segunda-feira, 5 de abril de 2010

O REI MORREU, VIVA O REI!

Vi uma cena triste, porém, muito comum na vida daqueles que detêm algum tipo ou nível de poder. Pela manhã de ontem, vi a diretora do Super Fácil, Luzia Grunho, caminhando às proximidades da Residência Oficial do Governador do Estado do Amapá. Quem a conhece, sabe da mulher guerreira que ela é e da competência que mostrou à frente daquele importante órgão, na medida em que facilita, realmente, a vida do cidadão que necessita de um documento qualquer.
Mas, o que me chamou a atenção, não foi o fato de que estivesse ela a caminhar, e sim, a solidão que a acompanhava. O quê aconteceu, perguntei a mim mesmo, se até há alguns dias isso seria impensável? E a resposta, óbvia e ululante é que o rei morreu, portanto, viva o rei.
O governo Waldez Góes acabou, e por isso, como é comum ao gênero humano, todos – ou quase – voltam-se para o novo governante, no caso o governador Pedro Paulo Dias de Carvalho. Cada um, agora, quer o seu quinhão no grande bolo do poder.
E foi refletindo sobre esse fato aparentemente irrelevante que me lembrei dessa frase famosa, “O rei morreu, viva o rei!”, cuja origem vem da realeza europeia, quando anunciavam a morte do rei então reinante e, logo a seguir, o novo rei que o substituiria. Também era muito comum dizer-se “rei morto, rei posto”. Convém lembrar que nós, brasileiros, tivemos dois imperadores e uma quase rainha: D. Pedro I, D. Pedro II e Isabel, aquela da Lei Áurea nem tão dourada assim. Não esquecer, também, que cem anos após o fim da monarquia brasileira, tivemos um plebiscito para decidir se voltávamos a ser monarquia novamente, caso da Espanha, e o resultado foi um sonoro não, dito pelo povo, que também atende pelo nome de Senhor do Voto. Foi assim que perdemos a oportunidade de termos um rei de verdade.
Mas que não se diga que perdemos o gosto pelo charme que a realeza carrega consigo, haja vista os reis do voto, reis do gado, do riso e da soja, além, claro, das rainhas da beleza, do carnaval e do rebolado, entre outras realezas digamos, menos nobres – ou reais.
Apenas a título de lembrança, tivemos e temos o Rei Momo, o rei da voz, o grande Francisco Alves (alguém lembra?); sem esquecer o rei Pelé, que mesmo tendo pendurado as chuteiras, nunca perdeu a majestade. E, no sistema presidencialista, como todos sabem, o presidente da República é uma espécie de rei com tempo de duração específico para exercer seu reinado. Exceto no caso do presidente Lula, que considera a si mesmo como uma espécie de deus, na medida em que acredita, assim como seus prosélitos, que está acima do bem e do mal. Vai ver que, possivelmente, além de ser onisciente, e onipotente, é, também, atemporal.
Quanto a mim, rezo ao Deus de Abraão, que não se apague a esperança no coração dos amapaenses, e que o novo governador Pedro Paulo Dias de Carvalho tenha sobre a si a proteção de Adonai para que, neste seu período de governo, assim como nos próximos anos, caso consiga o seu sonho de se eleger em outubro próximo, que seu governo seja, realmente, de concórdia, de conciliação e de competência, muita competência. Talento e boa vontade não lhe faltam. E se me permitir a ousadia e pudesse eu dar-lhe algum conselho, daria o seguinte: faça de Waldez Góes um “consiglieri”, como diriam os italianos. Experiência, vivência, talento e competência, com certeza não faltam a ele. Isso, claro, sem dispensar a ajuda e orientação de alguns que lhe são, quem sabe, mais próximos e mais caros. Em assim fazendo, seu governo será um sucesso e, em assim sendo, a possibilidade de um novo mandato bem maior.
Que Deus o abençoe pois, com Ele, tudo será possível, e sem Ele, uma só folha não balançará, ainda que sobre ela sopre o mais potente dos furacões. E furacões políticos jamais faltam a quem resolveu seguir a senda que leva ao poder.
ToDa RABA. Shalom.