sábado, 18 de junho de 2011

PROBLEMAS DA TRANSPARÊNCIA

A palavra transparência está na moda. Transparente, sabe-se, é aquilo que é límpido, claro, que se vê de modo total, que não possui sombras ou esconderijos. Enfim, a transparência moral, contábil, financeira e administrativa deveria ser obrigatória em todos os poderes e instituições oficias da República Brasileira.
Infelizmente não é o que se vê. Quando muito, a propaganda mostra imagens pouco ou nada transparentes e a práxis política ensina que transparência é a melhor maneira de perder uma eleição ou o cargo, se eleito, porque por debaixo dos panos, tudo o que não deveria ser sequer pensado, acontece.
A transparência mostrada em alguns sites oficiais é inteligível, sim. Mas apenas pelos ‘experts’ no assunto. A rigor, ninguém sabe o que acontece no mundo nebuloso da arrecadação de impostos e, particularmente, nos seus gastos? Quem sabe, exatamente, o que acontece no pântano da política brasileira o real significado da palavra negociar? Será a política apenas um negócio? E se for, que tipo de negócio? Não sabemos,  ninguém sabe, sequer os envolvidos nas negociatas ou negociações. 
As injustiças cometidas são toleradas pacificamente pela população, porque a maioria não sabe de onde vem, realmente, e muito menos para onde vai o rico dinheirinho nosso de cada dia, extorquido a fórceps de um povo absolutamente impotente.
E o salvador da pátria não aparece, não dá as caras, não vem no seu cavalo branco para nos salvar. Quando aparece, o salvador é apenas um enganador que viaja em pangaré, crente que pode nos enganar dizendo ser sua montaria o Pégaso longamente aguardado que nos levaria em suas asas protetoras para o paraíso da administração honrada e competente que há tanto esperamos.
Mas ele não vem. Talvez não venha jamais. E ninguém nos manda sequer reclamar ao bispo, como se dizia antigamente.
É por isso que, tal qual vaquinhas de presépios, caminhamos bovinamente para o matadouro eleitoral, onde seremos servidos como churrasco aos donos do poder, que riem à bandeiras despregadas.

terça-feira, 7 de junho de 2011

O PODER DA PALAVRA

Políticos espertos e vigaristas em geral, têm perfeito conhecimento do imenso poder da palavra, principalmente da palavra falada. Palavras, sabe-se, apesar de etéreas, são os alicerces de tudo o que construímos na vida. Nada é mais permanente ao nosso lado que a palavra, salvo ermitões, evidentemente. Muito embora usemos a palavra de modo permanente, a atenção que damos ao que dizemos é sempre menor que aquelas que damos ao que ouvimos. E isso traz proble-mas tão graves, que alguns terminam em tragédias e outros não terminam nunca.

Apenas como exemplo, de Jesus não temos nenhum registro da palavra escrita. Mas a palavra pronunciada e anotada pelos que O ouviram chegaram até nós dois mil anos depois e perdurará por todo o sempre. Exemplo negativo do poder da palavra foi Adolf Hitler. Persuadiu um dos povos mais trabalhadores, disciplinados e cultos de todos os tempos a mergulhar na maior guerra que o mundo já conheceu.
Todos devemos ser responsáveis pelo que sai de nossas bocas, seja o povo, sejam os profissionais do rádio, sejam os profissionais da política, particularmente os governantes. Esses, no geral, são especialistas na arte de prometer o que não cumprirão jamais.
Quanto a nós, o povo, somos campeões na arte de ouvir e não prestar a devida atenção ao que ouvimos. O resultado, na área política, é a eleição e o que é pior, a reeleição de pessoas que jamais deveriam ter seguido o caminho da política e menos ainda ter sucesso e chegar onde pretendiam. Isso pode explicar a razão de tanta miséria ao nosso redor. Portanto, antes de abrir a boca, pense no que vai dizer. Pense, também, no que vai ouvir. O preço a pagar pode ser alto demais, quando não prestamos a devida atenção ao poder da palavra falada. Não devemos esquecer que não somos apenas o que comemos e o que bebemos. Somos, também, o que fazemos, o que pensamos, o que ouvimos e o que falamos. Palavras positivas melhoram nossas vidas. Palavras negativas, pioram. A escolha é nossa.