segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

AFORISMAS


AFORISMAS


SE EU PUDESSE
"Se eu pudesse deixar algum presente a você, deixaria acesso ao sentimento de amar a vida dos seres humanos. A consciência de aprender tudo o que foi ensinado pelo tempo afora...Lembraria os erros que foram cometidos para que não mais se repetissem.A capacidade de escolher novos rumos.Deixaria para você, se pudesse, o respeito àquilo que é indispensável: Além do pão, o trabalho. Além do trabalho, a ação.E, quando tudo mais faltasse, um segredo: O de buscar no interior de si mesmo a resposta e a força para encontrar a saída."(Mahatma Gandhi)

POUCO TEMPO

“A vida é curta, a Arte é longa, a ocasião fugidia, a experiência enganadora, o julgamento difícil. É preciso fazer não somente o que é conveniente, mas, fazer com que o doente, os assistentes e as coisas exteriores concorram para isto”. (Hipócrates)






terça-feira, 29 de novembro de 2011

AVE, CÉSAR...

      Todos sabemos a situação caótica que vive a saúde pública brasileira, à exceção das ilhas de exceção que as há. No contexto Brasil, essa situação não parece tão grave nas demais unidades da Federação quanto no Estado do Amapá. Ao longo de quase 70 anos, Macapá, concentrando cerca de 2/3 da população total do estado possui apenas um Hospital Geral Estadual e um Pronto-Socorro Municipal construídos há décadas e sem condições mínimas de atender as dezenas de milhares de pessoas que as procuram todos os meses. Nos demais municípios, a situação é pior ainda. 
      Propostas as mais diversas já foram apresentadas para sanar ou minimizar a patamares aceitáveis essa tragédia, sem que governo algum desse mostras reais de querer, realmente, solucionar esses problemas dos quais decidem nossas vida. O resultado é dor, sofrimento e morte. Dor sofrimento e morte do nosso povo, dos nossos amigos, nossos parentes, nossa dor, nosso sofrimento e nossa morte. 
      Um exemplo, emblemático por si mesmo, chama a atenção de todos neste quadro em que o próprio Inferno parece ter toques de suavidade. Trata-se da tragédia que se abateu sobre o conhecido jornalista amapaense Carlos Bezerra. Após sofrer 15 anos de grave patologia hepática provocada por Hepatite ‘C’, conseguiu curar-se após transplante de fígado realizado em 20 de outubro de 2007, no Hospital Dom Vicente Scherer, pertencente à Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (RS). 
      Agora, mais uma vez, a mão do destino abateu-se sobre ele, que está novamente no Rio Grande do Sul, internado no mesmo hospital para tratamento de complicações renais provocadas por vários fatores, inclusive diabetes e hipertensão arterial. 
      E isso ocorre pela simples razão de que nesses quase 20 anos, a saúde pública amapaense conseguiu o impensável: regrediu. O que era ruim tornou-se péssimo. E nenhum discurso contrário pode mudar essa cruel, triste e deprimente realidade. 
      Dado o seu grave estado de saúde, o jornalista Carlos Bezerra é o retrato fiel do descaso com que o poder público do Estado e do Município trata o povo tucuju: sem piedade, sem compaixão, sem humanidade. 
      Nesse contexto, é bom que se ressalte a bravura, a lição de amor, o esforço ingente de inúmeros profissionais da saúde para amenizar tanto sofrimento. Entre eles, é necessário realçar o trabalho competente e abnegado dos Doutores amapaenses ANTÔNIO TELES, CLÁUDIO LEÃO, ABELARDO VAZ, PEDRO PAULO DIAS DE CARVALHO, BENEDITO DIAS, ANTÔNIO BOGÉA, ROCHA NETO, EDUARDO COSTA, GRAÇA CREÃO, SEBASTIÃO BALA ROCHA, JOÃO BOSCO PAPALÉO PAES, WILSON ALFAIA E e LUCIETE PINHEIRO DA COSTA (In Memorian), e dos excepcionalmente competentes e generosos médicos gaúchos do Grupo de Transplante Hepático da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre GUIDO CANTISANI, MARIA LÚCIA ZANOTELLI, AJACIO BRANDÃO, CLÁUDIO MARRONI, EDUARDO SCHLINDWEIN, IAN LEIPNITZ, TOMAZ GREZZANA, MÁRIO MEINE, GUILLERMO KISS, MARCOS MUCENIC e MARCUS OSÓRIO, além de outros profissionais da saúde desses dois estados tão distantes, e simultaneamente tão próximos no esforço de levar vida e conforto a quem sofre. 
      Carlos Bezerra está em Porto Alegre lutando mais uma vez por sua vida. Num certo sentido estamos todos lá, lutando por nossas vidas também, na medida em que quem nos garante que amanhã não será nossa vez de nos exilarmos nos campos do sul, porque o Amapá não nos amou como devia, não cuidou de seus filhos com o desvelo que toda boa mãe faria? 
      Pobre Amapá! Que futuro terás, na medida em que teu povo não tem futuro, porque não há futuro – pelo menos futuro feliz e saudável – quando teus filhos são obrigados a te deixar, porque nos teus braços morrerão por falta de atendimento médico de Primeiro-Mundo ou de Primeira Classe?
      E lembrando Cícero, o grande orador romano, perguntamos: Até quando, senhores da política, abusarão da nossa paciência? Ou teremos, tal qual antigos gladiadores, que vos saudar dizendo: Salve, maus governantes! Nós, os que vamos morrer, vos saudamos.

