terça-feira, 20 de abril de 2010

JOSUÉ, O CONQUISTADOR DA TERRA SANTA

Muitos são os que falam no Josué bíblico, sem terem, na verdade, maior conhecimento de quem foi, realmente, esse hebreu fascinante, esse homem que liderou o povo de Israel até Canaã, a terra onde, segundo prometido, jorrava o leite e o mel.JOSUÉ (Jeshua, Ieshua, Iehoshua, Yehoshua), era filho de Num, general e sucessor de Moisés ( Moshe, Mochê, significando “retirado das águas” ou “nascido das águas). Seu nome verdadeiro foi trocado de Oséias, que mantém o significado de “socorro” ou, segundo outra tradução, “salvador”, para o de Josué, ou Iehoshua, significando “YHWH (Javeh) é o Socorro” ou “YHWH é o Salvador”. No caso, YHWH (tetragrama que entre os hebreus é o nome de Deus no seu sentido mais verdadeiro, ou seja, significando o Impronunciável). Entre os árabes, o nome de Alá (Allah) é Deus, aquele que tem 100 nomes, dos quais o último não pode ser pronunciado. Os hebreus, depois chamados judeus, afirmaM que o Altíssimo tem 72 nomes, dos quais o último, também não pode ser pronunciado, porque o simples fato um humano pronunciar Seu nome sagrado, pode manchá-lo, enlameá-lo, conspurcá-lo. A propósito, a palavra D'us - (Ser considerado pelas religiões como absolutamente superior, perfeito, Criador do Universo) - não porta nenhum significado ou sentido último. Apenas nos coloca diante da fé nele. Muito embora o ser humano tenha conquistado enorme conhecimento e desenvolvido seu intelecto, ainda assim, é incapaz de verdadeiramente entender e conceituar a D'us, limitando-se a ter fé. D'us é uma entidade que não tem propriamente nome, quando nos atemos aos vocábulos usados no Velho e no Novo Testamento. Algumas palavras como Javeh, Jeovah, Elohim ou Adonai, são utilizadas como forma de nos auxiliar em nossas experiências com Deus e outras são agregadas a estas, denotando o tipo de experiência que tivemos.

Mas, voltando ao nome JOSUÉ (Ieshua, portando, também, o significado de Jesus em aramaico, língua original do Mestre, pois antes de ser judeu, era arameu), pertencia Josué à tribo de Efraim (segundo filho de José e neto de Jacó (Jacob). Efraim também é nome de uma das 12 tribos de Israel (nome posterior de Jacob, filho de Isaac (significando Jacob “Deus proteja” ou, porque o nome se aproxima do verbo aqab, que é igual a “enganar, ludibriar”, porque Jacob enganou seu irmão Esaú, ou ainda a origem do nome de Jacob possa vir de Aqêb (Aqueb), que tem o significado de “calcanhar), porque nasceu segurando o calcanhar do irmão. E porque Jacob lutou com um Anjo de Deus às margens do Jaboque, teve o nome modificado para Israel, que significa “Forte como Deus” ou “Que lutou com Deus”. Apenas como detalhe, o sufixo “el”, que se encontra em nomes como Daniel e Rafael, tem o significado de D'us, em hebraico. Por exemplo: Daniel significa “Deus é meu juiz”; Rafael, igual a “Deus cura”, e assim por diante. Raquel é uma exceção, pois é traduzido como “ovelha”.
De modo que Josué foi escolhido para ser o herdeiro da liderança de Moisés para conduzir o povo hebreu (Ivrim ou Ibrim. Essa denominação pode ser advinda da expressão ever ha-nahar, que tem o significado de “aquele que vem do outro lado do rio”, uma referência ao Rio Eufrates. Outros, porém, acreditam que o nome hebreu venha de Heber, bisneto de Sem. O certo é que Josué conquistou a Terra Prometida, também chamada Terra Santa ou Canaã. Canaã, como sabes, era a terra dos fenícios, mencionada já em inscrições egípcias datadas de 1800 a. C, e compreendia todo o território, cuja extensão não se pode precisar com certeza. Mais tarde , foi conhecido como Palestina, por causa da invasão dos filisteus (povo originário de Creta ou Caftorim. A palavra Filistim (Palestina) foi usada pelos gregos para designar toda a Canaã.
Entre os feitos de Josué, pode-se citar, além da conquista da Terra Santa, a travessia do Rio Jordão a pé, enxuto e com todas as tribos de Israel. Outro feito foi a derrubada dos muros de Jericó (cidade cananeia, também conhecida como a “Cidade das Palmeiras”).
Josué morreu com 110 anos e foi sepultado no monte Efraim.
Josué foi, portanto, um dos maisores líderes que história, tanto a hebreia como a universal já produziu. Não esqueçamos que nós e o povo hebreu temos tudo a ver, porque são os nossos referenciais, tanto no que se refere à nossa religiosidade como aos nossos valores morais e intelectuais. Hebreus e gregos foram, creio, as duas maiores civilizações de todos os tempos, porque nos deixaram lições de ética, estética, cultura (com destaque para a filosofia), valores morais e religiosos, independentemente da religião que professemos ou não.


