quarta-feira, 31 de março de 2010

CESTOS (DE LIXO) NECESSÁRIOS

Cestos têm várias utilidades. Servem para que neles se coloquem todos os tipos de lixo que os seres humanos produzem. Antes do tempo do ecologismo imperfeito que nos governa, os cestos eram poucos e serviam como vala comum daquilo que não mais nos interessava, como restos de comida, papéis inservíveis, pedaços de madeira, metal, e etc. Nesse tempo, convém lembrar, o plástico ainda era uma coisa distante do nosso dia a dia e um tanto quanto incomum, assim como a fumaça que escapa de veículos automotores movidos a gasolina, diesel e outras porcarias modernas.
Hoje, entretanto, a coisa mudou: é cesto de lixo pra tudo quanto é lugar. Pelo menos nas cidades ditas civilizadas. É cesto para produtos biodegradáveis como restos de alimentos, cestos para que nele sejam depositados restos de papéis, papelões e similares; cesto para produtos feitos à base de plásticos; cestos para latas de alumínio ou vidro e demais produtos recicláveis. Em suma, é cesto pra todo lado. Mas não se diga que isso é mal. Desde que não sejam feitos de plástico, evidentemente.
Na verdade, o ser humano, antes de mais nada, é um poluidor nato. E mal cheiroso, também O que tem de gente metida a besta ou não, que não toma o número adequado de banhos por dia não está no gibi.
Segundo alguns cientistas sem nada melhor para fazer, um ser humano, do nascimento à velhice produz pelo menos 300 toneladas de Co2. É poluição à bessa. E pela seriedade ne-nhuma com que os países mais poluidores do mundo tratam a questão, é certo que o tempo de existência dessa estranha espécie chamada humana, está com os dias contados. Assim esta escrito, e assim será, dizem os deuses das chuvas ácidas.
Mas, por muitos cestos de lixo que tenhamos em casa, nos lares, nos escritórios, nas fábricas, nas empresas comerciais ou mesmo nos bares, a verdade é que nos falta, ainda, um outro tipo de cesto de lixo. É o cesto de lixo da história, onde deveríamos colocar a nossa classe governante. Seria um sucesso de vendas, pela quantidade de ladrões do Erário, aí, incluídos, alguns parlamentares, governadores, prefeitos e pre-0sidentes que padecem de uma grave patologia chamada "Deficiência Cultural e Amorfia Moral e Cerebral". Ocasião para nos livrar desse lixo humana não falta. Bastava que aprendêssemos a votar. Pelo menos isso. As eleições de 2010 estão às portas. Será que vamos continuar elegendo e o que é pior, reelegendo os mesmos, os piores?
E a pergunta com que termino alguns textos como este é: "Quousque tandem...?, "Quousque tandem...? (Até quando... ?, Até quando... ?

terça-feira, 30 de março de 2010

VIVER NÃO É PRECISO

O rapaz acordou espantado. Olhou em volta e não reconheceu o lugar, muito em-bora tudo o que o rodeava não lhe parecesse estranho. Tentou levantar. Sentiu dificuldades. O corpo parecia-lhe mais cansado que o usual. Com muito esforço saiu da cama e dirigiu-se, levemente encurvado, em direção ao banheiro. Um banho e tudo ficará melhor, pensou. Foi quando se olhou no espelho e se assustou. Não! Pensou estarrecido, aquilo não podia ser verdade! Devo estar sonhando, disse a si mesmo. Melhor dizendo, devo estar tendo algum pesadelo. Tranquilizou-se com a ideia. Daqui a pouco acordaria e tudo seria apenas uma lembrança ruim, consolou-se. Mas, notou que o sonho - ou pesadelo - parecia-lhe real demais para não ser real. Olhou-se novamente no espelho. Muito embora ele continuasse sendo ele, o aspecto era de um homem velho. Velho e terrivelmente cansado. Cansado de viver, cansado de tantos sonhos perdidos, tantas falsas ilusões, tantas quimeras que ficaram na estrada da sua vida já tão gasta, tão rota, tão inútil. Não lembrava bem se ainda tinha filhos. Mulher, com certeza, não tinha mais. Tinha consciência que mulheres não gostam de homens tão velhos, tão desgastados na luta inútil da sobrevivência.
A clareza do que ocorrera começou a tomar conta de si. Teve vontade de chorar. Seria tão mais fácil não acordar mais. Acreditara durante tanto tempo que o sono é a morte na certeza do acordar, que até desejava o contrário. Quando o grande cansaço se apossa do corpo, da mente e da alma, sabe-se que é tempo de partir. Que bom seria, pensou, se os homens fizessem como os velhos elefantes africanos, que sabem quando a morte está próxima. Deixam o bando e partem sozinhos, em direção ao jamais encontrado cemitério perdido dos elefantes, considerado o Eldorado dos caçadores e negociantes das valiosas presas de marfim dos velhos elefantes.
Mas os homens não têm a dignidade dos ve-lhos elefantes. Por isso tentam viver, até mesmo quando viver não é mais preciso. Tanta coisa é preciso. Viajar é preciso, cantar é preciso, nave-gar é preciso, voar é preciso, sonhar é preciso. Até mesmo votar é preciso. Mas, viver, às vezes, não é preciso. Os que se apegam à vida, quando viver não é preciso, são os homens que envelheceram inutilmente.
Velho! O que deveria ser uma honra e um prêmio passa a ser uma vergonha, uma carga pesada, uma culpa não merecida, um arrastar de pés sobre sandálias muito gastas, elas também, num certo sentido, culpadas de terem ultrapassado o tempo permitido às sandálias existir.
E um dia, o homem velho que acordou pensando ser novo, ao tomar consciência real de que o tempo passou e não voltará jamais, desaba para dentro de si mesmo, como um buraco negro psicológico, até desabar para o buraco negro da sepultura que, faminta, o chama de boca escancarada, sabendo que a sua fome de velhos homens velhos jamais será saciada.

A LEI, ORA A LEI ...

Toda e qualquer lei só tem uma finalidade: ser cumprida. Não pode e não deve haver, quando o assunto é lei, nenhum tipo de tergiversação, de deixa pra depois, de vamos ver como é que fica ou vamos esperar pra ver se essa lei pega. Ou não pega. Lei existe pra ser cumprida, e nada mais.
Nesse aspecto, o Brasil talvez seja o único país sobre a face da Terra, onde há o péssimo costume de esperar pra ver se a lei pega ou não pega. E isso não é de agora. É desde sempre. Mas, fazer o quê, se o próprio presidente da República não leva a sério o estrito cumprimento da lei. Debocha dela, como no recente caso em que, multado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por fazer campanha política em favor da senhora Dilma Rousseff, candidata que ele, pessoalmente, decidiu empurrar goela abaixo do eleitorado, sem maiores escrúpulos com relação à ética, ao respeito ao cargo que exerce e, principalmente, com relação à lei, que, pelo menos em tese, existe para todos, sem exceção, e não apenas, como é costume no Brasil, para os excluídos como os pretos, pobres e putas, como dizia o saudoso Ulisses Guimarães. Aliás, na condição de mandatário supremo do país, cabe a ele, antes de mais ninguém, o fiel e absoluto respeito, tanto à lei como à dignidade do cargo que ocupa, o qual, diga-se, faz questão de não cumprir e/ou respeitar, como se fosse ele um semi deus, ou melhor, estivesse acima do próprio Adonai. Uma anedota conta que um desses ibopes da vida teria publicado resultado de pesquisa a respeito da popularidade do melhor amigo do poltrão chamado Hugo Chávez, que ele, el señor presidente Lula, estaria com a aprovação de 110% dos brasileiros, Jesus aparecia num distante segundo lugar, com apenas 80% e o próprio Deus, num longínquo terceiro lugar, com apenas 40% do eleitorado.
Triste situação a nossa. Sócrates, o mais sábio dos homens, condenado à morte, mesmo sendo inocente, optou por morrer, mesmo tendo a condição de fugir, por que dizia que a lei precisava ser cumprida, independentemente do fato de ser justa ou não.
Moisés, o grande legislador hebreu nos deu o Decálogo, também chamado de Os Dez Mandamentos. Mandamentos esses que fazemos absoluta questão de não cumprir. Enquanto isso, se o poder maior no Brasil não a cumpre, como esperar que ladrões de galinha façam o mesmo?
Não à toa, Getúlio Vargas, ao tempo em que mandava e desmandava no Brasil, quando advertido que não poderia chancelar uma determinada lei chamada “Lei Terezoca”, feita exclusivamente para atender interesse que diziam respeito a sua filha Tereza Vargas, deu de ombros, fez um muxôxo e disse: “A lei, ora a lei...”. Assim é o Brasil.

