quinta-feira, 29 de abril de 2010

UM HOMEM CHAMADO JESUS

É curioso notar que alguns cristãos, sejam católicos apostólicos romanos, protestantes, independetemente da seita professada, católicos ortoxos gregos, russos ou católicos maronitas, ou ainda de qualquer outra natureza, não gostam de judeus pelas mais diversas razões. Razões essas, que só fazem sentido do ponto de vista exclusivo deles.
No entanto, por serem rotulados genericamente cristãos, isso significa que são adoradores do homem chamado Jesus, Jesus Nazareno ou Jesus Cristo ou Jesus, o belemita. No entanto, essas mesmas pessoas parecem esquecer que Jesus, além de arameu, era também judeu.
Esse homem, dotado de um cerébro poderosíssimo, recebeu esse nome do grego Iesous que é, na verdade, a forma he-lenizada do aramaico Yeshuah. O verdadeiro nome de Jesus, pelo qual o povo e seus discípulos o chamavam era, portanto, Yeshuah, que poderia ser traduzido como "a salvação de Javé", ou "aquele enviado por Javé para nos salvar".
O outro nome, Cristo, também vem do grego: christos, isto é, "o ungido", correspondente ao hebraico “messiah”. Jesus também é chamado de Emanuel ou Imanuel, no termo derivado do aramaico Imman-el, ou "Deus Conosco". O nome Emanuel foi a ele atribuído por causa da profecia de Isaías 7:14. O profeta diz que a vinda do Messias seria anunciada por um sinal divino: ele nasceria de uma virgem e se chamaria Emanuel. Os cristãos crêem que Jesus é o messias, o christos profetizado no Velho Testamento, que através de sua vida, morte e ressureição restaurou sua comunhão com Deus. Sustentam também que Jesus é a Palavra Eterna (Logos) que encarnou como homem e que aqueles que nele crêem conquistarão a vida eterna.
Sua mensagem espalhou-se por todo o Império Romano, em uma versão, atualmente chamada de cristianismo de Nicéia, mas foi somente sob Teodósio I, que o cristinianismo se tornou a religião ofical dos romanos.
A figura desse homem é tão extraordinária, que até mesmo os budistas se inspiram no exemplo de Cristo. O 14° Dalai Lama, Tenzing Giatso, por exemplo, diz que Jesus é um “bodhisatva”, isto é, um ser que dedicou sua vida ao florescimento da humanidade. Até mesmo os muçulmanos, tradicionais inimigos do povo judeu, acreditam que Jesus foi um dos mais importantes profetas de D’us.
Nesse contexto, podemos dizer que o Homem de Nazaré foi um autêntico e verdadeiro revolucionário, porque sua opção preferencial foi sempre pelos mais fracos, pelos doentes, pelos mais pobres, pelas crianças, pelas prostitutas e prisioneiros, ao contrário do comportamento até então adotado, cuja opção era pelo mais saudável, pelo mais forte, pelo mais poderoso, pelo maior.
O legado de Jesus, deixa a visão de um Deus como um pai amoroso e misericordioso, sempre disposto a perdoar os pecados da humanidade. Sobre sua infância sabe-se muito pouco. Mas, sobre o tempo em que durou o ministerio de Jesus, di-z-se que ele pregou durante três pesach, a Páscoa dos judeus inferindo, segundo um estudioso contemporâneo, que o Nazir ensinou por pelo menos dois anos e dois meses. Os Evange-lhos Sinóticos, isto é, de Marcos, Lucas e Mateus, sugerem um espaço de tempo ainda menor, apenas de um ano. Também é importante que se saiba sobre esse homem extraordinário, que Jesus teria sido um essênio, ou ligados a eles. Como sabemos todos, os essênios eram ascetas apocalípticos.
Presumidamente analfabeto, Jesus, possivelmente era poliglota. Isso porque falava o arameu, sua língua natal. Também falava hebraico porque judeu. E latim, para se comunicar com os romanos e grego, com a elite e os mercadores.
Uma coisa é certa: esse homem fantástico conseguiu uma proeza única. Dividiu o tempo entre antes e depois dele. Isso por si só, já bastaria para fazer dele, independentemente do seu lado divino, o maior de todos os homens.

terça-feira, 27 de abril de 2010

pequenos textos III

Como em duas vezes antes, hoje volto a apresentar aos meus seis leitores, aquilo a que dou o nome de “Pequenos textos”. É Claro que são produtos de minha mente um tanto quanto surrealista. Fazer o quê, se tenho esse viés, digamos literário. O único pedido vai por conta da minha falta de humildade: se não gostarem, pelo menos não odeiem. Reconheço em mim, uma certa maluquês. Mas, fazer o quê, se assim sou?
- Incompreensão A boneca olha a menina que lhe faz declarações de amor. Diz ser sua mamãe. Que mãe estranha essa, que se movimenta tanto, que não sabe que bonecas, gostam mesmo é de silêncio, de imobilidade, de olhos vítreos que nada vêem, e que têm naquela espécie de morte, a sua única razão de viver -

Lágrimas perdidas

Conforme fora prometido, seguiu as pegadas na areia que indicariam o lugar onde encontraria porto seguro. Depois de muito andar, encontrou o oceano onde poderia fundear em segurança, o barco de sua vida tempestuosa.
É verdade que encontrou o que lhe fora prometido. Mas, quem entenderia sua tristeza, ao descobrir que o oceano de águas salgadas em que aportara, eram apenas as lágrimas que derramara, ao longo de uma existência perdida?
- Uma questão de
Tempo!

