segunda-feira, 15 de março de 2010

SOBRE A SUCESSÃO ESTADUAL

Até agora o mutismo é total. Com certeza, razões não devem faltar aos interessados na questão. O problema é responder à pergunta: Quem são, de verdade, os interessados na questão sucessória? A resposta não é fácil. Serão os interessados apenas os candidatos a um cargo eletivo, seja ele qual for? Será só o governador? Ou serão aqueles que podem, eventualmente, assumir o lugar do tirular do cargo, na hipótese de vacância desse mesmo cargo? Ou serão os eleitores, aqueles de quem se diz, mas não pra valer, que todo o poder emana do povo (eleitor) e em seu nome será exercido? Ou será isso apenas uma lenda, uma balela, uma quimera? Não sei, ninguém sabe, não sabe ninguém. E haja silêncio. Silêncio tumular, silêncio de ostra. Parece que o problema nem diz respeito à classe política, tal o grau de silêncio por parte daqueles que querem o seu quinhão, ou seja, a parte do leão no butim chamado poder.
Dizem, e apenas dizem, que o circo, digo, o palco está armado. Segundo terceiros, Lula renunciaria e José Sarney assumiria a Presidência da República. O Amapá, penhorado, agradece. Dizem também, que Waldez permaneceria no cargo e seria premiado, ao fim e ao cabo, com um cargo de ministro no próximo governo. Isto, se Dilma vencer, evidentemente. Com isso, Jorge Amanajás disputaria o trono do Setentrião, Pedro Paulo ganharia uma bela repartição pública, Roberto continuaria prefeito e Alberto tentaria uma vaga na Câmara. Ótimo, beleza, maravilha. E todos viveriam felizes para sempre. Mas, repito, será isso verdade ou será mentira? Não sei. Quem de saber há. Difícil?, com certeza. Possível? Por que não? Afinal de contas, em política já se viu até mesmo boi voar, quanto mais pastar nos verdes campos da minha terra natal.
De verdade, o que temos, é a mais absoluta intranqüilidade, e com isso, perdem os candidatos, perdem os eleitores, perde a imprensa, perdemos todos.
Uma alta patente do Executivo disse há poucos dias que dentro de uma semana, aproximadamente, o chefe do Executivo dirá para onde vamos. Isso é bom, porque nenhum porto é seguro quando não se sabe para vai o barco. Uma coisa é certa: se vai haver guerra, é conveniente que ela seja declarada de imediato. Afinal de contas, armas ensarilhadas nem sempre significam paz. E como dizia Publius Flavius Vegetius Renatus, autor romano em seu “Epitoma rei Militaris”, escrito em 390 d.C.: “Si vis pacem, para belum”, ou seja, “se queres a paz, prepara-te para a guerra”, o que, no fundo, não é um incentivo à luta, mas sim, uma exortação à paz. E precisamos de alguma coisa além de paz, muita paz? Shalom.