segunda-feira, 29 de março de 2010

VIVER NÃO É PRECISO

O rapaz acordou espantado. Olhou em volta e não reconheceu o lugar, muito embora tudo o que o rodeava não lhe parecesse estranho. Tentou levantar. Sentiu dificuldades. O corpo parecia-lhe mais cansado que o usual. Com muito esforço saiu da cama e dirigiu-se, levemente encurvado, em direção ao banheiro. Um banho e tudo ficará melhor, pensou. Foi quando se olhou no espelho e se assustou. Não! Pensou estarrecido, aquilo não podia ser verdade! Devo estar sonhando, disse a si mesmo. Melhor dizendo, devo estar tendo algum pesadelo. Tranquilizou-se com a ideia. Daqui a pouco acordaria e tudo seria apenas uma lembrança ruim, consolou-se. Mas, notou que o sonho - ou pesadelo - parecia-lhe real demais para não ser real. Olhou-se novamente no espelho. Muito embora ele continuasse sendo ele, o aspecto era de um homem velho. Velho e terrivelmente cansado. Cansado de viver, cansado de tantos sonhos perdidos, tantas falsas ilusões, tantas quimeras que ficaram na estrada da sua vida já tão gasta, tão rota, tão inútil. Não lembrava bem se ainda tinha filhos. Mulher, com certeza, não tinha mais. Tinha consciência que mulheres não gostam de homens tão velhos, tão desgastados na luta inútil da sobrevivência.
A clareza do que ocorrera começou a tomar conta de si. Teve vontade de chorar. Seria tão mais fácil não acordar mais. Acreditara durante tanto tempo que o sono é a morte na certeza do acordar, que até desejava o contrário. Quando o grande cansaço se apossa do corpo, da mente e da alma, sabe-se que é tempo de partir. Que bom seria, pensou, se os homens fizessem como os velhos elefantes africanos, que sabem quando a morte está próxima. Deixam o bando e partem sozinhos, em direção ao jamais encontrado cemitério perdido dos elefantes, considerado o Eldorado dos caçadores e negociantes das valiosas presas de marfim dos velhos elefantes.
Mas os homens não têm a dignidade dos velhos elefantes. Por isso tentam viver, até mesmo quando viver não é mais preciso. Tanta coisa é preciso. Viajar é preciso, cantar é preciso, navegar é preciso, voar é preciso, sonhar é preciso. Até mesmo votar é preciso. Mas, viver, às vezes, não é preciso. Os que se apegam à vida, quando viver não é preciso, são os homens que envelheceram inutilmente.
Velho! O que deveria ser uma honra e um prêmio passa a ser uma vergonha, uma carga pesada, uma culpa não merecida, um arrastar de pés sobre sandálias muito gastas, elas também, num certo sentido, culpadas de terem ultrapassado o tempo permitido às sandálias existir.
E um dia, o homem velho que acordou pensando ser novo, ao tomar consciência real de que o tempo passou e não voltará jamais, desaba para dentro de si mesmo, como um buraco negro psicológico, até desabar para o buraco negro da sepultura que, faminta, o chama de boca escancarada, sabendo que a sua fome de velhos homens velhos jamais será saciada.

sábado, 27 de março de 2010

O PARAISO PERDIDO

O poeta inglês John Milton, do século 17, eternizou-se ao escrever Paradise lost (1667 - Paraíso perdido), um dos maiores poemas épicos da literatura universal. Seu leit-motiv é a justiça divina, mas o perso-nagem dramático que domina o poema é Satã. A seguir, escreveu o Paraíso conquistado. Este é sequência e contraponto. Cristo, o segundo Adão, vem à Terra reconquistar o que o primeiro dos homens perdera.
O conflito entre o bem e o mal perseguiu Milton até o fim da vida. É uma característica própria dos que tentam entender o Universo e o homem, a partir do princípio das partidas dobradas, ou seja o princípio que diz que para o bem, se contrapõe o mal; para a vida, a morte, para o alto, o baixo, para o mau, o bom, e assim por diante.
Este conflito tem dividido o homem desde o princípio dos tempos, sobre o certo e errado, guerra e paz, homem e mulher, dia e noite, Deus e o Diabo, crime e castigo. Esse mesmo conflito deu origem às religiões, que voltadas intrinsecamente para o bem, provocaram, talvez, os maiores males que o homem poderia criar para torturar-se a si mesmo. Além dos massacres cometidos em nome de Deus, as religiões colocaram viseiras que impediram o homem de raciocinar com clareza e pudessem ver a face serena de Deus, que buscam há tanto tempo.
A nossa civilização, dita greco-romana ou judaico-cristã, está sendo substituída por va-lores anglo-saxões. A América tenta impingir a idéia de que é possível a extinção do mal sem a prevalência do bem, que o crime não merece castigo, que Rosseau estava absolutamente correto com sua teoria do bom selvagem, que tal qual teria este fim, perdido o Paraíso por causa do Senhor das Moscas, como algumas seitas costumam chamar Belzebu (o Demônio do Judaísmo) e que William Golding estaria errado.
Nenhuma coisa e nem outra. O homem é simultaneamente Rosseau e Golding, é bom e é mau, é Deus e Diabo. Mais Diabo do que Deus.
Nossa tragédia, é que o Paraíso perdido está fora do nosso alcance. Tentamos por isso substituí-lo pelo paraíso da impunidade. Não vai dar certo, porque a humanidade tem cami-nhado desde os albores dos tempos, sob a permanente ameaça de homens cruéis e brutais.
Ainda vivemos em permanente estado de guerra. E qualquer pessoa que tenha estado na guerra, sabe que o homem produz o mal como a abelha produz o mel.
Mas. sonhar não paga imposto, ainda. Quem sabe ao fim e ao cabo não nos econtremos todos, quem sabe, naquele lugar abençoado que, se não era o Paraíso, ficava a Leste do Éden. E o pior. é que não nos resta outra opção: ou habitaremos os Campos Elíseos de que falavam os gregos, ou padeceremos ad eternum no nono círculo do Inferno de Dante. Quem viver, digo, quem morrer, verá.