A palavra desceu sobre ele como um container que desaba em cima do portuário. Pra dizer a verdade, o impacto real não se deveu à palavra tempo, mas ao seu significado. Melhor ainda, talvez nem fosse uma questão de significado. Talvez tivesse sido a importância dele na vida - qualquer vida -, que é absolutamente limitada por ele.

4 - Sina de pai

Dono de um passado cheio de culpas,
Lá vai ele, o pai,
Curvado, cansado, esmagado,
A caminho da morte sofrida,
Enquanto espera perdão,
De filhos que não virão,
Ocupados que estão,
A caminho da vida - Hai-Kai

A ironia,
É que nada é mais prosaico
Que o simples e judaico
Nome de Maria

6 - Sono Eletrônico

A televisão olhou para
O homem deitado na cama.
Desligou-o
E foi dormir
O seu sono eletrônico


O Caçador

O Homo Sapiens,
Voltou da caçada.
Guardou a lança
Na parede da caverna.
Ligou o ar condicionado
E dormiu o sono
Do homem primitivo.

ONDE ESTÁ A VERDADE

"Quid est veritas?". "Onde está a verdade"? Esta pergunta foi formulada há 2000 anos por Pilatos a Cristo. A resposta mais convincente foi dada por Aristóteles, desde que Pilatos, ao formulá-la, parece ter-se desinteressado do assunto. Até hoje, o governador da Judeia só é lembrado por ter, simbolicamente, lavado as mãos, no que se tornaria o segundo maior acontecimento da humanidade no seu lado ocidental: a morte desse mesmo Cristo. O primeiro, claro, foi o nascimento desse mesmo homem.
Aristóteles definiu a verdade como sendo "uma adequação ou coerência entre o que se diz e a coisa ou entre o que se diz e o ocorrido".
A verdade ou falsidade se prende apenas à verificabilidade, que não exige experimentação direta. Basta que se indique uma maneira fisicamente possível de testar.
Esse é o grande dilema com que a classe política depara. O eleitor, ao acreditar que há coerência no discurso político, é induzido a dispensar a verificabilidade, que nessa área, só é possível após a experimentação direta. Traduzindo: só é possível avaliar a veracidade ou a falsidade do enunciado político, quando já é tarde demais.
É por isso, que o discurso político não pode e não deve ser analisado a partir da ótica maniqueísta falso-verdadeiro. Esse tipo de discurso deve ser tratado como hipótese, que é a afirmação de uma relação entre dois ou mais fatos, que deve ser verificada posteriormente.
Mas, voltando à pergunta inicial, onde está a verdade? A resposta não é simples. No governo ou na oposição, perguntaria o otimista. Em cima ou em baixo? Perguntaria o filósofo. Na lágrima sofrida de um rosto triste ou no riso debochado de um qualquer? Aqui na terra ou nos confins do Universo? Com o homem adúltero ou com o homem adulterado na sua essência? Com Deus ou com o Diabo? Dentro ou fora de nós? Nos bares ou nos lares? Estará por acaso a verdade, tal qual um deus onipresente, simultaneamente em todos os lugares?
Pensar é preciso. Ou não é preciso pensar? Dolorosa interrogação. Pensar, pensar profundamente, é antes de mais nada um ato de dor. Ai dos que pensam, diria, lembrando César.
Feliz de quem não tem sempre presente a angústia do ser e como tal, do pensar, e coloca todos os seus méritos e deméritos nas costas largas de Deus.
A grande questão, no entanto, a grande dúvida, é que a verdade talvez nem exista. Só a dúvida. Porque tudo indica que não há respostas. Só perguntas.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

A REPÚBLICA PROVISÓRIA


Não conheço o permanente. Só conheço o provisório. Talvez, dado o meu desconhecimento sobre quase tudo o que há, venha eu fazer afirmação tão peremptória.
Permanente, quando muito, é o tempo. Mas ninguém sabe o que é o tempo. Exceto que passa. E continuará passando "per omnia secula seculorum".
 

O espaço, este não é permanente nem provisório. É limitado. Talvez seja limitado pela barreira do tempo. Provisórios, conheço muitos. Provisório é o amor eterno. Provisória é a mulher amada. Principalmente a amada amante de que nos fala Roberto Carlos.
Provisório é o fogo eterno da paixão, é a eterna maldição. Provisório é o amor, a carícia e o prazer. O ódio, não. Ódio que se preze, tem que ser permanente. Permanente é ou deve ser a idiotia. Idiotas não podem dar-se ao luxo de serem provisórios. Não existem idiotas provisórios. Todo idiota é permanente. E irritante.
 

Provisória é a roupa que usamos, o carro que compramos, a coroa que ostentamos, o cetro que empunhamos. Provisória é a pose, a arrogância, o orgulho. A sabedoria não. Esta é definitiva. Tão definitiva quanto as frases lapidares.
Provisória é a vida. A morte, ao contrário, é definitiva. Tão definitiva, que depois de certo tempo após morrermos, é como se jamais tivéssemos existido.
Provisória é a luz. A escuridão, ao contrário, é definitiva. Total e irremediavelmente. Provisórios são os políticos e os discursos. As promessas, não. Pela sua própria estrutura, são definitivas. Provisórias são as medidas. Mas, pouco provisórias. Tanto que acabam se tornando definitivas.
 