sábado, 19 de novembro de 2011

SABEDORIA

Tão boa é a sabedoria como a herança, e mesmo de mais proveito para os que vêem o sol. Porque a sabedoria serve de defesa, como de defesa serve o dinheiro; mas a excelência da sabedoria é que ela preserva a vida de quem a possui.

CANTARES



"CAMINHANTE, NÃO HÁ CAMINHO,
O CAMINHO É FEITO AO ANDAR.
AO ANDAR SE FAZ O CAMINHO
E AO OLHAR PARA TRÁS,
SE VÊ A SENDA QUE NUNCA
SE VAI VOLTAR A TRILHAR.
CAMINHANTE NÃO HÁ CAMINHO,
SOMENTE RASTROS NO MAR."
(Antonio Machado, poeta sevilhano)


quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A DESCOBERTA


Este texto não é meu. Foi-me contado em sonhos. Meu mérito, presumindo-se que tenha algum, foi simplesmente o de transcrevê-lo.
“Sonhei que eras a brisa suave que varre o planeta. Quando te encontrei, supus ter visto um novo sol com o ­brilho fantástico de um milhão de sóis. Pensei que eras a água do mar, as estrelas do céu, o perfume da rosa, o carinho de quem passeia de mãos dadas pela beira do rio em tardes crepusculares, que cedem seu espaço para que a noite cálida nos aqueça o coração e nos traga em seu bojo o repouso do guerreiro e o sono dos justos.
Mas não foi só o que pensei. Pensei que eras a Justiça Divina, te vi negro como um zulu e elegante como a mulher masai; pensei que eras a velha Mãe-África e a Antártida ainda por ser descoberta. Imaginei fosses Netuno ou sereia encantada a dominar os mares, os rios, os lagos, os igarapés, os paranás, os furos e os igarapés-mirins. Mas só pude te conhecer quando senti na tua face poderosa, o imenso amor que tinhas para dar a todos os que te descobriram. És luz, és verdade. Mas de um outro tipo. És luz que não faz sombras. És amor, és dor, és humildade e piedade acrescida de doses imensas de generosidade. És o Inominado, o que não tem nome, e se o tiver, não pode ser escrito ou pronunciado. És a revolução na vida dos que Te encontram.  És Pai, Mãe e Irmão. És amigo e consolador dos aflitos, dos que gemem sob a miséria do abandono terrestre. És a cura, o vencedor da Morte e soberano de tudo o que há, pois és D’us Todo-Poderoso, Criador do Céu e da Terra, capaz de sacrificar o próprio e único Filho por amor a nosotros. Contigo perdi o medo, encontrei a coragem, deixei de temer a Morte, pois sei, a sorte está comigo se me amparas como mãe que, poderosa, ampara o filho querido.                                                 
Furacão dos mares, tufão da vida, ciclone de amor, nunca mais me deixes tão só, como sozinho percorri a estrada da vida, quando vagava, perdido, no Vale da Sombra da Morte, de onde saí para nunca mais voltar”.          


