ate sábado. Durante três dias a programação promete movimentar aquele município. Comercialização de animais,rodeio,concurso de miss do Rodeio,pesque e pague,canoagem e apresentações de varias bandas regionais vão esquentar o evento. Espera-se que durantes os dias do evento passem pelo local mais de 15 mil pessoas.
WALDEZ GÓES RECEBE TÍTULO DE SÓCIO DA AAPEA


Governador Waldez Góes recebeu no último dia 7 de Outubro, o título de “Sócio Honorário” da Associação dos Aposentados do Amapá (AAPEA), porque quando ainda deputado estadual, foi o autor da lei que transformou a Associação em entidade de Utilidade Pública. A AAPEA completa no próximo dia 16, 59 anos de existência e tem cerca de 3.000 associados. O prefeito de Macapá, Roberto Góes, o empresário Jaime Nunes e o deputado federal Jurandil Juarez também receberão, em breve, o mesmo título.
UM HOMEM CHAMADO JOSÉ


Perdido na imensidão do cosmos, um planeta revoluteava em giros tristes e solitários. Ficara assim, desde que a solidão o tornou diferente dos demais planetas e das super-novas, estrelas cheias de brilho, luz e vigor, que caminham pelo negror do Universo, acreditando que suas luzes durarão para sempre.
Aquele triste planeta, além de não ter luz própria, perdera o pouco que refletia, quando seu guia, o Sol, desabou para dentro de si mesmo, cansado por quatro bilhões de anos de fulgor constante. Quatro bilhões de anos é tempo demais, até mesmo para uma estrela que um dia pensou ser eterna. Ainda bem que pensou errado. A eternidade é cansativa demais.
Mas, aquele planeta já tivera seus momentos de beleza sideral. Consta que selenitas encantados, encantavam suas encantadoras mulheres, cantando melodias tiradas de muito além das nossas limitadas sete notas musicais. Nesses momentos, a Via Láctea quedava-se, muda de prazer, nas noites de Terra cheia.
Dizem também, que num certo sentido, o planeta já tivera uma espécie de luz própria. Fora há muito tempo. Um tempo tão distante, que quase se perdera na história do tempo.
Essa luz resultara de uma prosaica história de amor. Não o amor-paixão, o amor-erótico, o amor-cama, o amor-frenesi, o amor-loucura, o amor-orgasmo.
Esse não. Esse era o amor diferente. Um amor feito de calma, de ternura, de bem-querer, de amizade. Um amor de pureza.
Esta é a história de amor de um homem chamado José.
José, foi para aquele planeta, o símbolo da humildade e da submissão a uma vontade superior, que não entendia, mas perante a qual se curvava, porque sabia que seu destino estava traçado nas estrelas, muito antes sequer da possibilidade de existirem. Tanto ele quanto as estrelas.
Herdeiro de Davi em linha direta, não conhecia o orgulho ou a ambição. Era, antes de mais nada, um homem simples. Um puro de coração.
Talvez tenha sofrido silenciosamente, diante da dúvida que um dia, o demônio do ciúme tentou destilar em seu coração. Mas foi só um segundo. Como duvidar da mulher que amara sobre todas as coisas, e que fora escolhida para um destino maior que o seu?
Os anos passaram, José envelheceu e morreu poucos anos depois de seu filho, condenado à morte aos 33 anos. Seu coração sangrou tanto, que por um momento pensou não resistir a tanta dor. Mas crente na recompensa do amor, não vacilou. Acreditou e amou Maria até o final dos tempos que ainda não chegaram.
Uma história antiga, que só os privilegiados selenitas encantados conhecem com detalhes, diz que, se por ventura, em algum lugar, alguém conseguir ver dois cometas brilhantes, lado a lado, verá também as figuras de um homem e uma mulher, de mãos dadas, passeando pelo infinito, enquanto seu filho, Jesus, cuida da administração do Universo.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Eu sei que vou te amar