sexta-feira, 26 de março de 2010

JOSUÉ, O CONQUISTADOR DA TERRA SANTA

Todos temos pelo menos uma ideia de quem foi Josué, o hebreu que sucedeu a Moisés na condução do povo de Israel à Terra Santa, depois de libertados de séculos de escravidão egípcia. A história de Josué é de uma magnitude que poucos de nós imaginam e, com certeza, foi um dos maiores líderes do povo judeu e mesmo, pode-se dizer, da história universal. A ela, portanto.
JOSUÉ (Jeshua, Ieshua, Iehoshua, Yehoshua – Filho de Num, general e sucessor de Moisés (Mochê, Moshe, significando “retirado das águas” ou “nascido das águas”. Seu nome verdadeiro foi trocado de Oséias, que mantém o significado de “socorro” ou, segundo outra tradução, “salvador”, para o de Josué, ou Iehoshua, significando “YHWH (Javeh) é o Socorro” ou “YHWH é o Salvador”. No caso, YHWH (tetragrama que entre os hebreus era o nome de Deus no seu sentido mais verdadeiro, ou seja, significando o Impronunciável). Sabe-se que entre os árabes, o nome de Alá (Allah) é Deus, aquele que tem 100 nomes, dos quais o último não pode ser pronunciado. A propósito, a palavra Deus - (Ser considerado pelas religiões como absolutamente superior, perfeito, Criador do Universo) - não porta nenhum significado ou sentido último. Apenas nos coloca diante da fé nele. Muito embora o ser humano tenha conquistado enorme conhecimento e desenvolvido seu intelecto, ainda assim, é incapaz de verdadeiramente entender e conceituar a Deus, limitando-se a ter fé. Deus é uma entidade que não tem propriamente nome, quando nos atemos aos vocábulos usados no Velho e no Novo Testamento. Algumas palavras como Javeh, Jeovah, Elohim ou Adonai, são utilizadas como forma de nos auxiliar em nossas experiências com Deus e outras são agregadas a estas, denotando o tipo de experiência que tivemos.
Mas, voltando ao nome JOSUÉ (Ieshua (Jesus em aramaico, língua original do Mestre, pois antes de ser judeu, era arameu), pertencia Josué à tribo de Efraim (segundo filho de José e neto de Jacó (Jacob). Efraim também é nome de uma das 12 tribos de Israel (nome posterior de Jacob, filho de Isaac, significando Jacob “Deus proteja” ou, porque o nome se aproxima do verbo aqab, que é igual a “enganar, ludibriar”, porque Jacob enganou seu irmão Esaú, ou ainda a origem do nome de Jacob possa vir de Aqêb (Aqueb, que tem o significado de “calcanhar), porque nasceu segurando o calcanhar do irmão. E porque Jacob lutou com um Anjo de Deus às margens do Jaboque, teve o nome modificado para Israel, que significa “Forte como Deus” ou “Que lutou com Deus”. Apenas como detalhe, o sufixo “el”, que se encontra em nomes como Daniel e Rafael, tem o significado de Deus, em hebraico. Por exemplo: Daniel significa “Deus é meu juiz”; Rafael, igual a “Deus cura”, e assim por diante.
De modo que Josué foi escolhido para ser o herdeiro da liderança de Moisés para conduzir o povo hebreu (Ivrim ou Ibrim. Essa denominação pode ser advinda da expressão ever ha-nahar, que tem o significado de “aquele que vem do outro lado do rio”, uma referência ao Rio Eufrates. Outros, porém, acreditam que o nome hebreu venha de Heber, bisneto de Sem. O certo é que Josué conquistou a Terra Prometida, também chamada Terra Santa ou Canaã. Canaã, como se sabe, era a terra dos fenícios, mencionada já em inscrições egípcias datadas de 1800 a. C, e compreendia todo o território, cuja extensão não se pode precisar com certeza. Mais tarde, foi conhecido como Palestina, por causa da invasão dos filisteus (povo originário de Creta ou Caftorim. A palavra Filistim (Palestina) foi usada pelos gregos para designar toda a Canaã.
Entre os feitos de Josué, pode-se citar, além da conquista da Terra Santa, foi a travessia do Rio Jordão a pé, enxuto e com todas as tribos de Israel. Outro feito foi a derrubada dos muros de Jericó (cidade cananeia, também conhecida como a “Cidade das Palmeiras”). Josué morreu com 110 anos e foi sepultado no monte Efraim.
Josué foi o nome de um dos maiores líderes da história. Não esqueçamos que nós e o povo hebreu temos tudo a ver, porque são os nossos referenciais, tanto no que se refere à nossa religiosidade como aos nossos valores morais e intelectuais. Hebreus e gregos foram, creio, as duas maiores civilizações de todos os tempos, porque nos deixaram lições de ética, estética, cultura (com destaque para a filosofia), valores morais e religiosos, independentemente da religião que professemos ou não.
É claro que meu objetivo foi dar apenas uma pálida do que o nome de Josué significou para os judeus e para nós, também. Sem exagero, pode-se afirmar que ele foi um daqueles líderes que, por sua coragem, força e determinação, mudou a cara do mundo. E essa mudança é visível ainda hoje, e quero crer que assim será para sempre. Para se estudar a vida desse homem extraordinário, seria preciso escrever obra alentada, o que não me é possível, pois faltam-se talento, competência e conhecimento para tanto. Mas, se puder acrescentar alguma coisa aos conhecimentos de meus seis leitores, já terá valido a pena ter escrito este texto.

quinta-feira, 25 de março de 2010

OS VIRA LATAS DO BRASIL

Há alguns anos, a Secretaria de Saúde, através do seu Departamento de Zoonoses, realizou o primeiro censo canino do Amapá. A ideia foi boa. Mas, como não poderia deixar de ser, ousei discordar dos números. A previsão era que existissem, cerca de 33 mil cães, em Macapá. Se a Secretaria estivesse apenas se referindo aos canídeos, poderia até ter concordado.
Do censo, participaram cães de luxo, cães de caça, cães de caça e tiro, cães guias. Com certeza, não faltaram os importantíssimos cães de guarda e de companhia. Dificilmente foi cadastrado algum cão d'água, apesar dos alagamentos que já nos são familiares nas épocas invernosas.
A palavra cão tem origem latina. E nobre, pasmem. Vem de canis e até a Idade Média contrapunha-se, na Espanha, a perro, termo pejorativo e popular. Catulus, era a forma latina para cachorrinho, cãozinho, com o devido perdão do grande Catulo da Paixão Cearense.
É claro que o censo canino encontrou galgos, bassês, beagles, terriers, pastores. É possível que tenha encontrado algum setter irlandês, um cocker spaniel e quem sabe, algum pointer inglês. Filas brasileiros, com certeza se contaram às dezenas. Dobermans, também. A crescente criminalidade e violência assim o exigem.
Não foram encontrados cães esquimós. Seria demasiada crueldade. O dog alemão não faltou, claro. Mas faltaram os São Bernardos. Seriam úteis entre nós. Muitos dos nossos "papudinhos" adorariam ter um cão que fosse até o bar da esquina e retornasse com uma generosa dose de cachaça. Daquela que matou o guarda.
Mas a minha discordância quanto ao número de cães ou de cachorros, como preferirem, prende-se à existência de outros tipos de canídeos. Canídeos de duas patas, esclareça-se.
Quantos serão os vira-latas da política, indago? E os mastins das corporações policiais? Quantos serão os lobos do empresariado e as hienas do banditismo que campeia solto entre nós? E os chacais sem escrúpulos da administração? Quantos serão? Não esqueçamos que lobos, hienas e chacais, tem a mesma ancestralidade. Convém não esquecer os cachorros de madames. Claro que não estou me referindo aos chichuhaua, os malteses, pequineses e os lulus da Pomerânia. Temos também o cachorro sem-vergonha. Atende pelo nome de marido, aquele que cometeu o crime supremo de divertir-se sem a companhia da matrona. Matronas, como se sabe, são gordas. Gordas e infelizes. Pior, gordas e com bigodes. Não existem matronas sem bigodes, daí a neces-sidade do pobre diabo encher solenemente a cara, na tentativa de esquecer que ela, a gorda, espera por ele no lar, doce lar.
Mas, senhores do censo canino, tende piedade dos vira-latas, os legítimos. São a cara do Brasil. Não têm lar, não têm casa, não tem carinho. Canino ou humano. Nunca ninguém os afagou e olhou nos seus olhos sequiosos de amor. De seu, só têm a lata de lixo alheia.
Por isso, e porque o único amor verdadeiro que um ser humano pode ter é o amor de um cão, do seu cão, tende piedade dos vira-latas do Brasil. As almas de milhões de cachorrinhos que já viajaram para os sagrados campos de caça da eternidade, com certeza brilharão de agradecimento. E um coração humano, que uma vez recebeu todo o amor que há, através do olhar de um cachorro que tinha nome e sobrenome, agradece também.