Aliás, o provisório, diz-se, nasceu na Bahia de Todos os Santos, deuses e orixás. Saravá! Roberto Campos conta-nos, em deliciosa crônica, que o líder da Sabinada, revolução que pretendia tornar a Bahia independente e republicana, o que era de hostilidade ímpar ao Império brasileiro, teve como seu herói maior, Sabino, ou melhor, o Dr. Francisco Sabino Alves da Rocha Vieira.
 

Como se sabe, a revolução foi sufocada em quatro meses de luta e Sabino, condenado ao enforcamento. Comutada a pena, foi degredado para o estado de Goiás e depois para o Mato Grosso. Mas isso já é outra história. O que nos interessa, na realidade, é que a República Bahiana acabou declarando que: "A separação da província em Estado independente era até a maioridade de Sua Majestade, o Imperador Senhor Dom Pedro II".
Coube ao Brasil, mais especificamente aos baianos, inventarem a república provisória. "Como se vê, há mais coisas provisórias entre o Céu e a Terra do que imagina a tua vã filosofia", poderia ter dito o príncipe Hamlet.

terça-feira, 20 de abril de 2010

JOSUÉ, O CONQUISTADOR DA TERRA SANTA

Muitos são os que falam no Josué bíblico, sem terem, na verdade, maior conhecimento de quem foi, realmente, esse hebreu fascinante, esse homem que liderou o povo de Israel até Canaã, a terra onde, segundo prometido, jorrava o leite e o mel.JOSUÉ (Jeshua, Ieshua, Iehoshua, Yehoshua), era filho de Num, general e sucessor de Moisés ( Moshe, Mochê, significando “retirado das águas” ou “nascido das águas). Seu nome verdadeiro foi trocado de Oséias, que mantém o significado de “socorro” ou, segundo outra tradução, “salvador”, para o de Josué, ou Iehoshua, significando “YHWH (Javeh) é o Socorro” ou “YHWH é o Salvador”. No caso, YHWH (tetragrama que entre os hebreus é o nome de Deus no seu sentido mais verdadeiro, ou seja, significando o Impronunciável). Entre os árabes, o nome de Alá (Allah) é Deus, aquele que tem 100 nomes, dos quais o último não pode ser pronunciado. Os hebreus, depois chamados judeus, afirmaM que o Altíssimo tem 72 nomes, dos quais o último, também não pode ser pronunciado, porque o simples fato um humano pronunciar Seu nome sagrado, pode manchá-lo, enlameá-lo, conspurcá-lo. A propósito, a palavra D'us - (Ser considerado pelas religiões como absolutamente superior, perfeito, Criador do Universo) - não porta nenhum significado ou sentido último. Apenas nos coloca diante da fé nele. Muito embora o ser humano tenha conquistado enorme conhecimento e desenvolvido seu intelecto, ainda assim, é incapaz de verdadeiramente entender e conceituar a D'us, limitando-se a ter fé. D'us é uma entidade que não tem propriamente nome, quando nos atemos aos vocábulos usados no Velho e no Novo Testamento. Algumas palavras como Javeh, Jeovah, Elohim ou Adonai, são utilizadas como forma de nos auxiliar em nossas experiências com Deus e outras são agregadas a estas, denotando o tipo de experiência que tivemos.

Mas, voltando ao nome JOSUÉ (Ieshua, portando, também, o significado de Jesus em aramaico, língua original do Mestre, pois antes de ser judeu, era arameu), pertencia Josué à tribo de Efraim (segundo filho de José e neto de Jacó (Jacob). Efraim também é nome de uma das 12 tribos de Israel (nome posterior de Jacob, filho de Isaac (significando Jacob “Deus proteja” ou, porque o nome se aproxima do verbo aqab, que é igual a “enganar, ludibriar”, porque Jacob enganou seu irmão Esaú, ou ainda a origem do nome de Jacob possa vir de Aqêb (Aqueb), que tem o significado de “calcanhar), porque nasceu segurando o calcanhar do irmão. E porque Jacob lutou com um Anjo de Deus às margens do Jaboque, teve o nome modificado para Israel, que significa “Forte como Deus” ou “Que lutou com Deus”. Apenas como detalhe, o sufixo “el”, que se encontra em nomes como Daniel e Rafael, tem o significado de D'us, em hebraico. Por exemplo: Daniel significa “Deus é meu juiz”; Rafael, igual a “Deus cura”, e assim por diante. Raquel é uma exceção, pois é traduzido como “ovelha”.
De modo que Josué foi escolhido para ser o herdeiro da liderança de Moisés para conduzir o povo hebreu (Ivrim ou Ibrim. Essa denominação pode ser advinda da expressão ever ha-nahar, que tem o significado de “aquele que vem do outro lado do rio”, uma referência ao Rio Eufrates. Outros, porém, acreditam que o nome hebreu venha de Heber, bisneto de Sem. O certo é que Josué conquistou a Terra Prometida, também chamada Terra Santa ou Canaã. Canaã, como sabes, era a terra dos fenícios, mencionada já em inscrições egípcias datadas de 1800 a. C, e compreendia todo o território, cuja extensão não se pode precisar com certeza. Mais tarde , foi conhecido como Palestina, por causa da invasão dos filisteus (povo originário de Creta ou Caftorim. A palavra Filistim (Palestina) foi usada pelos gregos para designar toda a Canaã.
Entre os feitos de Josué, pode-se citar, além da conquista da Terra Santa, a travessia do Rio Jordão a pé, enxuto e com todas as tribos de Israel. Outro feito foi a derrubada dos muros de Jericó (cidade cananeia, também conhecida como a “Cidade das Palmeiras”).
Josué morreu com 110 anos e foi sepultado no monte Efraim.
Josué foi, portanto, um dos maisores líderes que história, tanto a hebreia como a universal já produziu. Não esqueçamos que nós e o povo hebreu temos tudo a ver, porque são os nossos referenciais, tanto no que se refere à nossa religiosidade como aos nossos valores morais e intelectuais. Hebreus e gregos foram, creio, as duas maiores civilizações de todos os tempos, porque nos deixaram lições de ética, estética, cultura (com destaque para a filosofia), valores morais e religiosos, independentemente da religião que professemos ou não.