Estava só. Absolutamente sozinho. Perdido, contemplava o espaço sem fim, e sentiu a sensação aterrorizante da sua pequenez diante do Universo. Fazia tão pouco tempo que descera das árvores. Olhou em volta e não viu ninguém. Nem podia. O Criador não fizera ainda, aquela que povoaria os seus sonhos de dúvidas, angústias, desejos, ânsias, paixões e amores.
No albor da humanidade, o homem só, ainda não conhecia o ciúme, o pior dos sentimentos, porque gera a vontade de matar. E quem tem vontade de matar, ainda que não o faça, é como se já o tivesse feito. Quem mata ou deseja fazê-lo, sente-se maior, mais poderoso. Uma pena, pois com isso decreta a própria morte. O poder é a morte em vida, pois corrompe, degrada, polui, conspurca, fere, destrói, queima. E depois que passa, deixa atrás de si apenas espectros de homens.
Mas o homem só, ainda não sabia disso. Não compreendia sequer quem era, e qual o objetivo da sua existência. E por isso, olhando tudo o que havia, criou para si uma idéia de perfeição, que compensasse o nada que era. Foi assim que nasceu aquela que o destruiria, mas que o faria, simultaneamente, compensar a si mesmo, fazendo-o sentir o maior dos sentimentos, que é a glória de amar.
E foi naquelas terras, que muito tempo depois seria chamada de ancestral de todos os homens, que nasceu a mais bela, a mais poderosa de todas as mulheres que o mundo jamais conhecera. Eva foi o seu nome e Adamat, a Terra, na língua do povo que o Todo-Poderoso, muito tempo depois chamaria de seu, prostrou-se a seus pés e adorou-a, como nenhum outro ser fez antes, e nem faria depois. Eva, a Imaculada, encantada por tanto amor, deixou-se amar, e foi assim que nasceram todos os outros homens.
Foi quando Adamat olhou pela segunda vez para o universo sem fim, e fez o seu canto de amor, sabendo que ainda choraria muito por ele, mas, afinal de contas, o que seria o amor se não fosse enfeitado por colares de lágrimas translúcidas?
E assim pensando, cantou para que todos os animais dos céus, das terras e das águas ouvissem o seu grito desesperado da ânsia de amar: “Quando o mundo for um deserto de homens e de idéias, nada estará perdido, porque ainda assim, eu sei que vou te amar.
Quando a saudade se apossar de mim, e todo o sofrimento que há, habitar o meu corpo cansado de tanto chorar por ti, ainda assim restará uma esperança, porque eu sei que sempre vou te amar.
Quando o teu olhar não mais me olhar, ainda assim será o meu raio de sol, porque eu sei que vou te amar.
Quando o Titanic do meu amor, bater no gelo negro da tua indiferença, afundarei, é verdade. Mas, mergulharei para sempre no mar do sofrimento sem fim, sabendo que um dia ressurgirei, porque comigo, mergulhará a certeza de que eu sempre vou te amar.
Quando a última estrela apagar e o universo inteiro mergulhar na idade das trevas, ainda assim restará um fiapo de luz que poderá, quem sabe, acendê-las todas novamente. Será o meu amor eterno, protestando contra a escuridão maior, que a falta de ti provoca. Mas, ainda que isso aconteça, sei de certeza, que eu sempre vou te amar.
Mas quando o momento do deitar eterno chegar, e o vento do tempo soprar sobre a poeira do que restou de mim, voarei em forma de pó aos campos da nossa África ancestral. Lá, misturado aos campos, às árvores, aos animais, às rochas, e às águas que deram origem à tua existência divina, tudo será diferente, exceto a mais absoluta certeza, que já existia antes mesmo que tu existisses, porque eu sei que sempre vou te amar”.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

MENÊ, TEQUEL E PERÊS


A campanha eleitoral para as eleições de 2010 já está nas ruas de todo o país. Naturalmente que aqui no Amapá também, muito embora, todos os políticos envolvidos direta ou indiretamente nela o neguem veementemente, de mãos postas e pés juntos, o certo é que todos eles só pensam naquilo. Isto posto, é necessário que comecem a pensar com frieza, calculadamente, friamente e de modo inteligente o que vão fazer. Certas alianças que hoje são tidas como certas, de repente, é como se nunca tivessem existido. Adversários ferrenhos de outrora, sem mais e nem menos vão jurar que são amigos desde criancinhas, e outros, por sua vez, que eram unha e cutícula, casa e botão vão deixar até mesmo de se cumprimentar, como se jamais houvessem sequer visto um ao outro. Dito isso, é preciso que tomem as cautelas apropriadas, para não serem apanhados de calças curtas, quando pensavam estar usando “black tié.”
Uma antiga história hebraica conta que Daniel, cujo nome significa “Deus é meu juiz”, - não confundir com o outro Daniel, este filho de Davi com Abigail (de Carmelo, também chamada de “a carmelita)) - um dos quatro Profetas Maiores em razão da extensão de seu Livro, este sim, autor e herói do Livro ou Profecias de Daniel e que por ser nobre, foi levado por Nabucodonosor para “o cativeiro da Babilônia”, comprovou ali sua fidelidade a Deus. E há uma um episódio em que faz uma profecia para o reino de Baltazar, quando aparecem, misteriosamente, três palavras indecifráveis na parede do palácio real, no qual estava acontecendo uma festa. A frase era a seguinte: “menê, tequel e perês”, mantendo o significado de “contado, pesado e separado.” Tais palavras foram interpretadas por Daniel como: Deus “contou”os anos de teu reinado (menê), e nele está pondo um fim; foste “pesado” na balança, e considerado em falta (tequel); teu reino vai ser ser dividido e entregue aos medos e persas (perês ou plural parsim) . Na mesma noite houve a invasão do medo Dario, que se tornou rei.
Do mesmo modo, todos os candidatos vão ser contados, pesados e separados, ou seja, vão ser “menê, tequel e perês) pelos eleitores. E quem quiser, não acredite, mas nossa vida, independentemente do façamos ou deixemos de fazer, é contada (nosso tempo de vida); pesada (o peso de nossas ações, boas ou más) e separada deste corpo que nos aprisiona para que possamos nos dirigir ao Hades (Inferno) ou ao Shiquinah (o lugar da Presença Divina, em hebraico), também conhecido entre nós como Céu ou Campos Elísios.
E se isso é verdade na vida diária de cada um, muito mais verdadeira é, quando aplicada no terreno movediço da política.
Amizade, que sentimento é esse?