UM OLHAR SOBRE A VELHICE

A única opção para o envelhecer é o morrer. A frase pode até parecer dura, mas como negá-la? Um estranho fenômeno acontece neste fase ainda inicial do século XXI. O tempo de vida do ser humano sobre a superfície do planeta aumentou, porém, na mesma medida. o velho perdeu prestígio, importância e o respeito de que gozava, outrora. O mundo é jovem. Ou dos jovens, como preferirem.
Mas, a pergunta que ninguém quer responder é: qual opção resta a esse mesmo mundo, ou aos jovens, para que a velhice não os alcance, se a fonte da eterna juventude ainda não foi descoberta, muito embora alguns tentem, desesperadamente, adiar o momento fatal em que se descobrirão irremediavelmente velhos?
Houve um tempo em que os homens velhos e as velhas mulheres eram respeitados pela velhice em si, porque representavam um enorme acúmulo de sabedoria. O conselho dos anciãos prevaleceu em todas as culturas, em todos os cantos e recantos do planeta.
Cícero, o Velho, quem não o admirou? E Catão, também conhecido como o Velho. E Deus Todo Poderoso? Por que será que os homens insistem em representá-Lo sob a forma de um homem velho? Quando Moisés conduziu seu povo pelo deserto do Sinai, já tinha os cabelos embranquecidos pelas intempéries da vida. E Abraão e Noé, alguém lembra suas imagens sob a forma de formosos jovens? Zeus, o supremo deus da mitologia grega não era jovem.
Entre os grandes generais, só Alexandre, o Grande, é lembrado como jovem. Até porque morreu aos 32 anos, deixando um vasto império atrás de si. Temujim, o mongol conhecido como Gêngis Khan, varreu sob sua espada, tudo o que encontrou das estepes asiáticas até a Europa. Mas são exceções. Michelangelo de há muito já perdera o viço da juventude quando pintou a Capela Sistina. Entretanto, o mundo é jovem.
Ah! Pobres e desgraçados velhos do meu Brasil que já foi bem mais varonil. Ai dos velhos, bem poderia ter dito César, do alto da sua juventude. Entretanto, como viver sem eles, se eles somos nós amanhã? Essa é a grande questão. Que velhos deixaremos ao Brasil de amanhã? Ou pior, que tipo de velhos nos governam, hoje?
Velhos, sabe-se, existem de todos os tipos. Ve-lhos bons e velhos maus. Velhos honestos e velhos bandidos, velhos velhacos e velhos e conhecidos ladrões; velhos sábios e velhos idiotas.
Certa vez, dialongando com um jovem, enchi-me de ironia e ataquei:
- Juventude é um mal que desaparece com o tempo, lancei-lhe sobre o rosto, a frase cheia de bílis. Ao que ele respondeu, pleno de sabedoria:
- Jamais respeite um homem somente por seus cabelos brancos. Os canalhas também envelhecem.
Amargurado, olhei-me no espelho no espelho e vi cabelos brancos que na véspera não estavam lá. Hoje, sinto-me um pouco mais amargo por causa daquele jovem. Precisava ele lançar-me verdade tão dura? Claro que precisava. A crueldade é uma das características mais fortes da juventude. E por quê estou mais amargo? Porque olho para os velhos que nos dirigem. E todas as vezes que os olho, fico a pensar nas palavras daquele jovem tão prenhe de sabedoria: - Jamais respeite um homem apenas por seus cabelos brancos. Os canalhas também envelhecem.

terça-feira, 23 de março de 2010

DIÁLOGO FINAL

Dormindo, o homem encontrou Deus. Não aquele Deus velho, barbas brancas e pele enrugada pelo decorrer de tantos milênios. Era uma espécie de Deus-Luz. E a Luz falava. E em falando, quando perguntado quem era, respondeu:
- Eu sou o início, o meio e o fim. Eu sou o tudo e o nada também. Sou homem e sou mu-lher, criador do Céu, da Terra e de tudo o que há em um e outro. Sou o animal das águas oceânicas, das águas dos rios e dos mares. Habito os igarapés, os riachos e os igarapés-mirins. Estou na superfície das águas e nas profundezas abissais dos grandes oceanos. Me faço presente até mesmo nas águas que andam por debaixo da terra, e também nas águas que andam por debaixo das águas. Mas, sou muito mais e maior que isso. Estou na forma animal que voa nos céus, ou que anda e rasteja na terra.
E a Luz continuou a falar. Eu sou a luz, mas sou a escuridão também. Sou o anão e o gigante, sou a doença e a cura. Sou a vida e a morte, sou o Sol e a Lua, assim como sou todas as estrelas que brilham no cosmos. Estou em todos os lugares, e sei o passado, o presente e o futuro. Eu te criei, como criei tudo o que há e o que ainda há de existir.
Eu sou o amor e o ódio, o amigo e o inimigo, o alto e o baixo, o bom e o mau. Eu sou Anjo de luz e sou Belzebu, também. Eu sou o Paraíso, o Purgatório e o Inferno. Sou digital e analógico, sou Física e Química. Sou Matemática e Biologia, sou exato e humano. Sou bicho, sou fera e anjo de bondade. Sou Ghandi, Jesus, Moisés, Maomé e Madre Teresa de Calcutá. Sou milionário e mendigo, sou juiz, guarda e prisioneiro. Enfim, sou tudo o que há e ainda o que há de ser.
E a Luz falou, falou e disse tudo o que ne-nhum ouvido humano jamais ouviu. Finalmente, cansado da auto definição calou.
E o homem dormindo, perguntou:
- Se és tão poderoso, se sabes tanto, porque fazes de nós seres tão infelizes?
E a Luz, fria por sua própria natureza, respondeu:
- Eu te dei inteligência para tornares a tua vida melhor. Se assim não ocorreu, que culpa me cabe?
O homem refletiu longamente e, ainda dormindo, respondeu em tom acusatório:
- É verdade, mas esqueces que me deste sentimentos, também. E mais que isso, nos deste a mulher para que fosse ela o repositório de todo o nosso amor. Mas não deste a ela, sentimento receptivo igual ao nosso. Por isso sofremos, porque elas falam a língua bifurcada da serpente. E foi tu que as fizeste assim.
E a Luz, pela primeira vez desde o início dos tempos, não soube o que responder. Por isso, recolheu-se para dentro de si, e a escuridão rodeou o homem, que pode enfim, dormir em paz para todo o sempre.

O TARADO

Que não se pense que o tarado o era de cunho sexual ou pornô. Longe disso. Pra sermos justos, o tarado era um homem sério e extremamente temente a Deus, louvado seja o Seu Santo Nome. Também não se diga que era ergomaníaco ou tarado pelo trabalho. Não, nada disso. Nesse aspecto era um homem comum. Trabalhava por necessidade. Apenas o suficiente para sobreviver. Pra dizer a verdade, acreditava piamente que o trabalho era uma maldição di-vina, haja vista que após o pecado de Adão, o Senhor Deus o expulsara do Éden primeiro e o condenara a ganhar o pão dele de cada dia com o suor do próprio rosto. Aliás, não gostava da expressão “fulano comeu o pão que o diabo amassou”, quando usada para mostrar o quanto alguém sofreu, independentemente da razão do sofrimento. Assim era o tarado. Mas, por que o apelido “Tarado”? Na verdade, crente até a última gota de sangue, na certeza de que a religião pode ter o condão de levar ao Reino dos Céus quem quer que seja que acredite pia e totalmente no Senhor de tudo o que há, era o que as más línguas chamavam de “tarado da fé”. Aqui pra nós, fé era com ele mesmo. Diziam os mais maldosos que o próprio papa era aprendiz no quesito fé, diante do nosso amável e bom tarado da fé.
De certo, o que se sabe, é que o tarado da fé um dia, sem mais e nem porquê, morreu. Morreu de repente. Sem aviso prévio. Morreu de morte morrida, como diz o nosso caboclo. Morreu sem razão aparente, coitado, diziam as beatas locais.
Não se sabe como e nem de onde surgiu, o certo é que a partir de um dado momento, espalhou-se o comentário de que o tarado da fé não fora recebido no Reino dos Céus. Na verdade, teria o pobre coitado ido parar no nono círculo do inferno. E a razão era muito simples, diziam os não crentes, que pensam ter lugar garantido junto a Adonai, porque alegam que não se pode construir a fé sob as ruínas da razão, como diria Baruch de Espinosa que, como o tarado da fé, era apenas um homem simplório, achavam os doutos senhores que por isso o nosso personagem estaria sendo estraçalhado por Cérbero, o cão do inferno.
Na verdade, selenitas encantados contaram-me em sonho sonhado antes de tudo, que o nosso querido crente estava nos braços de Adonai, sim. E isso pela simples razão de que foi Ieshua quem disse: “Do Reino dos céus são os simples de coração”. E o nosso tarado da fé era exatamente isso: um simples de coração. Quem nos dera sermos todos assim. O mundo seria muito melhor do que é. Como acreditava aquele homem diferente, que só o era, por ser exatamente isso: um simples de coração.