LIBERDADE, O QUE É?

Talvez nenhum objetivo seja mais desejado pela raça humana que a liberdade. Todos sonhamos em ser livres. Mas, o que é mesmo essa coisa chamada liberdade, pela qual estamos dispostos, não só a matar, mas morrer, se preciso for, porque partimos sempre do princípio que um escravo vale menos que um homem morto por causa do desejo de ser livre?
Primeiro, é preciso que tenhamos ideia mais nítida do que é ser livre. Um homem casado é livre? Ou uma mulher casada, é livre, ela também? E que dizer da pessoa que depende de outra para sua subsistência, seja porque é teúda e manteúda de alguém, seja porque é empregado ou subalterno de outro maior e/ou melhor que ele? Serão verdadeiramente livres, essas pessoas? Pensar é preciso. Ou não será preciso pensar?
A definição mais natural de liberdade é a total ausência de obrigações e limitações. Limites e obrigações são impeditivos do seu direito (?) de ir e vir. Mas, seguir cegamente seus desejos, significa, por acaso, que se é verdadeiramente livre? Diziam os estóicos que ser livre, era aceitar que as coisas acontecessem tal como aconteceram sempre. Mas, na verdade, liberdade seja outra coisa, que atende pelo simples nome de opção. O poder da escolha, este sim, é uma forma de liberdade que extasia. Mas não se pense que o anarquista é livre, porque para viver de forma anárquica, há de forma implícita nessa forma de vida, um preço. E se há um preço, há também, uma forma de submissão. E se há submissão, logo não há liberdade.
Há porém, formas diversas de prisões que impedem a liberdade plena, caso daqueles que são escravos dos próprios desejos, ou dos desejos de outrem. Mas, e aceitar o próprio destino é ser livre? Dolorosa interrogação, porque alguns dirão que sim. Outros, que não. “Maktub”, como dizem os árabes, é ser livre? Estava escrito que assim seria, ou o caminho se constrói caminhando?
Baruch Spinoza, o grande filósofo judeu de origem flamenga, afirmava que “a razão só implica liberdade se conseguirmos entender a ordem racional que rege o mundo a cada instante.” E seguir uma religião qualquer, isso significa ser livre, na medida em que há a submissão aos regulamentos da igreja e à onipotência de D’us? Os escravos das cirurgias plásticas não serão escravos da aparência?
E que dizer da liberdade da indiferença? E os mentirosos serão livres? Ou serão escravos da própria mentira?
Finalmente, dizer o quê da liberdade política? Escolher em quem votar será, mesmo, um ato de liberdade? Numa sociedade, a ausência de leis que garantam a liberdade de todos, implicaria no desaparecimento do mais fraco pela mão do mais forte, uma vez que a sede de poder é inerente ao ser humano. E insaciável também. E, se impor limites é necessário e bom para a manutenção de uma sociedade organizada, por outro lado, significa dizer que ninguém é verdadeiramente livre, na medida em que o limite é uma imposição à liberdade natural, que só pode ser contida pela força do adversário.
É claro que este espaço é pequeno para abordar assunto tão relevante. Isso, sem contaro meu desconhecimento sobre quase tudo o que há, mas, se meus seis leitores puderem refletir sobre esse tema, ainda que apenas um pouco, já terá valido o esforço de escrever, como se dizia outrora, estas mal traçadas linhas.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

SOBRE O PODER

Que coisa misteriosa é essa que, indistintamente, todos queremos em maior ou menor escala? A resposta não é fácil. E para mim, particularmente, um analfabeto sobre quase tudo o que há, a dificuldade em responder a essa questão é muito maior que a de outros mortais comuns.
Classicamente, o poder pode ser definido como  algo que controla a sociedade. Convém, porém, não esquecer que, poder faz referência ao que é possível, exceto o Poder de D’us. Pra quem n’Ele crê, evidentemente. Mas, se assim é, a ideia de poder é muito parecida com a de controle ou de autoridade. Por isso, talvez, não bastasse a prisão do corpo a que vivemos submetidos, tenha o ser humano criado a prisão dos regulamentos que, em última análise, é um dos derivados do poder, porque cabe à autoridade ou ao poder, regular o comportamento social para que se evite o caos.
É bom, porém, que não esqueçamos que poder, existem de vários tipos. O poder humano, por exemplo, que é a capacidade de ação do homem ter poder sobre outro homem, sobre as coisas ou ainda, sobre si mesmo. Aliás, na questão do poder humano, o poder pressupõe a potência, sempre e quando esta não for reduzida à simples questão da potência física e levar em conta as formas mais diversas que o homem tem para afirmar sua potência, ou seja, a eloquência, a riqueza, a fama e até mesmo a cultura.
O poder, entretanto, tem suas formas. Uma delas, a força bruta, a menos eficaz, muito embora possa apresentar algum resultado para o dono da força. O problema é que sua capacidade de ação e dominação é pequena demais, seja a de um homem sobre outro, ou mesmo a de um regime totalitário sobre um determinado povo ou grupo de povos. Historicamente, é certo que passará, como passaram todas as formas de dominação bruta como os impérios (vide os impérios dos medos e dos persas, o romano, os impérios inglês, francês, alemão, austro-húngaro, russo, japonês e americano, apenas para citar alguns.
Temos ainda as questões filosóficas do poder da razão, o poder como dominação, os recursos do poder, as formas de poder, a tentação do poder o poder legítimo, o poder das instituições, o poder legítimo, o poder passivo o poder vital e, também, a não menos importante questão do poder e contrapoder.
Na verdade, todo poder traz embutido em si, uma forma qualquer de violência. Mas, de violência, falaremos outro dia. O assunto é mais que vasto e impossível de ser abordado em todas suas facetas.
De qualquer modo, o objetivo deste simples texto é tão somente, levar meus seis leitores à reflexão sobre essa coisa chamada poder, à qual, queiramos ou não, estamos todos submetidos.

