domingo, 6 de setembro de 2009

SOBRE A VIOLÊNCIA


Segundo o Ministério da Justiça, o Brasil chegou ao final de 2008, com o inacreditável número de um milhão de homicídios praticados no Brasil desde 1978, ou seja, um milhão de pessoas foram assassinadas sobre o solo da pátria amada nada gentil. O número é comparável ao da guerra civil que assolou a Angola durante 27 anos.
Somente entre 1996 e 2006, cerca de 465 pessoas foram assassinadas no País, a maioria a tiros, segundo levantamento do Ministério da Justiça. Para que se tenha uma ideia do problema,o número de homicídios nesse mesmo período cresceu mais que do que a população brasileira. Em números, são 20% contra 16,3% em apenas dez anos, afirma a revista Plenitude.
Dizer que a culpa de tanto sangue derramado é da chamada desigualdade social, é apenas mais uma desculpa sem nenhuma base sólida. Fosse isso verdade, e não teríamos uma quantidade cada vez mais crescente de jovens de classe media alta cometendo os mais violentos crimes todos os dias e se tornaram transgressores das regras sociais. sendo manchete nas páginas de jornais de todo o país. E a pergunta que se faz necessária é: Se esses jovens, geralmente com formação superior nunca sofreram privações, sempre tiveram de tudo e não viveram em ambientes violentos, por que cometem tantos delitos?
Violência, segundo a definição clássica, é um comportamento que causa dano a outra pessoa, ser vivo ou objeto. Nega-se autonomia, integridade física ou psicológica e mesmo a vida de outro. É o uso excessivo de força, além do necessário ou esperado. O termo deriva do latim violentia (que por sua vez o amplo, é qualquer comportamento ou conjunto de deriva de vis, força, vigor); aplicação de força, vigor, contra qualquer coisa ou ente.
As estatísticas mostram que a cada 7 horas uma pessoa é vítima de acidente com arma de fogo no Brasil;
- um cidadão armado tem 57% mais chance de ser assassinado do que os que andam desarmados;
- as armas de fogo provocam um custo ao SUSde mais de 200 milhões de reais;
- no Brasil, por ano, morrem cerca de 25 mil pessoas vítimas do trânsito e 45 mil morrem de armas de fogo;
- em São Paulo, quase 60% dos homicídios são cometidos por pessoas sem histórico criminal e por motivos fúteis.
Existem os mais diversos tipos de violência, que vão desde a violência física até a violência nos esportes, passando pela psicológica, política, cultural, verbal, contra a mulher, a violência contra a criança e o adolescente e até mesmo a violência que se vê na literatura, cinema e televisão.
A tortura é uma das mais cruéis forma de violência, deixando sequelas psico-emocionais, muitas vezes, irreversíveis em um indivíduo. Foi amplamente utilizada no período da inquisição para arrancar confissões de supostos infiéis da igreja católica, e por ditaduras militares para conseguir extrair informações de inimigos políticos.
As estatísticas também mostram que os homens são mais violentos em praticamente todas as culturas; homens matam homens de 20 a 40 vezes mais que mulheres matam mulheres, especialmente homens jovens entre 15 e 30 anos de idade .
E pensar que esse horror que destrói, mata, faz sofrer, deixa marcas indeléveis nos que sobrevivem à violência, só acontece porque não aprendemos, ainda a mensagem que um homem extraordinário nos deixou a 2000 anos e que dizia: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. E a pergunta final é: aprenderemos algum dia?