sábado, 20 de março de 2010

UM HOMEM CHAMADO JOSÉ

Perdido na imensidão do cosmos, um planeta revoluteava em giros tristes e solitários. Ficara assim desde que a solidão o tornou diferente dos demais planetas e das super-novas, estrelas cheias de brilho, luz e vigor, que caminham pelo negror do Universo, acreditando que suas luzes durarão para sempre.
Aquele triste planeta, além de não ter luz própria, perdera o pouco que refletia, quando seu guia, o Sol, desabou para dentro de si mesmo, cansado por quatro bilhões de anos de fulgor constante. Quatro bilhões de anos é tempo demais, até mesmo para uma estrela que um dia pensou ser eterna. Ainda bem que pensou errado. A eternidade é cansativa demais.
Mas, aquele planeta já tivera seus momentos de beleza sideral. Consta que selenitas encantados, encantavam suas encantadoras mulheres, cantando melodias tiradas de muito além das nossas limitadas sete notas musicais. Nesses momentos, a Via Láctea quedava-se, muda de prazer, nas noites de Terra cheia.
Dizem também, que num certo sentido, o planeta já tivera uma espécie de luz própria. Fora há muito tempo. Um tempo tão distante, que quase se perdera na história do tempo. Essa luz resultara de uma prosaica história de amor. Não o amor-paixão, o amor-erótico, o amor-cama, o amor-frenesi, o amor-loucura, o amor-orgasmo. Esse não. Esse era o amor diferente. Um amor feito de calma, de ternura, de bem-querer, de amizade. Um amor de pureza. Esta é a história de amor de um homem chamado José.
José foi para aquele planeta, o símbolo da humildade e da submissão a uma vontade superior, que não entendia, mas perante a qual se curvava, porque sabia que seu destino estava traçado nas estrelas, muito antes sequer da possibilidade de existirem. Tanto ele quanto as estrelas.
Herdeiro de Davi em linha direta, não co-nhecia o orgulho ou a ambição. Era, antes de mais nada, um homem simples. Um puro de coração. Talvez tenha sofrido silenciosamente diante da dúvida que um dia, o demônio do ciúme tentou destilar em seu coração. Mas foi só um segundo. Como duvidar da mulher que amara sobre todas as coisas, e que fora escolhida para um destino maior que o seu?
Os anos passaram, José envelheceu e morreu poucos anos depois de seu filho, condenado à morte aos 33 anos. Seu coração sangrou tanto, que por um momento pensou não resistir a tanta dor. Mas crente na recompensa do amor, não vacilou. Acreditou e amou Maria até o final dos tempos que ainda não chegaram.
Uma história antiga, que só os privilegiados selenitas encantados conhecem com detalhes, diz que, se por ventura, em algum lugar, alguém conseguir ver dois cometas brilhantes, lado a lado, verá também as figuras de um homem e uma mulher, de mãos dadas, passeando pelo infinito, enquanto seu filho, Jesus, cuida da administração do Universo.

quinta-feira, 18 de março de 2010

UM SANTO ESPECIAL

Com todo o respeito devido a todos os santos da Igreja Católica, devemos nos curvar cerimoniosamente diante daquele que foi o mais manso de coração entre todos os homens: José, marido de Maria e pai de Jesus.
São José é um dos santos mais populares da Igreja, tendo sido proclamado "protetor da Igreja católica romana"; por seu ofício, "padroeiro dos trabalhadores" e, pela fidelidade a sua esposa, como "padroeiro das famílias", sendo também padroeiro de muitas igrejas e lugares do mundo.
Para nós, que temos a honra de ter esse homem extraordinário pelo amor e respeito que devotou a sua esposa, Maria, e pelo pai amoroso que foi do maior de todos os homens, isso, por si só, nos torna melhores por o termos como o padroeiro da nossa amada cidade de São José de Macapá.
Sabemos que José foi designado por Deus para se casar com a jovem Maria, mãe de Jesus, que morou em Nazaré, que foi carpinteiro, ofício que ensinou a seu filho Jesus, que nasceu em Belém da Judeia e que era pertencente à tribo de Judá e que, muito embora um homem pobre, descendia do rei Davi e sua genealogia alcançava o próprio Abraão.
Orientado pelo próprio Javeh, foi personagem de uma fuga épica para o Egito, para colocar a salvo seu filho, que estava marcado para morrer sob as mãos de Herodes.
Muito embora seja discreto o lugar que José ocupa no Novo Testamento, porque aparece em função de Cristo e não dele mesmo, isso em nada o diminui. Muito ao contrário, o engrandece porque, pai do maior de todos os homens, recolheu-se e aceitou sua missão. Sabia que era partícipe do maior acontecimento de todos os tempos: o nascimento do Filho do Homem.
Por tudo isso e muito mais, pela crença mais absoluta na pureza de sua mulher, por ter sido escolhido pelo Todo Poderoso para ser o pai do homem que dividiu o tempo entre antes e depois dele, nós, tucujus, só temos que agradecer a Adonai porque nos destinou ficar sob a proteção desse santo especial chamado Yossef na sua língua natal.

POR QUE SERÁ?

A serem verdadeiras as pesquisas feitas pelo IPAL (Instituto de Pesquisa Amestrada do Lula), mais alguns dias e teremos Javeh, o Todo Poderoso, em patamar inferior ao do novo deus-lula. É o IPAL que garante que Lula, o Presidente Deficiente Cultural I e Único tem a aprovação de 83% da população e que a maneira de governar dele é aprovada por 75% que o acham ótimo e 19%, regular, ou seja, uma aprovação total de 94% dos brasileiros. Duvido que o Senhor dos Exércitos tenha tudo isso em termos globais. Lamento informar, mas a Pesquisa Amestrada prova e comprova que Adonai não está com nada e que Lula é o cara. Eles dizendo. Mas a coisa vai mais longe. O mesmo IPAL jura por todos os juros que 77% dos entrevistados confiam no amigo de Fidel Castro, Evo Morales, Armadinejad, Hugo Chávez e outros ditadores de opereta. E a pergunta que fica é: Por que será que o nosso mais que amado e adorado presidente, salve, salve, gosta de gente como essa, que as pessoas sérias chamam, na parte do elogio, de párias da comunidade internacional, ao lado de tupiniquins como José Dirceu, Delúbio Soares, José Genoíno, Antonio Pallocci, Daniel Dantas e outros trambiqueiros profissionais?
Enquanto isso, esse mesmo Lula trata mal os representantes de países como Israel, a única democracia consolidada no Oriente Médio, se recusa a extraditar para a Itália, um país essencialmente democrático, o terrorista Cesare Battisti, enquanto, ao mesmo tempo devolve a Cuba, atletas que só queriam viver livremente num país que eles pensam ser livre como o Brasil, enquanto se transforma em pano de passar no chão de gente como Hugo Chávez ou Fidel Castro? Isso sem contar que pretende empurrar goela abaixo da nação, gente como Dilma "Não Falei Com Ela” Roussef da Silva", aquela ilustre desconhecida, que diz que não fez o que fez e que também é especialista na arte de dizer bobagens?
Pensar é preciso. Ou não é preciso pensar? Por que será que assim é, e por que instituições como o IPAL mostram um quadro de perfeição de um governo que não informa a população que um terço dos municípios brasileiros não tem sequer Pronto Socorro, não tem educação e quando a tem é da pior qualidade possível, salvo as honrosas exceções? Por que será que políticos como esses, têm, necessariamente, de falar a língua bifurcada da serpente? Será que a verdade é tão feia que precisa ser ocultada a qualquer preço?
No final das contas, como disse um analfabeto estudante que se submeteu às provas do Enem, "depois vem o governo com aquela prosopeia flácida". Prosopeia flácida?, eu hein!