PEQUENOS TEXTOS II

Ontem, esclareci aos meus seis leitores que, atacado por uma crise de preguiça explícita, e encontrando em meus alfarrábios pequenos textos escritos há muito tempo por minha mente um tanto quanto surrealista, hoje, decidi repetir a dose. Espero que me perdoem a audácia.

1 - Previdente gravidez
Entardece. Os últimos raios de sol tentam agarrar-se desesperadamente à Terra. Mas tudo é inútil. A noite implacável avança, cobrindo o mundo com seu negror absoluto. 
Mas, não se sabe se, porque previdente, ou porque o instinto materno fala mais alto, engravida do Sol um último raio luminoso. Para que possa parir o amanhecer de um novo dia.
 

2 - Uma cruz triste demais 
Lá estava o corpo estendido no chão. Ao lado, carpinteiros rústicos, trabalhavam uma cruz, ela, rústica também. Depois, conscienciosamente, pregaram o corpo na cruz e a ergueram.
Ao fundo, nuvens plúmbeas e negras  co-lidiam indignadas, cheias da cólera divina, provocando comoção cósmica.
Enquanto isso, a cruz de madeira, entristecida, derramava lágrimas de sangue, enquanto maldizia o lenhador que a abatera, para submetê-la a tão triste e indigno destino.

3 - Incongruência sem fim

Como é possível a um planeta tão bonito, tão azul, tão verde, tão dourado e tão rico, abrir-se, para recolher em seu ventre, cadáveres que o poluirão, conspurcarão e depois o adubarão, para que mais vida nasça, para ao morrer, voltar àquele útero fétido, onde tudo começará novamente.

4 - Um quadro muito triste
Terminara a aula. Com ela, terminara, também, o ano escolar. As crianças saem gritando, felizes. Algumas ficam para trás. São mais emotivas. Querem ficar um pouco mais com a professora. Esta, sensível também, disfarça a emoção e jura que ano que vem estarão juntos novamente. Juras tolas, evidentemente.  Quem sabe onde estarão amanhã?Finalmente, saem todos. A professora apaga as luzes e fecha a porta. Na sala, prenhe de solidão, um quadro negro derrama lágrimas verdes de saudade.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

PEQUENOS TEXTOS

Amanheci cansado. Se pudesse, teria dormido o dia todo. Acho que estou sendo vítima de um ataque de preguiça explícita. Por causa disso, consultei meus alfarrábios e descobri pequenos textos produzidos por minha mente pseudo surrealista e, às vezes, pretensamente poética. A eles, portanto.

1 - Como se aranha fosse 
A aranha arranha o jarro. Não que queira arranhá-lo. O que quer, é sair daquela prisão de vidro translúcido. Mas o jarro, se está prenhe de aranha, é porque aranha é. E para proteger a ara-nha que arranha seu útero, tece, laboriosamente, finas teias de vidro sobre a boca, para que ninguém ameace seu filhote, que lentamente vai cessando de arranhá-lo.

2 - Papéis Invertidos        
Era um homem de hábitos simples. Acordar, pegar o ônibus, sentar na escrivaninha e traba-lhar o dia inteiro. Essa, a sua rotina diária.
À noite, voltava para casa, jantava, dava boa noite à esposa, e sentava no sofá, para assistir televisão até a hora do sono inevitável.
Foi por isso que ninguém entendeu seu desaparecimento. Não sabiam que, na noite anterior, a apresentadora do seu telejornal preferido, ao encerrar o programa deu boa noite, e cansada de vê-lo sempre ali, noite após noite, sentado, imóvel em frente a ela, desligou-o da vida.

3 - Coisas de cidade grande            
Às vezes pensava não ser de lá. Um alienígena, quem sabe, sem consciência própria do que era. Talvez por isso, não compreendesse bem tudo o que via. Mas, na verdade, era um lugar muito estranho aquele. Lá, tudo parecia pouco nítido, fora de foco ou invertido. Por isso não estranhou, quando viu o devorador de alimento chegar, colocando fumaça pelo cano de descarga. E o monstro, talvez porque sofresse de incontrolável fome, engoliu o alimento pela sua parte dianteira, para, após retirar só o que interessava à sua própria manutenção, vomitar mais adiante o que não mais lhe interessava. E porque era noite, não pude ver os outros alimentos, que mais à frente, esperavam quietos, o momento de entrar no ônibus.