domingo, 6 de novembro de 2011

MUNDO CONTRÁRIO



Quero ser alvejado por setas de amor. Quero ser apedrejado com pedras de alegria. Quero, mais que quero, exijo tiros de amor, pauladas de amizade, pancadas de bem querer, chibatadas de gratidão, metralhadas de bênçãos. É isso que quero. Não quero mais as setas do ódio, as pedradas da ingratidão, o chicote do desprezo. Não mais suporto as adversidades da vida. Quero a paz de Pasárgada. Lá, não sou amigo do rei. Sou o próprio rei. Mas não quero o óleo fervente das profundezas do Hades. Quero ba-nhar-me nos igarapés da minha Amazônia natal. Recuso o Éstige que desce volumoso das cordilheiras do ódio. Quero Yeshuah ao meu lado. Mas quero longe de mim todos os Daímons das regiões ínferas.
Quero a minha mulher, a mulher dos meus devaneios, para que ela e somente ela, me embale em rede de amor. Quero sonhos e ilusões. Estou cansado de viver a vida real com seus pesadelos e ameaças sem fim. Quero minha Eva primeva. Aqui, só encontro Liliths. E de serpentes estou farto.
Quero ser Abrahão, Isaac e Jacob. Quero ser Salomão, David, Confúcio e Lao-Tsé. Quero ser Ghandi, Teresa de Calcutá e Dulce. Quero ser Eunice Weaver, quero ser Tolstói e Dostoiéviski. Mas não quero ser Paulo Coelho. Não quero ser Bill Gates, não quero ser Lula e nem Dilma. Quero ser apenas e tão somente Aadam. Ele conheceu o Paraíso. Eu, ainda não. Quem sabe um dia? Por que não? Se há luz que não faz sombra, é porque as possibilidades são, realmente, infinitas.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

ÚLTIMA VIAGEM


O velho marujo Anníbal Barcellos começou sua última viagem, ontem, 14 de agosto do ano da Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo. Depois de 93 anos navegando nos tempestuosos mares da vida, partiu para o Mar da Serenidade, onde singrará por toda a eternidade.
Capitão de Mar e Guerra da Marinha Brasileira, o Comandante Barcellos, como era chamado, deixa atrás de si um impressionante legado político e administrativo. Foi o último governador nomeado pelo regime militar de 64 para o então Território Federal do Amapá, e exerceu o cargo no período de 1979 a 1985. Foi, também, o primeiro governador eleito do Estado do Amapá, após a transformação do Território do Amapá em Estado, em decorrência da promulgação da Constituição Federal de 2008, cargo que exerceu no período de 1991 a 1995. Antes, porém, foi eleito Deputado Federal no período de 1987 a 1991. Anníbal Barcellos também foi prefeito eleito de Macapá entre 1997 e 2001. Em 2004 foi eleito vereador municipal de Macapá e, ao fim do mandato em 2008, encerrou sua movimentada, brilhante e vitoriosa carreira.
Anníbal Barcellos foi, é e sempre será um referencial no exercício da arte da política. Os mais jovens, certamente, muito aprenderão com ele sobre a arte de governar, tão necessária para o fluir tranquilo entre os embates da vida política.
Sobre suas muitas realizações administrativas, não é este o momento mais adequado para comentários mais detalhados. Mas é importante dizer que, se hoje temos mais escolas, mais ruas, mais avenidas, mais praças e mais muitos mais, devemos a ele e seu modo simples de governar.
Agora que viaja em águas tranquilas sobre o Mar da Serenidade, desejamos do fundo do coração, que o velho marinheiro aporte sua nau no seguro Porto do Céu. Deus, na Sua infinita misericórdia, certamente designará um anjo-marujo para recepcioná-lo e dar-lhe boas vindas. Convém não esquecer que o Deus de Abrahão, também foi uma espécie de marujo, quando Seu Espírito deslizava sobre a superfície das águas onde sopravam fortes ventos, como nos ensina o Livro dos Livros.
Enquanto isso nós, ainda em terra firme, desejamos ao velho comandante uma boa viagem. Que tempestades e borrascas celestes jamais ocorram durante essa longa travessia.