segunda-feira, 15 de março de 2010

SOBRE A SUCESSÃO ESTADUAL

Até agora o mutismo é total. Com certeza, razões não devem faltar aos interessados na questão. O problema é responder à pergunta: Quem são, de verdade, os interessados na questão sucessória? A resposta não é fácil. Serão os interessados apenas os candidatos a um cargo eletivo, seja ele qual for? Será só o governador? Ou serão aqueles que podem, eventualmente, assumir o lugar do tirular do cargo, na hipótese de vacância desse mesmo cargo? Ou serão os eleitores, aqueles de quem se diz, mas não pra valer, que todo o poder emana do povo (eleitor) e em seu nome será exercido? Ou será isso apenas uma lenda, uma balela, uma quimera? Não sei, ninguém sabe, não sabe ninguém. E haja silêncio. Silêncio tumular, silêncio de ostra. Parece que o problema nem diz respeito à classe política, tal o grau de silêncio por parte daqueles que querem o seu quinhão, ou seja, a parte do leão no butim chamado poder.
Dizem, e apenas dizem, que o circo, digo, o palco está armado. Segundo terceiros, Lula renunciaria e José Sarney assumiria a Presidência da República. O Amapá, penhorado, agradece. Dizem também, que Waldez permaneceria no cargo e seria premiado, ao fim e ao cabo, com um cargo de ministro no próximo governo. Isto, se Dilma vencer, evidentemente. Com isso, Jorge Amanajás disputaria o trono do Setentrião, Pedro Paulo ganharia uma bela repartição pública, Roberto continuaria prefeito e Alberto tentaria uma vaga na Câmara. Ótimo, beleza, maravilha. E todos viveriam felizes para sempre. Mas, repito, será isso verdade ou será mentira? Não sei. Quem de saber há. Difícil?, com certeza. Possível? Por que não? Afinal de contas, em política já se viu até mesmo boi voar, quanto mais pastar nos verdes campos da minha terra natal.
De verdade, o que temos, é a mais absoluta intranqüilidade, e com isso, perdem os candidatos, perdem os eleitores, perde a imprensa, perdemos todos.
Uma alta patente do Executivo disse há poucos dias que dentro de uma semana, aproximadamente, o chefe do Executivo dirá para onde vamos. Isso é bom, porque nenhum porto é seguro quando não se sabe para vai o barco. Uma coisa é certa: se vai haver guerra, é conveniente que ela seja declarada de imediato. Afinal de contas, armas ensarilhadas nem sempre significam paz. E como dizia Publius Flavius Vegetius Renatus, autor romano em seu “Epitoma rei Militaris”, escrito em 390 d.C.: “Si vis pacem, para belum”, ou seja, “se queres a paz, prepara-te para a guerra”, o que, no fundo, não é um incentivo à luta, mas sim, uma exortação à paz. E precisamos de alguma coisa além de paz, muita paz? Shalom.

sábado, 13 de março de 2010

NOS MORITURI

“Ave, Caesar, nos morituri te salutamos”. Assim, os gladiadores romanos saudavam os césares quando do horrendo espetáculo que eram as lutas de morte realizadas no circus, quando Roma era a senhora do mundo. A frase, em latim, significa: Salve, César (Imperador), nós, os que vamos morrer te saudamos.
A mesma frase, dirigida aos imperadores do mundo atual, donos e senhores da vida de todos nós, deveria ser proferida por todos aqueles que padecem de patologias mortais como a hepatite virótica tipo “C”.
Muito embora se diga que muito se avançou e que muito mais se faz para evitar que essa doença maldita leve para a terra do nunca, para o antes de tudo, para o negror absoluto, para os Campos Elíseos ou para o Hades, os que dela sofrem, a verdade é que centenas estão morrendo todos os dias neste Brasil que já foi bem mais varonil, por falta de apoio, orientação, esclarecimento, socorro especializado, remédios, transplantes, órgãos e tudo o mais que se poderia fazer, sim, e não se faz, porque o egoismo e a incompetência fazem parte de todos nós, que só sabemos conjugar o verbo eu.
Estou zangado, sim. Na verdade, estou mais que zangado. Estou enfurecido, estou triste, estou amargurado. E tudo isto, porque perdi mais um amigo para essa doença maldita. O que quero dizer é que meu amigo Manoel Coelho, um amapaense de 44 anos morreu. Morreu vítima de todos nós, da nossa omissão, da nossa culpa e da nossa irresponsabilidade coletiva. Somos, sim, todos, culpados pela morte de mais este tucuju. E a pergunta que se faz é: Quantos mais terão que morrer antes que se faça alguma coisa, de verdade, pra valer, antes que seja tarde demais? Até que tenhamos resposta para essa pergunta simultaneamente simples e trágica, minhas lágrimas, nossas lágrimas, o desespero dos atingidos por essa desdita será inútil. Absolutamente inútil.
Olho para os céus, levanto os braços, enxugo as lágrimas que não mais tenho para chorar e pergunto Àquele que me criou: “Até quando, Senhor, contemplais Vós mesmo essa desgraça? Até quando o ímpio prevalecerá sobre o justo? E a resposta, até este momento é o silêncio tumular de um Deus que ao que se parece, cansou de ver a maldade e o egoismo varrerem a superfície do planeta, com a erva daninha cobre e varre, os túmulos abandonados do meu país, que não merecia ter os césares – e cadáveres - que tem.
Enquanto isso, vamos continuar ouvindo, até quando não sei: Ave, Caesar...

sexta-feira, 12 de março de 2010

CARPE DIEM

Certa vez escrevi uma crônica em que falava do fato de que um dia, todos teremos, sem exceção, nosso último dia de vida. Mas, o problema maior não é esse. A tragédia é que, tal qual a vida toda, não temos a menor idéia do que fazer com esse dia único. Nosso último dia. Exatas 24 horas. Com direito a nascer e por do sol. Nem um minuto a menos. Ou a mais.
E por que isso acontece? A resposta é simples. Do alto da nossa burrice patogênica, agimos como se fôssemos eternos. E como isso seria possível, se não conseguimos ser, pelo menos, ternos? Exceto por momentos fugazes e raros. Raríssimos. Não temos a capacidade de aproveitar os bons momentos que a vida nos dá. Momentos de beleza únicos, momentos de paz, momentos de reflexão, momentos de profunda reflexão em que acreditamos que tudo é possível, até mesmo que um novo amor possa habitar nossos corações endurecidos pelo lutar constante que é a vida. Carpe diem é uma expressão em latim de um poema de Horácio, e é popularmente traduzida para “colha o dia” ou “aproveite o momento”. É também utilizado como uma expressão para solicitar que se evite gastar o tempo com coisas inúteis ou como uma justificativa para o prazer imediato, sem medo do futuro.
O poema de Horácio é, além de belo, de uma sabedoria ímpar no quesito viver a vida. Senão, vejamos:
"Tu ne quaesieris, scire nefas, quem mihi, quem tibi
finem di dederint, Leuconoe, nec Babylonios
temptaris numeros. ut melius, quidquid erit, pati.
seu pluris hiemes seu tribuit Iuppiter ultimam,
quae nunc oppositis debilitat pumicibus mare
Tyrrhenum: sapias, vina liques et spatio brevi
spem longam reseces. dum loquimur, fugerit invida
aetas: carpe diem quam minimum credula postero.
"Tu não procures - não é lícito saber - qual sorte a mim qual a ti os deuses tenham dado, Leuconoe, e as cabalas babilonesas não investigues.
Quão melhor é viver aquilo que será, sejam muitos os invernos que Júpiter te atribuiu, ou seja o último este, que contra a rocha extenua o Tirreno: sê sábia, filtra o vinho e encurta a esperança, pois a vida é breve. Enquanto falamos, terá fugido ávido o tempo: Colhe o instante, sem confiar no amanhã.”
De uma outra vez, escrevendo eu sobre o tempo, dizia que nada sabemos sobre ele. Exceto que passa. Creio, porém, que melhor seria se disséssemos que o tempo, antes de mais nada é fugidio. Passa por nós sem que o percebamos. E quando tomamos consciência que o tempo passou, é tarde demais, pois ele não voltará jamais. Por isso, agora que o outono já chegou e a minha vida se aproxima do meu inverno, só posso dizer: “Carpe diem quam minimum credula postero”, ou seja, colhe o instante, sem confiar no amanhã.