Todos temos um amigo, uma pessoa que nos atende pedidos de ordem variada, até mesmo quando, a princípio não pode nos atender. Ainda assim, faz o possível e o impossível para que sejam satisfeitos os anseios e desejos do amigo, particularmente nas horas da sua amargura, da sua tragédia. Eu sou um exemplo disso. Sofri de uma grave patologia hepática, no caso uma hepatite virótica do tipo C, que só teve fim após um cirurgia de transplante de fígado, realizada com absoluto sucesso no Hospital Dom Vicente Scherer, em Porto Alegre (RS), no dia 20 de Outubro de 2007. Entretanto, é bom que se diga, que minha sobrevivência e a recuperação plena da minha saúde, além da vontade do Todo-Poderoso e dos médicos que realizaram essa operação, só foi possível, graças ao milhão de amigos que a graça de Deus me concedeu.
Mas, o que é, mesmo, esse sentimento chamado amizade? Sobre o assunto, e de novo citando o grande Voltaire, ``a amizade é o casamento da alma, e esse casamento está sujeito ao divórcio. É um contrato tácito entre duas pessoas sensíveis e virtuosas. Sensíveis, porque um monge, um solitário, pode não ser mau e viver sem conhecer a amizade. Virtuosas, porque os maus só têm cúmplices, os voluptuosos têm companheiros de devassidão, os interesseiros têm sócios, os políticos congregam partidários, o comum dos homens ociosos têm ligações, os príncipes têm cortesãos; somente os homens virtuosos têm amigos.'' Para verificar a assertiva do acima exposto, basta olharmos ao redor e, com certeza identificaremos conhecidos que são correligionários de um político qualquer, ou são sócios de outra pessoa, movido apenas pelo interesse próprio e nunca pela amizade.
Voltaire nos dá como exemplo, Cétego, que era cúmplice de Catilina (Lúcio Sérgio Catilina, que conjurou contra o Estado romano); Mecenas, poeta e cavaleiro romano da corte do imperador de César Augusto Otávio ou Otaviano, que protegeu as artes e as letras. Por ou-tro lado, Titus Pomponius Atticus era amigo de Marcus Tullius Cícero, amizade comprovada pelas 396 cartas que Cícero escreveu a Atico, reunidas em volume com o título de Epistulae ad Atticum.
Sabemos todos que amizade não se comanda, tal qual acontece com o amor e a estima. ``Ama teu próximo'', significa apenas ``Ajuda teu próximo.'' Mas não diz de modo claro e insofismável: ``Desfruta com prazer de sua conversa se ele for aborrecido, confia-lhe teus se-gredos se ele for um tagarela, empresta-lhe teu dinheiro de ele for dissipador.'' Somente quem assim faz, é aquele que é tomado por esse sentimento sublime chamado amizade. O entusiasmo pela amizade foi mais forte entre gregos e árabes que entre europeus, sejam ocidentais quanto orientais. No Brasil, esse é um sentimento que encontramos em todos os lugares, independentemente de nossas origens. Aliás, entre os gregos, a amizade era assunto de religião e de legislação. Os tebanos tinham até mesmo o re-gimento dos amantes. E que belo regimento! Por causa disso, houve quem o tomasse por um regimento de sodomitas; puro engano: seria como tomar o acessório pelo principal.
De modo que, aquele que tem amigos e é amigo de alguém, é um agraciado pelo bafejo das bochechas divinas. Esse é um abençoado por Deus e, interiormente, com certeza, bonito por natureza.
"Voltaire nos dá como exemplo, Cétego, que era cúmplice de Catilina (Lúcio Sérgio Catilina, que conjurou contra o Estado romano); Mecenas, poeta e cavaleiro romano da corte do imperador de César Augusto Otávio ou Otaviano, que protegeu as artes e as letras. Por ou-tro lado, Titus Pomponius Atticus era amigo de Marcus Tullius Cícero, amizade comprovada pelas 396 cartas que Cícero escreveu a Atico, reunidas em volume com o título de Epistulae
ad Atticum."

