quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Pré-sal e pré-eleitoral


Como todos sabem, desconheço quase tudo o que há. O problema é que sobre algumas coisas, sei menos do que todo mundo e pior, sobre outras, não sei absolutamente nada. Foi daí que me veio a ideia de estudar um pouquinho essa coisa nova sobre a qual todo mundo fala e bem poucos entendem ou conhecem. Falo, evidentemente, do pré-sal. O quê, afinal de contas, é isso? Como disse, sei pouco, e uma das coisas que sei é que pré-sal é uma coisa pré-eleitoral, senão, vejamos: Se a extração do primeiro barril de petróleo do pré-sal só vai ser possível daqui a cerca de dez anos, isso, após investimentos de muitos bilhões de dólares, pela simples razão de que o tal depósito petrolífero está a 7 mil metros de profundidade, ou seja, abaixo da camada de sal, numa área de 800 quilômetros de extensão que vai do litoral do Espírito Santo a Santa Catarina, o que exige o desenvolvimento de novas tecnologias, por que será que o presidente Lula da Silva quer aprovar em caráter de urgência o marco regulatório do pré-sal no Congresso Nacional? Será que uma questão tão melindrosa e vital para os destinos do país não deveria envolver toda a sociedade brasileira num amplo debate público? Pelo que se vê, o governo pensa que não. O problema é que, como disse o colunista da Folha de São Paulo, Gilberto Dimeinstein, um erro agora será pago por muito tempo - e com muito dinheiro. Lula e seus parceiros sabem de tudo isso, é claro, mas, para eles, o que importa é ganhar as eleições de 2010. Quanto ao povo, ora o povo..., como disse Getúlio Vargas, quando da edição da lei “Terezoca”.
Além disso, o governo quer substituir o regime de concessão por contrato de partilha. Para que isso possa ser feito, o governo terá que criar uma nova empresa estatal, uma espécie de Petrosal que contrataria outras para fazer o serviço, com a condição de que a Petrobras seja a operadora dos blocos sob esse regime. Por que será que a própria Petrobras não pode fazer esse serviço que será feito pela nova estatal. A resposta é óbvia: em tempos pré-eleitorais empregar seus apaniguados é preciso porque, vai que dá uma zebra e a oposição ganha as eleições, hein?