4 - O gol
O silêncio no campo era total. Não se ouvia o zumbir de um inseto. O juiz marcara penâlti. O jogo era decisivo e a torcida quase agonizava de tanta tensão. O apito soa. O chute é disparado e o corpo do jogador descreve um suave arco, enquanto entra, fazendo com que milhares gritem seu grito orgásmico. É gol. No campo, as bolas comemoram, enquanto das arquibancadas, cabeças rolam, e invadem o campo, para a confraternização na vitória da bola sobre o homem.

J'ACCUSE...!

   E de todos - ou quase - conhecida a expressão francesa “J'accuse” (Eu acuso), título do artigo, mais que isso, um libelo contra a condenação do oficial do Exército francês, Capitão Alfred Dreyfus, pelo crime de alta traição contra a França. A verdade, é que todo o Estado Maior do Exército francês mentiu e conspirou contra Dreyfus, para livrar da condenação, o verdadeiro culpado, o Major Conde Ferdinand Walsin-Esterhazy, que ao fim, acabou confessando sua culpa. Conforme ficou provado posteriormente, Dreyfus era inocente, tanto que, após provada sua inocência, foi reintegrado ao Exército no posto de “Chef d’escadron” (Chefe de Esquadrão), sendo-lhe concedida a mais alta condecoração francesa, ou seja, recebeu o título de Cavaleiro da Legião de Honra concedida pelo Presidente da República da França, representado, na ocasião, pelo general de Brigada Gillain.
    Muitos foram os que lutaram pela prova da inocência de Dreyfus, como seu irmão MathieuDreyfus, o advogado Edgard Demange e até mesmo o Primeiro-Ministro Clemanceau, porém, o mais importante de todos, foi o escritor Émile Zola, que publicou seu manifesto J’Accuse, no jornal L’Aurore, edição de 13 de Janeiro de 1898, sob a forma de uma carta ao Presidente Félix Faure.
Poucos sabem, também, que no dia seguinte à execução da sentença de degradação de Dreyfus, o grande causídico brasileiro Rui Barbosa, escreveu de seu exílio em Londres “Que faculdade sobre humana deu àquele homem energia suficiente bastante para sobreviver às emoções incomportáveis dessa provação. Narram as testemunhas atentas ao suplício, que o executado não empalideceu nunca. Os passos não lhe vacilaram. Não lhe tremeu a voz. A cabeça esteve-lhe sempre ereta. E ainda que apupado pela multidão, por seus colegas de farda, execrado por todos e vítima do preconceito francês e europeu contra os semitas, pois já naquela época, eram dados os primeiros passos do holocausto judeu nas mãos dos alemães, durante a Segunda Guerra Mundial, quando foram mortos mais de seis milhões dos descendentes de Sem, nos campos de concentração da Alemanha, Rússia, Polônia, Áustria, Tchecoslováquia e ou-tros países, tanto da Europa Central, quanto da Europa Oriental. Até mesmo em algumas nações da Europa Ocidental, os judeus foram - e ainda são - vítimas de discrimnação.
Eu tambem, mesmo a milhas de distância da competência e valor de Émile Zola, acuso a classe política brasileira, seja a que atua no Legislativo quanto no Executivo e até mesmo alguns integrantes do outrora sacrossanto Judiciário brasileiro, salvo as exceções que sempre as há, de não terem a postura de um Capitão Dreyfus; de não poderem andar de cabeça erguida, de não poderem bradar como bradou o Capitão Alfred Dreyfus: “Sou inocente. Viva a França”. Quero vê-los, senhores donos do poder, bradar também, de cabeça erguida, no meio deste festival de escândalos que assola toda a República Brasileira: “Somos inocentes. Viva o Brasil.” Mas esse, infelizmente, é um brado que jamais ouviremos, porque somos todos culpados. Eles, por serem o que são. Nós, porque os elegemos e reelegemos desde sempre.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Este texto não é meu. É do jornalista Elden Carlos, e é uma resposta à altura ao que escreveu um pseudo jornalista e cronista goiano chamado Rogério Borges, sobre o Estado do Amapá. Borges nos ofendeu a todos de forma gratuita e dolosa. Se por ventura tentou ser "engraçadinho, lamento informar: foi apenas e simplesmente trágico. Cômico, jamais, porque não tem competência sequer para ser um bom palhaço. Quando muito, palhaço de um circo mambembe qualquer. Por isso, vamos ao texto do excelente Elden.