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

AMIZADE, QUE SENTIMENTO É ESSE?


Todos temos um amigo, uma pessoa que nos atende pedidos de ordem variada, até mesmo quando, a princípio não pode nos atender. Ainda assim, faz o possível e o impossível para que sejam satisfeitos os anseios e desejos do amigo, particularmente nas horas da sua amargura, da sua tragédia. Eu sou um exemplo disso. Sofri de uma grave patologia hepática, no caso uma hepatite virótica do tipo C, que só teve fim após um cirurgia de transplante de fígado, realizada com absoluto sucesso no Hospital Dom Vicente Scherer, em Porto Alegre (RS), no dia 20 de Outubro de 2007. Entretanto, é bom que se diga, que minha sobrevivência e a recuperação plena da minha saúde, além da vontade do Todo-Poderoso e dos médicos que realizaram essa operação, só foi possível, graças ao milhão de amigos que a graça de Deus me concedeu.
Mas, o que é, mesmo, esse sentimento chamado amizade? Sobre o assunto, e de novo citando o grande Voltaire, ``a amizade é o casamento da alma, e esse casamento está sujeito ao divórcio. É um contrato tácito entre duas pessoas sensíveis e virtuosas. Sensíveis, porque um monge, um solitário, pode não ser mau e viver sem conhecer a amizade. Virtuosas, porque os maus só têm cúmplices, os voluptuosos têm companheiros de devassidão, os interesseiros têm sócios, os políticos congregam partidários, o comum dos homens ociosos têm ligações, os príncipes têm cortesãos; somente os homens virtuosos têm amigos.’’ Para verificar a assertiva do acima exposto, basta olharmos ao redor e, com certeza identificaremos conhecidos que são correligionários de um político qualquer, ou são sócios de outra pessoa, movido apenas pelo interesse próprio e nunca pela amizade.
Voltaire nos dá como exemplo, Cétego, que era cúmplice de Catilina (Lúcio Sérgio Catilina, que conjurou contra o Estado romano); Mecenas, poeta e cavaleiro romano da corte do imperador de César Augusto Otávio ou Otaviano, que protegeu as artes e as letras. Por outro lado, Titus Pomponius Atticus era amigo de Marcus Tullius Cícero, amizade comprovada pelas 396 cartas que Cícero escreveu a Atico, reunidas em volume com o título de Epistulae ad Atticum.
Sabemos todos que amizade não se comanda, tal qual acontece com o amor e a estima. ``Ama teu próximo’’, significa apenas ``Ajuda teu próximo.’’ Mas não diz de modo claro e insofismável: ``Desfruta com prazer de sua conversa se ele for aborrecido, confia-lhe teus segredos se ele for um tagarela, empresta-lhe teu dinheiro de ele for dissipador.’’ Somente quem assim faz, é aquele que é tomado por esse sentimento sublime chamado amizade. O entusiasmo pela amizade foi mais forte entre gregos e árabes que entre europeus, sejam ocidentais quanto orientais. No Brasil, esse é um sentimento que encontramos em todos os lugares, independentemente de nossas origens. Aliás, entre os gregos, a amizade era assunto de religião e de legislação. Os tebanos tinham até mesmo o regimento dos amantes. E que belo regimento! Por causa disso, houve quem o tomasse por um regimento de sodomitas; puro engano: seria como tomar o acessório pelo principal.
De modo que, aquele que tem amigos e é amigo de alguém, é um agraciado pelo bafejo das bochechas divinas. Esse é um abençoado por Deus e, interiormente, com certeza, bonito por natureza.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