segunda-feira, 15 de agosto de 2011

DE PASSAGEM


Conta-se que um homem muito rico, certo dia visitou um sábio que morava num lugar muito distante. Ao chegar à casa do sábio, o homem rico notou que o eremita era despossuído de objetos comuns que normalmente se vê numa casa, como cadeiras, televisão e outras coisas. Curioso, perguntou ao sábio porque aquela casa não tinha sequer uma poltrona onde uma visita pudesse senta? Ao que este respondeu: e suas coisas, seus móveis, onde estão? Surpreso, o homem rico respondeu: moro longe daqui e meus móveis estão lá. Aqui, estou só de passagem. Ao que o sábio respondeu: eu também.
Essa lição nos ensina o óbvio: estamos aqui, neste planeta, só de passagem. Somente enquanto a vida nos permitir. Isso, evidentemente, não significa que devamos todos ser ou viver em estado de absoluta pobreza. Mas, na contrapartida, devemos aprender que nada justifica a ambição desmedida, o acúmulo de riquezas de modo excessivo, particularmente o acúmulo de riquezas roubadas. Mostrem-nos um ladrão bem sucedido, ainda que dono de bilhões de dólares ou toneladas de ouro, e lhes mostraremos um mentiroso, porque nenhuma pessoa que enriqueça roubando é bem sucedido, na verdadeira acepção da palavra. Quando muito, tem alguma ou muita coisa. Mas não é absolutamente ninguém.
Posto isso, é de se questionar: o que leva um homem – ou mulher – que não nasceu para ser desonesto, a se apropriar do que não é seu, a ponto de se tornar um corrupto, manchado eternamente pela maldição que é o furto, crime – ou pecado – condenado e condenável por todas as civilizações e culturas ao longo da imensa saga humana que ainda não terminou?
Michel de Montaigne dizia que ao mentiroso, a pena de morte na fogueira, ainda seria pouco, tal o dano e horror que causa. Ao ladrão, seja da carteira alheia, seja do cofre particular, seja do Erário Público, o castigo da pena de morte, também seria pouco, tal o dano que causa, seja a uma pessoa, a uma comunidade ou ao um povo ou país inteiro. Não que estejamos aqui defendendo a pena de morte, a qual nossas leis proíbem de modo explícito, porque desumana e impossível de reparar em caso de erro, cuja possibilidade sempre existe. O que se quer dizer é que, dentro do legalmente permitido, o castigo imposto àquele que se apropria do que não é seu deveria ser o mais rigoroso possível, porque o povo brasileiro não mais aguenta ser espoliado de seus bens, de sua vida e de seus conceitos morais todo santo dia, por aqueles que só pensam ter e ter mais a qualquer custo, sem se importar com os males que provocam com suas ações criminosas.
Nos casos mais recentes de apropriação do dinheiro público, o Amapá não mais suporta ver seu nome exposto na mídia nacional, como se nosso povo fosse o símbolo da corrupção brasileira.
Que os ladrões de sempre aprendam: estamos aqui só de passagem. E de pouco ou nada vale esse desejo de acumular riquezas de modo desmedido, particularmente riquezas que não lhes pertencem e sim ao povo.
A esses, que o castigo venha a galope e de modo exemplar. Afinal de contas, está escrito no Livro dos Livros: não furtarás. E se isso for cumprido por todos, a filial do paraíso que todos desejamos já estará a um passo de nós. Para que isso aconteça, basta apenas que cada um a faça a sua parte. Nada mais.