"Não se sabe com que intenção um colunista do jornal O Popular, de Goiânia, que atende pelo nome de Rogério Borges, resolveu de uma hora pra outra tachar o Amapá como "Terra do Nunca". Em artigo publicado na edição do dia 7 de abril no jornal goiano, ele afirma que o Amapá não existe, que é um estado imaginário. Bom, se o jornalista ai tinha pretensões de ofender o Senador da República e Presidente do Congresso Nacional, José Sarney – já que ao que parece o senador é a única coisa que ele conhece pelo Amapá – deveria ter escolhido um texto que não mexesse com a história e tradição de um povo que vive no estado mais preservado do Brasil, conforme pesquisas divulgadas nacionalmente.
Inicialmente, parece que o Rogério perdeu todas as aulas de geografia da escola. Ele diz que não sabe o que é a Oiapoque. Primeiro ele deveria aprender que o Oiapoque está localizado na parte mais setentrional do Estado do Amapá. Limita-se ao norte com a Guiana Francesa, ao sul com os municípios de Calçoene, Serra do Navio e Pedra Branca do Amapari. Ao leste é banhado pelo oceano Atlântico e a oeste faz fronteira com o município de Laranjal do Jari. Mais isso ele não deve nem imaginar também. Por certo não deve conhecer o maior Parque Nacional do Brasil (Montanhas do Tumucumaque) com 3,8 milhões de hectares. E o Marco Zero do Equador, será que ele sabe que o Amapá é a única capital do país cortada pela linha do Equador, e que temos o fenômeno do Equinócio duas vezes por ano? Mas deixemos de lado a geografia um pouco, afinal, quem passou tantos anos estudando - creio eu - e até hoje não conhece a geografia do próprio país, não vai aprender agora em uma rápida lição.
O artigo desse cidadão feriu os sentimentos de um povo que observa seu estado em franco desenvolvimento. Será que Rogério Borges conhece o Manganês, chamado de ouro negro da Amazônia e cujas maiores jazidas estão no Amapá? Será que conhece o açaí que exportamos para os maiores países do mundo? Será que essa pessoa, altamente desinformada, sabe onde passa o maior rio do mundo em volume d'água (O Amazonas) que banha a capital do estado (Macapá) e é nosso cartão postal?
Quanto ao São José, que perdeu, sim, para o Goiás lá dentro da casa dele, ele existe de fato e direito. Ocorre que não temos realmente tanta tradição no futebol nacional, diferente do Goiás que dispõe de uma infraestrutura moderna. Aliás, o estado de Goiás que é um dos mais desenvolvidos do país, deveria se envergonhar de ter como habitante, um homem que deveria ter como jornalista, a obrigação de informar de maneira eficiente seus leitores. Mas não é isso que acontece. Pessoas como esse rapaz é que sujam o nome da imprensa nacional. Não se pode admitir que uma pessoa sem conhecimento algum, ocupe linhas tão importantes de um veículo de comunicação para escrever absurdos e inverdades sobre o Amapá. Se quiser, senhor Rogério, está convidado a vir ao nosso estado tomar, quem sabe, um banho nas cachoeiras de Santo Antônio, ou conhecer e degustar a culinária do "MEIO DO MUNDO", acompanhada de canções regionais tidas como as pérolas da Amazônia, dentre tantos outros espetáculos e belezas naturais que temos no Amapá. 
Um abraço Tucuju."


SOBRE O ANALFABETISMO EXPLÍCITO

Em seus discursos intitulados "As catilinárias", o grande político, pensador e principalmente orador romano Cícero, iniciava seus discursos contra Catilina no Senado Romano dizendo: "Quousque tandem, abutere Catilina, patientia nostrae?", ou seja, "Até quando, Catilina, abusarás da nossa paciência?"
E nós, tucujus com muito orgulho, perguntamos a um certo Rogério Borges, que se diz jornalista de um jornal goiano chamado O Popular: Até quando , Rogério, abusarás da nossa paciência? Afinal de contas, quem pensa o senhor que é? Pelo que lemos em sua crônica, se é que podemos chamar assim um texto tão cheio de asneiras, que revela ser o senhor apenas e tão somente um deficiente cultural, um tolo, na verdade, um idiota (não esquecer que idiota é apenas o incapaz do aprendizado). Como ousa o senhor desrespeitar um povo orgulhoso, porém sensível; guerreiro, porém amante da paz; ordeiro, pacato, estudioso e musical, mas também, um povo que entrou em guerra contra uma potência estrangeira, no caso a França - e venceu - apenas pelo desejo de ser Brasil, um povo que não se curva perante ninguém, exceto Deus Todo Poderoso, um povo que se banha às margens do Rio Amazonas; um povo dono do maior parque florestal do mundo, o Parque Montanhas do Tumucumaque; um povo cujas terras são as mais preservadas planeta, a ponto de 97% de sua cobertura ser original. A propósito, quanto das terras goianas são preservadas? E sobre o tema corrupção, temos a honra de informá-lo que nesse quesito, vivemos longe de Brasília, que aliás, está encravada em solo goiano, não é verdade?
O senhor é de uma ignorância abissal sobre tudo o que existe, sem dúvida nenhuma. Vejamos então: Acaso existe a possibilidade legal de um candidato a qualquer posto eletivo poder sê-lo sem ter seu domicílio eleitoral naquela cidade ou na quele estado pelo qual pretende se candidatar? Vocês, goianos, permitem, por acaso, que paulistas ou gaúchos se candidatem por seu estado, morando em São Paulo ou Porto Alegre? Aqui, felizmente, a lei é cumprida. No seu lugar de origem, não sabemos.
Cremos que o senhor, por analfabeto, acredite mesmo que o senador José Sarney possa se eleger pelo Amapá sem aqui residir. Ele é, sim, maranhense de origem. E por isso estará impedido ele ou qualquer outro brasileiro de morar onde melhor lhe convir? Queremos dizer-lhe que muitos brasileiros de outros estados e cidades moram e vivem aqui, aprendendo conosco e, na contrapartida, nos ensinando, também. Inclusive gaúchos, catarinenses, paranaenses, paulistas, cariocas, nordestinos de todos os estados daquela bela região e até mesmo estrangeiros que escolheram por si mesmos, que o melhor lugar para viverem era aqui, no Amapá. Ah!, inclusive goianos, mas goianos de bem, goianos trabalhadores, honestos, não excrecências como o senhor.
Talvez, a razão que o tenha movido a nos agredir de forma tão gratuita, tenha sido alguma aversão particular ao senador José Sarney e, por medo, resolveu atacar, denegrir todo um povo que é honra e espelho para qualquer outro povo de qualquer estado ou nação.
Quanto ao seu desconhecimento geográfico, o mínimo que podemos dizer-lhe, é que o senhor faltou às aulas de geografia, se é que o senhor frequentou escola algum dia.
É claro que a Linha do Equador é imaginária. Queria o senhor o quê: que ela fosse sólida qual uma espécie de Muralha da China, que o senhor também não deve conhecer? E, pode o senhor informar como consegue saber as horas? Será que não é com base no Meridiano de Greenwich? Aliás, não esquecer que meridianos são, também, linhas imaginárias e como tal, por certo, não existem para o senhor.
 Quanto a Getúlio Vargas, não tivemos um. O Rio Grande do Sul o teve, é verdade. A diferença, e disso muito nos orgulhamos, é que nos não toleramos ditadores. Possivelmente o senhor goste. Essa, é uma enorme diferença entre nós. Ainda bem que assim é.
Desculpe-nos a franqueza: o senhor não é racionalista, não. Como pode ser racional um homem tão tolo, a ponto de parecer descerebrado e preconceituoso, muito preconceituoso. Senhor Rogério Borges, não esqueça que somente os seres imbecilizados pela falta de cultura são preconceituosos, porque quem preconceitua, prejulga e preconceitua. Salomão e Sócrates, porque estão entre os homens mais sábios do mundo não eram preconceituosos. E muito menos o melhor de todos os homens que já nasceram ou ainda hão de nascer sobre o planeta Terra, Jesus. Esse não era preconceituoso. Aliás, sua opção preferencial foi pelos pobres, pelos desvalidos da sorte, pelos leprosos, pelas crianças, pelas prostitutas, nunca pelo melhor, pelo mais forte, pelo mais poderoso. Cremos que Ele possa perdoá-lo. Nós, não podemos.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