DEPUTADOS, MP E TJAP INVESTIGAM CORRUPÇÃO


O deputado Jorge Amanajás (PSDB-AP), presidente da Assembléia Legislativa do Estado, assim como seu vice-presidente, deputado Dalto Martins (PMDB-AP), visitaram o procurador-geral de Justiça Iaci Pelaes, assim como o presidente do Tribunal de Justiça do Amapá, desembargador Dôglas Evangelista Ramos, com o objetivo de formalizar pedido de informações sobre denúncias de corrupção envolvendo aquela Casa Legislativa, feitas por um empresário de mineração e publicadas em um jornal de circulação local. De acordo com Jorge Amanajás, é uma questão de honra esclarecer os fatos junto à sociedade amapaense. “Estamos dando prosseguimento ao que foi dito na Assembleia Legislativa, para que possam ser esclarecidos os fatos da matéria que saiu no jornal do ultimo domingo, para que a a Casa possa dirimir todas as dúvidas”, disse. O parlamentar afirmou ainda que foi até o Ministério Público, para falar com o procurador geral, Iaci Pelaes, a fim de ter acesso a todo o processo que segundo a reportagem estaria tramitando na Promotoria de Investigações Criminais, para que, a partir daí, a Mesa Diretora da Casa possa tomar as medidas necessárias para fazer uma investigação paralela da denúncia.
No Tribunal de Justiça, os deputados foram recebidos pelo presidente do judiciário estadual, desembargador Dôglas Evangelista. Finalizando, o magistrado disse que via como positiva a preocupação da Presidência da AL, em preservar a imagem do Legislativo junto à opinião pública.
SOBRE A IGUALDADE


É comum que, quando se fala em igualdade, um percentual expressivo da sociedade tenha a tendência de pensar que se trata de igualdade racial, de direitos iguais entre homens e mulheres, de igualdade no campo religioso, político, partidário e até mesmo ideológico. Mas não é de nenhum desses tipos de igualdade que falaremos hoje. A idéia é falar de um outro tipo de igualdade que a maioria de nós raramente percebe: como seria o mundo, se fôssemos iguais aos mais diversos animais?
A verdade é essa mesmo, quem de nós já pensou como seria o mundo, se agíssemos como agem os animais ditos irracionais? Vejamos então: O que um cão deve a um outro cão e um cavalo deve a um cavalo? Nada, absolutamente nada. Sabe-se que nenhum animal depende de seu semelhante. Entretanto, o bicho-homem, por ser dotado dessa coisa fantástica chamada razão é diferente. E em que consiste, basicamente essa diferença? A diferença é que o fruto que colhe por causa desse raio de divindade, é o de ser escravo em quase toda a Terra. Vejamos o que diz Voltaire sobre o assunto: ``Se esta terra fosse o que parece ser, isto é, se o homem encontrasse em toda parte uma subsistência fácil e certa e um clima apropriado à sua natureza, é evidente que teria sido impossível a um homem escravizar outro. Se este globo se cobrisse de frutos salutares; se o ar que deve contribuir para nossa vida não nos transmitisse as doenças e a morte; se o homem não tivesse necessidade de outra morada e de outro leito que aqueles dos cervos e dos cabritos monteses; em tal caso, Gêngis Khan e Tamerlão teriam como vassalos apenas os próprios filhos’’.
Nesse estado natural que gozam os animais da terra, das águas e dos ares, o ser humano seria tão feliz como eles, pois não teria maiores necessidades além daquelas básicas, necessárias à vida de qualquer animal, e a dominação seria apenas um sonho mau, um absurdo em que ninguém pensaria, pois, para que procurar servos quando não se tem necessidade de serviço algum?
O problema, lembrando Voltaire novamente, é que a miséria ligada à condição humana subordina um homem a outro. Não é a desigualdade que é um mal real. É a dependência. É impossível que os homens que vivem numa sociedade não sejam divididos em duas categorias: uma de opressores e outra de oprimidos. Ou seja, temos a turma dos que mandam e a turma dos que obedecem. Todo homem quer dominar, quer ter riqueza e os prazeres da vida. E isso só será possível na medida em que aumentar seu domínio sobre outros, ou seja, a classe dos oprimidos. Os homens, sabe-se, são excessivos em tudo o que fazem, e não poucos os que levaram essa desigualdade ao exagero. Apenas como exemplo de opressores que chegaram ao exagero absoluto, podemos citar Aníbal, o Cartaginês; Alexandre da Macedônia, o Grande; Constantino I, César; Ivan, o Terrível; Pedro, o Grande; Hitler, o causador do Holocausto, e tantos outros opressores de milhões de oprimidos.
Voltaire diz mais, a respeito dessa questão que divide opressores e oprimidos: ``O homem que fica aborrecido por ser tratado, onde quer que vá com ar de proteção ou desprezo, e que vê que muitos senhores não têm maior conhecimento, virtude ou espírito que ele, só tem um caminho a seguir: cair fora.`` Ao que eu, de minha parte, acrescentaria: ``se mande’’, ``vaze``, ``rasgue’’, desapareça, pois se assim não o fizer, só terá um destino: ser um eterno oprimido.