segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O HOMEM QUE SONHOU AMARELO

Uma história antiga fala de um governante que conseguiu sensibilizar o povo com um discurso belíssimo, cuja temática central era a cor azul. Falava do azul como panaceia para todos os problemas da população. Estava tão convencido de que era a solução dos problemas de seu povo, que acabou convencendo a todos. Ou quase.

Falou então do céu azul do seu reino e dos garimpos onde ágatas e lápis-azúli podiam ser recolhidas à mancheia. Falou de grandes esperanças, ledor habitual que era de Charles Dickens e afirmou peremptoriamente que a esperança era azul.
Sua dedicação ao azul era tamanha, que até importou de um país africano, um hábil caçador de pedras azuis. Descobriu tarde demais que o estrangeiro gostava mais do verde do que qualquer outra cor. Seu objeto do desejo eram as verdinhas, as legítimas, das quais Fort Knox e cofres suíços estão abarrotados.
Diz-se que tudo começou uma noite em que, sonhando, teve uma alucinação. Sonhou que tudo era azul. Sonhou com tanto realismo, que quando acordou tudo estava azul. Seu quarto estava completamente azul. A cama estava azul, o travesseiro, azul; o guarda-roupa, os tapete, o próprio espelho. Tudo estava azul. Saiu para o quarto e dirigiu-se à cozinha. Não deu outra. Tudo azul. A mulher azul, colocava um café azulna mesa azul, também.
Dizem os mais exagerados, que até o Green Peace tornou-se Blue Peace, e o proóprio PV tornou-se PA (Partido Azul).
Um dia, muito depois de ser eleito, olhando a principal avenida azul da sua azul capital, viu ao longe u’a mancha amarela.
Sabem o que era a mancha amarela?
Era o homem que sonhou amarelo e quando acordou, tudo estava amarelo. O palácio estava amarelo ...