quinta-feira, 11 de março de 2010

CARPE DIEM

Certa vez escrevi uma crônica em que falava do fato de que um dia, todos teremos, sem exceção, nosso último dia de vida. Mas, o problema maior não é esse. A tragédia é que, tal qual a vida toda, não temos a menor idéia do que fazer com esse dia único. Nosso último dia. Exatas 24 horas. Com direito a nascer e por do sol. Nem um minuto a menos. Ou a mais.
E por que isso acontece? A resposta é simples. Do alto da nossa burrice patogênica, agimos como se fôssemos eternos. E como isso seria possível, se não conseguimos ser, pelo menos, ternos? Exceto por momentos fugazes e raros. Raríssimos. Não temos a capacidade de aproveitar os bons momentos que a vida nos dá. Momentos de beleza únicos, momentos de paz, momentos de reflexão, momentos de profunda reflexão em que acreditamos que tudo é possível, até mesmo que um novo amor possa habitar nossos corações endurecidos pelo lutar constante que é a vida. Carpe diem é uma expressão em latim de um poema de Horácio, e é popularmente traduzida para “colha o dia” ou “aproveite o momento”. É também utilizado como uma expressão para solicitar que se evite gastar o tempo com coisas inúteis ou como uma justificativa para o prazer imediato, sem medo do futuro.
O poema de Horácio é, além de belo, de uma sabedoria ímpar no quesito viver a vida. Senão, vejamos:
"Tu ne quaesieris, scire nefas, quem mihi, quem tibi
finem di dederint, Leuconoe, nec Babylonios
temptaris numeros. ut melius, quidquid erit, pati.
seu pluris hiemes seu tribuit Iuppiter ultimam,
quae nunc oppositis debilitat pumicibus mare
Tyrrhenum: sapias, vina liques et spatio brevi
spem longam reseces. dum loquimur, fugerit invida
aetas: carpe diem quam minimum credula postero.
"Tu não procures - não é lícito saber - qual sorte a mim qual a ti os deuses tenham dado, Leuconoe, e as cabalas babilonesas não investigues.
Quão melhor é viver aquilo que será, sejam muitos os invernos que Júpiter te atribuiu, ou seja o último este, que contra a rocha extenua o Tirreno: sê sábia, filtra o vinho e encurta a esperança, pois a vida é breve. Enquanto falamos, terá fugido ávido o tempo: Colhe o instante, sem confiar no amanhã.”
De uma outra vez, escrevendo eu sobre o tempo, dizia que nada sabemos sobre ele. Exceto que passa. Creio, porém, que melhor seria se disséssemos que o tempo, antes de mais nada é fugidio. Passa por nós sem que o percebamos. E quando tomamos consciência que o tempo passou, é tarde demais, pois ele não voltará jamais. Por isso, agora que o outono já chegou e a minha vida se aproxima do meu inverno, só possoa dizer: “Carpe diem quam minimum credula postero”, ou seja, colhe o instante, sem confiar no amanhã.

sábado, 6 de março de 2010

O PELEIADOR PERFUNCTÓRIO

"Conspícuo diretor: abroquelado em extrema necessidade, epigrafando em direito irremoví-vel na ritualidade e sem quiprocó do pergami-nho autorizativo, solicito liberação do título cheque, supedâneo da documentação anexa". O texto acima é de Aristóteles Ferreira, ex-assessor jurídico da Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes (PE), em ofício ao secretário das Finanças do dito município.
O que deseja o indigitado assessor, nem madame Natasha o sabe. Madame Natasha, para os mais desinformados, é personagem criado por Elio Gaspari, jornalista de renome nas grandes publicações nacionais brasileiras.
Segundo Gaspari, Madame Natasha é professora de Música, mas odeia piano e instrumentos musicais no geral. Prefere corrigir e tentar recuperar os assassinos do vernáculo, aqueles que tornam uma tortura ler a língua de Camões, a última flor do Lácio, inculta e bela.
Tenho um amigo que costuma dizer que, quando um aparelho ou equipamento qualquer está obsoleto que o produto está "obsolento". Ele, o amigo, não o equipamento, adora falar do modo que os analfabetos por demérito próprio costumam chamar de "difícil". Tanto que ao descrever um tumulto qualquer, diz que a coisa estava um "pãodemônio" e não um pandemônio e que seu trabalho é cavar poços "artesanais" e não poços artesianos.
Mas, como desgraça pouca é bobagem e navio afundado, bem carregado - e no largo - como complementariam caboclos amazônidas com seu falar próprio, eis que me cai às mãos uma preciosidade. Nem mesmo Madame Natasha, em seus sonhos mais delirantes já deparou com texto desse quilate. Trata-se de Ação de Despejo por falta de pagamento, cumulada com a cobrança de alugueres e encargos. Juro por todos os juros que o "alugueres" não é meu. É deles. Ou são. A esta altura do campeonato, tal qual Sócrates, só posso dizer que tudo o que sei, é que não sei absolutamente nada.
Mas, vamos ao texto de um advogado, que fala do encontro do requerente com a requerida: - "Procurada a requerida para explicar o fato, não foi bem recebido o requerente, sendo, inclusive, menoscabado, minguou o colóquio, dizendo ser tudo um peleiador sem pundonor e perfunctório e que era espurcícia e espurco. A requerente, panfletária, esborrou esputo, deixando o requerente azoado e azoretado, quando a requerida se portou aética, sem azo, tentando açodar a explicação, comparando o requerente a um catatuá, a requerida foi desbragada e depautéria, nem esboçou póstero colóquio, tergiversou, turbou a tentativa de acordo, mostrando-se tureba quando o tratou como um rebotalho" (sic).
Volto ao final de uma crônica de minha lavra, di-gamos assim, há tempos publicada, onde citava o humorista José Vasconcelos, quando discursava para ironizar os nossos "preciosistas" que adoram falar "difícil" dizendo: "Não me entenderão os que, assobrejéticos e camaleosos, vierem latinar as conjetivas abserviáceas, para conspurcar a crisoscelácea dos aracnídeos".
Aqui pra nós, bem que o tal advogado poderia usar este final glorioso para o seu não menos glorioso amontoado de asnices raras vezes vistas, tanto no mundo das leis, como no mundo das letras.

terça-feira, 2 de março de 2010

LEIS QUE FIZERAM HISTÓRIA

O Brasil talvez seja o país que mais legisla em todo o mundo. Até aí nada demais. É até bom que todo cidadão possua limites para determinadas ações que podem, eventualmente ou por vontade própria, causar dano a si mesmo ou a outrens. Também é ótimo que instituições, tanto as de direito público quanto as de direito privado, sejam devidamente regulamentadas por si e pelo poder público, no caso, o Poder Legislativo. Mais que isso, é excelente que empresas privadas, estatais ou mistas, sejam adequadamente reguladas, tanto por suas próprias entidades de classe quanto pelo Legislativo, seja ele municipal, estadual ou fe-deral. Todo esse aparato regulatório deve ter por finalidade o benefício, o bem estar e a proteção, seja da sociedade como um todo, seja do cidadão, aí colocado como simples consumidor na sua individualidade.
O problema das leis brasileiras é, como disse o próprio senhor presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que existem leis que "pegam"e leis que não "pegam". Vejam a que ponto chegamos neste país mais que surreal. Somos o único país em todo o planeta onde as leis não existem para ser cumpridas. Cada um pode decidir se vai ou não cumprir determinada lei. Se a maioria decidir não cumprir o que está determinado no texto legal, a coisa fica por isso mesmo, porque, afinal de contas, vai se fazer o quê, se a lei não pegou mesmo?
Menos mal que temos leis, códigos e revisões constitucionais que marcaram a história da Justiça e do Judiciário no Brasil.
Apenas para citar algumas, podemos lembrar da nossa primeira Constituição, no caso a de 1824. Essa, foi a mais duradoura que o país já teve. Ficou em vigor por 65 anos, até 1889. Considerada extremamente liberal para a época, institui um quarto poder, o Moderador. A Constituição de 1891 marcou porque estabeleceu o modelo de República Federativa e presidencial, que vigora até hoje. É essa Constituição que atribui ao Supremo Tribunal Federal o papel que lhe cabe atualmente.
O Código Civil de 1916 substitui a legislação portuguesa vigente até então em matérias de direito de família, direito das obrigações, direito dos contratos, responsabilidade civil e direito das heranças.
A primeira edição do Código Penal brasileiro, em 1940, teve como principais pontos, a consideração da personalidade do criminoso e da responsabilidade objetiva.
A Consolidação das Leis do Trabalho, a famosa CLT, instituída sob o governo de Getúlio Vargas, instituiu as normas que regulam as relações de individuais e coletivas de trabalho, em grande parte válidas até hoje,
Temos, enfim, muitas outras leis que fizeram história no Brasil, como a Constituição de 1934, a Lei de Falência de 1945, o Estatuto da Terra, 1964; a Lei do Divórcio, de 1977; a modificação do Código Penal, de 1984; a nova Constituição de 1988, que vige até hoje; o Estatuto da Criança e do Adolescente, de 1990; o Código de Defesa do Consumidor, de 1990; a Lei dos Juizados Especiais, de 1995; a Lei do Direito Autoral, de 1998; a Lei do rito sumaríssimo trabalhista, em 2002; O Novo Código Civil de 2002; a Emenda Constitucional número 45, de 2004; e, finalmente, a Nova Lei de Falências, 2005.
Como se vê, leis não nos faltam. O que precisamos, é aprender a cumpri-las, até porque leis não existem para nenhuma outra finalidade, a não ser isso: serem cumpridas.
Talvez, a maior demonstração de cumprimento da lei, ainda que injusta, foi a que decretou a morte do maior filósofo de todos os tempos: Sócrates. Ele poderia ter fugido ao cruel destino, mas preferiu ingerir cicuta a deixar de cumprir a lei.
Enquanto não aprendermos esse princípio básico de cidadania, jamais teremos, realmente, um Estado Democrático de Direito. Tenho dito. E escrito.