LIBERDADE, O QUE É?

Talvez nenhum objetivo seja mais desejado pela raça humana que a liberdade. Todos sonhamos em ser livres. Mas, o que é mesmo essa coisa chamada liberdade, pela qual estamos dispostos, não só a matar, mas morrer, se preciso for, porque partimos sempre do princípio que um escravo vale menos que um homem morto por causa do desejo de ser livre?
Primeiro, é preciso que tenhamos ideia mais nítida do que é ser livre. Um homem casado é livre? Ou uma mulher casada, é livre, ela também? E que dizer da pessoa que depende de outra para sua subsistência, seja porque é teúda e manteúda de alguém, seja porque é empregado ou subalterno de outro maior e/ou melhor que ele? Serão verdadeiramente livres, essas pessoas? Pensar é preciso. Ou não será preciso pensar?
A definição mais natural de liberdade é a total ausência de obrigações e limitações. Limites e obrigações são impeditivos do seu direito (?) de ir e vir. Mas, seguir cegamente seus desejos, significa, por acaso, que se é verdadeiramente livre? Diziam os estóicos que ser livre, era aceitar que as coisas acontecessem tal como aconteceram sempre. Mas, na verdade, liberdade seja outra coisa, que atende pelo simples nome de opção. O poder da escolha, este sim, é uma forma de liberdade que extasia. Mas não se pense que o anarquista é livre, porque para viver de forma anárquica, há de forma implícita nessa forma de vida, um preço. E se há um preço, há também, uma forma de submissão. E se há submissão, logo não há liberdade.
Há porém, formas diversas de prisões que impedem a liberdade plena, caso daqueles que são escravos dos próprios desejos, ou dos desejos de outrem. Mas, e aceitar o próprio destino é ser livre? Dolorosa interrogação, porque alguns dirão que sim. Outros, que não. “Maktub”, como dizem os árabes, é ser livre? Estava escrito que assim seria, ou o caminho se constrói caminhando?
Baruch Spinoza, o grande filósofo judeu de origem flamenga, afirmava que “a razão só implica liberdade se conseguirmos entender a ordem racional que rege o mundo a cada instante.” E seguir uma religião qualquer, isso significa ser livre, na medida em que há a submissão aos regulamentos da igreja e à onipotência de D’us? Os escravos das cirurgias plásticas não serão escravos da aparência?
E que dizer da liberdade da indiferença? E os mentirosos serão livres? Ou serão escravos da própria mentira?
Finalmente, dizer o quê da liberdade política? Escolher em quem votar será, mesmo, um ato de liberdade? Numa sociedade, a ausência de leis que garantam a liberdade de todos, implicaria no desaparecimento do mais fraco pela mão do mais forte, uma vez que a sede de poder é inerente ao ser humano. E insaciável também. E, se impor limites é necessário e bom para a manutenção de uma sociedade organizada, por outro lado, significa dizer que ninguém é verdadeiramente livre, na medida em que o limite é uma imposição à liberdade natural, que só pode ser contida pela força do adversário.
É claro que este espaço é pequeno para abordar assunto tão relevante. Isso, sem contaro meu desconhecimento sobre quase tudo o que há, mas, se meus seis leitores puderem refletir sobre esse tema, ainda que apenas um pouco, já terá valido o esforço de escrever, como se dizia outrora, estas mal traçadas linhas.