O CÓDIGO DA BÍBLIA

É fato que após a Segunda Guerra Mundial, um rabino da antiga Tchecoslováquia fez um estudo da Torah, a Bíblia hebraica que consistia na contagem das letras do alfabeto (Alefbeit) hebreu. E observou já no primeiro capítulo do Gênesis que, saltando cinquenta letras e depois outras cinquenta, e assim por diante, conseguiu soletrar a palabra TORAH. Naturalmente encantado viu que o mesmo resultado podia ser observado em nos demais livros que compõem o Pentateuco. O resultado não lhe apareceu apenas mera casualidade, o que o levou a escrever um livro no qual relata essa descoberta. A única cópia que existe desse livro está na Biblioteca Nacional de Israel. Posteriormente, outros estudiosos e matemáticos estudaram essa fantástica descoberta e concluíram a veracidade das informações anteriormente obtidas.
Um desses pesquisadores, o Dr. Eliahu Hips, matemático de fama mundial, catedrático da Universidade de Jerusalém, conseguiu comprovar com o auxílio de um computador, a veracidade daquelas informações e dividiu, então, a Bíblia original e todas as demais edições que compõem a Torah, com 304.805 letras, em 40 fileiras de 7.551 letras, ou 40 linhas com 7.551 colunas, após compactar todo o texto, sem intervalos entre as palavras, parágrafos nenhum e pontuação. E o resultado, conforme o livro O CÓDIGO DA BÍBLIA é que através de processo, consegue-se descobrir lendo a Torah , como já dissemos, na sequência, sem espaços, lendo na vertical ou na horizontal; da esquerda para a direita sobre determinado evento ou pessoa, mesmo nos dias atuais, encontra-se referências como nomes, datas, locais e etc...
A título de exemplo, o citado na página 105 do livro já mencionado, a palavra HIROSHIMA, Japão holocausto atômico e o número 3705, que no calendário hbraico equivale a 1945, são localizados e estão relacionados entre si. Pode até ser mera coincidência, mas que é coincidência, disso não se tenha a menor dúvida. E quem nos revela esse estranho fato e ninguém menos que o escritor amapaense Fernando José Elarrat, autor da cartilha "Alefbeitzando em Hebraico".
E foi por isso que decidi pesquisar um pouco mais sobre o assunto, e descobri que outros acontecimentos como o Holocausto e a morte de Ytzak Rabin, ex-premier israelense, assim como a eleição de Bill Clinton para a presidência dos Estados Unidos, puderam ser identificados usando-se o método descrito acima. É claro que se ouviram vozes de pessimistas questionando ou rejeitando o código. Como exemplo dessa oposição ao Código, a Sociedade Bíblica Alemã diz que "Deus não fala por códigos". Também a revista "Bibel Report" afirmou que "com talento para combinar as letras de diferentes maneiras pode-se encontrar praticamente todos os acontecimentos importantes.
É bem verdade que a Bíblia é a Palavra de Deus. Nela é descrito o passado, o presente e o futuro. Também é absolutamente necessário para os cristãos compreender que precisam de um renascimento em seus corações porque foi o Mestre que disse em João 3.3: "...se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus."
De qualquer modo, ainda que a fé seja um cajado sobre o qual podemos nos apoiar, também é verdade que não é possível construir a fé sobre as ruínas da razão. Ou, como se dizia antigamente em linguagem popular, nem tanto à fonte e nem tanto ao pote.