Lembro que há algum tempo escrevi um texto baseado na mais bela oração que Yeshuah (Jesus) pronunciou ao tempo em que viveu no planeta dos homens. Intitulei-a PATER NOSTER (Pai Nosso, em latim) porque, até onde sei, e sei muito pouco, ressalve-se, Jesus falava pelo menos quatro idiomas a saber: aramaico ou arameu, porque era sua língua natal; hebraico ou hebreu, porque judeu; latim, para se comunicar com a soldadesca romana e, finalmente, grego, porque era a língua adotada pelos mercadores e pela elite da época. É bom lembrar que, até o início do século XX, no Brasil, as elites só falavam entre si em francês. O português era reservado apenas para a comunicação com a plebe.
E procurando atentamente em meus alfarrábios, foi que descobri, já empoeirado e um tanto carcomido pelo tempo, a possível tradução do Pai Nosso em aramaico, a língua natal do Mestre. Pela beleza do texto e pela magnitude dessa oração literalmente divina, decidi reproduzi-la neste espaço para deleite de meus seis leitores.
Que o E-terno os abençoe sempre, onde quer que estejam sobre a face de Adamah (a Terra), e agora, vamos a essa belíssima oração. Shalom!
ABBA (Pai no sentido carinhoso, paizinho)
“Ó Força Procriadora! Pai-mãe do Cosmos,
Focaliza Tua Luz dentro de nós, tornando-A útil.
Cria teu reino de Unidade, agora-
O Teu desejo Uno atue então com o nosso,
Assim como em toda luz
E em todas as formas.
Dá-nos todos os dias o que necessitamos
Em pão e entendimento.
Desfaz os laços dos erros que nos prendem,
Assim como nós soltamos as amarras
Com que aprisionamos
A culpa dos nossos irmãos.
Não permitas que as coisas superficiais nos iludam
Mas libera-nos de tudo o que nos detém.
De Ti nasce toda vontade reinante,
O poder e a força viva da ação,
A canção que se renova de idade
Em idade e a tudo embeleza.
Verdadeiramente - poder a esta declaração - Que possa ser o solo do qual crescem
Todas as minhas ações. Amém.”
Luz, Paz e Harmonia para sua vida.
terça-feira, 31 de agosto de 2010
COM A DIGNIDADE DE UM CACHORRO
O grande amor não existe. Acontece. E quando acontece, é para ser vivido. Não precisa ser analisado, pensado ou casado. Principalmente casado.
O grande amor, para ser grande não pode dar certo. Se der certo, é porque não era tão grande assim. Deve sim, ser sentido ao som do Oratório de Handel. Hallelujah. Jamais ao som da marcha nupcial, de Wagner. O casamento é o túmulo do amor. Esposas, as legítimas, as de antigamente, de papel passado e pilares da moral local, não existem para serem amadas apaixonadamente. São virtuosas demais. É impossí-vel perder-se de amor por uma mulher virtuosa. Daquelas que vão diariamente à missa das sete.
O prazer da vida está no pecado. A virtude não tem a menor graça. Amém, dizem as vozes do último círculo do Inferno. Que seria do amor de Romeu se casasse com Julieta? Tristão e Isolda, Dante e Biza, Abelardo e Heloísa. Que seria da lenda? Nada, absolutamente nada. A paixão teria, provavelmente, terminado num tanque cheios de fraldas para lavar. Tanques de lavar roupa e paixão não têm nada a ver. Paixão, a de verdade, é para ser sentida e vista através de vapores alcoólicos.
O bom amante, o apaixonado alucinado por sua paixão, o que se consome na ausência do corpo desejado, bebe na esquina da casa da mulher amada, idolatrada, salve, salve. Para vê-la sair com um e voltar como outro na fria madrugada, gelada como um coração ciumento.
Nessas ocasiões, sente-se morrer. Garçon, traz mais uma, grita desesperado, consumido pelo ciúme atroz. Bebe até cair na vala. Boteco ou bodega que se preze tem uma vala na frente. Menos pela incompetência do alcáide, e mais para que amantes frustrados, desesperados, consumidos de dor, possam cair na vala comum do desespero e do desejo amoroso.
Mas a felicidade existe. E felicidade, é ouvir o próprio nome, pronunciado docemente pela traidora do seu amor, dos seus sonhos, ilusões e desilusões. E então se levanta. Tenta desamarrotar a própria roupa. E vai ao encontro dela, com a dignidade de um cachorro feliz, balançando o rabo.
O grande amor, para ser grande não pode dar certo. Se der certo, é porque não era tão grande assim. Deve sim, ser sentido ao som do Oratório de Handel. Hallelujah. Jamais ao som da marcha nupcial, de Wagner. O casamento é o túmulo do amor. Esposas, as legítimas, as de antigamente, de papel passado e pilares da moral local, não existem para serem amadas apaixonadamente. São virtuosas demais. É impossí-vel perder-se de amor por uma mulher virtuosa. Daquelas que vão diariamente à missa das sete.
O prazer da vida está no pecado. A virtude não tem a menor graça. Amém, dizem as vozes do último círculo do Inferno. Que seria do amor de Romeu se casasse com Julieta? Tristão e Isolda, Dante e Biza, Abelardo e Heloísa. Que seria da lenda? Nada, absolutamente nada. A paixão teria, provavelmente, terminado num tanque cheios de fraldas para lavar. Tanques de lavar roupa e paixão não têm nada a ver. Paixão, a de verdade, é para ser sentida e vista através de vapores alcoólicos.
O bom amante, o apaixonado alucinado por sua paixão, o que se consome na ausência do corpo desejado, bebe na esquina da casa da mulher amada, idolatrada, salve, salve. Para vê-la sair com um e voltar como outro na fria madrugada, gelada como um coração ciumento.
Nessas ocasiões, sente-se morrer. Garçon, traz mais uma, grita desesperado, consumido pelo ciúme atroz. Bebe até cair na vala. Boteco ou bodega que se preze tem uma vala na frente. Menos pela incompetência do alcáide, e mais para que amantes frustrados, desesperados, consumidos de dor, possam cair na vala comum do desespero e do desejo amoroso.
Mas a felicidade existe. E felicidade, é ouvir o próprio nome, pronunciado docemente pela traidora do seu amor, dos seus sonhos, ilusões e desilusões. E então se levanta. Tenta desamarrotar a própria roupa. E vai ao encontro dela, com a dignidade de um cachorro feliz, balançando o rabo.
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