segunda-feira, 1 de março de 2010

A TRAGÉDIA DA PROSTITUIÇÃO INFANTIL

Sabe-se que a prostituição no seu significado original, é a prática do comércio sexual. Na origem dos tempos, a prostituição era um ato praticado exclusivamente por mulheres. Hoje, esse ato vil ampliou-se, envolvendo homens e, o que é mais trágico, crianças, também.
Há milhares de anos, a prostituição era comum entre os israelitas, mas não somente por dinheiro ou outro tipo de recompensa qualquer, mas também por motivos religiosos, como a prática de cultos idólatras - como o de Falo ou Príapo, antigo deus grego da ferti-lidade, e Asserá (deusa fenícia também da fertilidade).
No geral, a prostituição pode ser definida como a troca consciente de favores sexuais por interesses não sentimentais, afetivos ou prazer. Apesar de comumente a prostituição consistir numa relação de troca entre sexo e dinheiro, esta não é uma regra. Pode-se trocar relações sexuais por favorecimento profissional, por bens materiais (incluindo-se o dinheiro), por informação, etc.
Mas, o que a sociedade precisa atentar, é que ao se prostituir, a mulher ou qualquer outro praticante dessa atividade, conspurca, polui, avilta, destrói a si mesmo e a todos os que vivem ao seu redor. Porém, quando a prostituição alcança com seu braço asqueroso crianças abandonadas pelos homens, pelas igrejas, pelos governos e por todos nós, a solução, ou passará por nós ou não passará por ninguém. Nessa triste história não há inocentes. Somos todos culpados, no mínimo, por omissão.
Na verdade, quando agimos desse modo, nosso comportamento lembra o de dois homens que, singrando um igarapé amazônico à bordo de uma canoa a remo, um diz para o outro: “Compadre, tem um buraco na canoa”. E o outro retruca: “Isso não é problema meu. O buraco está na proa e eu estou na popa”. Evidentemente, ao final, ambos se afogam. É o que está acontecendo hoje, na cidade de São José de Macapá. Nosso comportamento omisso demonstra que ao fim e ao cabo, nos afogaremos todos nesse pântano da imoralidade social que assola o Brasil e o mundo.
Hoje, o problema diz respeito a terceiros. E ama-nhã, quando essa tragédia atingir um dos nossos filhos ou netos, teremos o direito de protestar e exigir providências, se no passado optamos pela omissão mais criminosa?
Deus, o que tudo vê, tenha piedade dessas crianças abandonadas, humilhadas, tristes, famintas, que de seu não tem absolutamente nada. Que ninguém se engane. A reponsabilidade maior, o castigo maior cairá, principalmente, sobre aqueles que, em podendo fazer o bem, preferiram fazer o mal ao se manterem distantes de um problema que cabe a eles - e a nós - resolver.

O FIM DO MUNDO

Uma das maiores decepções da minha vida ocorreu no ano 2000. Passei décadas acreditando que o Apocalipse aconteceria naquele ano. Pra ser mais exato, acreditava que o fim do mundo ocorreria no primeiro minuto do novo ano. Seria o final dos tempos há tanto aguardado por todos - ou quase todos. Eu estava incluído no grupo dos todos - e tolos. O certo foi que, nem no primeiro e nem no último minuto de 2000 o mundo acabou. As guerras continuaram acontecendo como sempre aconteceram, os carros dirigidos por assassinos que lembram vampiros, tal a sua sede de sangue, continuaram pintando de vermelho o asfalto das nossas estradas e cidades; novos e ve-lhos safardanas continuaram assaltando os chamados cofres públicos; a inveja, o ciúme, os assassinatos, os furtos e roubos continuaram como sempre, desde a morte de Abel, assassinado por seu irmão Caim; enfim, todas as tragédias grandes e pequenas que fazem parte da vida continuaram acontecendo e provocando vítimas como sempre fizeram e como sempre farão. De certo, o que temos, é que o mundo não acabou.
Mas, eu já devia saber que assim seria. Afinal de contas, desde os tempos bíblicos, profetas os mais diversos anunciam o fim do mundo para logo, logo. Quando eu ainda andava entre as estrelas, lembro que o fim do mundo estava marcado para o ano 1000 d.C. Como vimos, o mundo não acabou. Tivemos a chance de acabá-lo com a Guerra Fria e a proliferação de bombas nucleares, tantas que podem destruir o planeta várias vezes, como se só uma não bastasse. Mas até agora, nada de "nadisca".
Crentes de todos os naipes religiosos marcaram o apo-calipse para 2000, e como todos vimos, nada do mundo acabar. Agora, adiaram o fim de nossas e de todas as vidas para 2012. Menos mal que a humanidade não será exterminada totalmente. O escritor Patrick Geryl, 54, anda muito ocupado preparando-se para o fim do mundo. Nos últimos tempos, Geryl fica mais tempo em Sierra Nevada, no sul da Espanha, vistoriando as habitações que estão sendo construídas ali. São ocas, de cimento, capazes de resistir ao cataclismo que, acredita Geryl, destruirá o planeta Terra no dia 21 de dezembro de 2012. Ele e seu grupo pretendem levar 5 000 pessoas para um local que resistirá aos horrores do apocalipse. Será o último dia do resto da humanidade, acredita.
Ah!, ia-me esquecendo, o fim do mundo já começou. E começou por Brasília, onde está preso o governador da ca-pital federal. E bem verdade que é uma prisão "light", mas que diabos, o homem é ladr, digo, governador, e não é justo que o coloquem no meio de presidiários perigosíssimos, que roubaram uma galinha aqui e outra acolá.
Afinal de contas, Roberto Arruda é governador e merece a nossa piedade. Não fosse assim e o nosso ilustre presidente não teria dito que lamentava a prisão do perigoso melian, digo, governador do DF. O presidente lamentou a prisão do corrupto. Devia, isto sim, elogiar a decisão tardia, mas bem vinda, do STJ (Superior Tribunal de Justiça) que mostrou que nem tudo está perdido e que ainda se pode ter um pouco de esperança num Brasil melhor.
Eu, de minha parte, não conheço lugar melhor para que o apocalipse comece que não seja Brasília. Afinal de contas, não é ela uma espécie de Sodoma ou Gomorra dos dias atuais?
Sabemos que, no final das quantas, mais um ou dois ladrões do quinto escalão poderão ser presos, e o vice, senhor Paulo Otávio arranjará uma escapada, corrigindo, uma via legal para fugir, e tudo continuará como dantes, no quartel de Abrantes. Porém, resta-nos curtir esse prazer inespe-rado de ver, pelo menos um bandido de colarinho não tão branco, curtir uma cadeiazinha. Quem sabe, um dia não possamos construir um muro cercando completamente o Brasil. Estaríamos, então, todos na cadeia. Eles, por assalto ao Erário. Nós, por nossa conivência por elegê-los e, o que é pior, reelegê-los, desde e para sempre.