quarta-feira, 14 de outubro de 2009

OS TREZE APÓSTOLOS


É muito provável que um certo ar de espanto se estampe no rosto do eventual leitor deste texto. E esse espanto muito certamente virá por causa de seu título “OS TREZE APÓSTOLOS”. Ora, apóstolo lembra Jesus e sabe-se que Ele tinha 12 e não 13 apóstolos, então qual a razão do título? Só para manter o suspense entre aqueles que porventura não conhecem a razão de tal título, vamos deixar para explicar mais adiante, certo?
Como se sabe, André foi o primeiro escolhido. A história conta que antes de seguir a Jesus, André seguia a João Batista, que o apresentou a Jesus e que O reconheceu como o Messias, tornando-se o primeiro discípulo. Segundo um documento considerado apócrifo, André pregou em Epiro, Trácia, Galácia, Birnia, Cítia, Danúbui e Acaía, países situados, à época, no Oriente Médio ou Europa Oriental. Ainda segundo esse documento apócrifo, o apóstolo foi martirizado em Patras, sobre uma cruz disposta em X - a cruz de Santo André.
O segundo apóstolo a seguir o Messias foi Bartolomeu (ou Natanael), o Viajante. Nos evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, ele é citado como Bartolomeu. João, entretanto, o cita como Natanael. Também martirizado, Bartolomeu morreu na Armênia, onde os sacerdotes locais mandaram que lhe fosse retirada a pele, e depois, decapitado. Ocorre que há uma outra lenda que conta que esse apóstolo foi martirizado na Índia, onde teria sido crucificado de cabeça para baixo.
Quanto a Felipe, o Místico, consta que Jesus o encontrou pela primeira vez em Betânia, no rio Jordão. Felipe pregou na França, evangelizou o sul da Rússia, e teria, ainda, convertido habitantes do Egito e Etiópia. É quase certo que tenha sido martirizado na Grécia, na cidade de Hierápolis, onde morou com suas quatro filhas, todas profetizas, tendo sido executado na cruz e de cabeça para baixo, aos 87 anos.
João, o mais amado dos discípulos de Jesus, é o que mais informações se tem entre todos. Por causa de seus temperamentos impulsivos, tanto ele quanto Tiago foram apelidados pelo Mestre de “filhos do trovão”. Entre todos, foi o único que permaneceu aos pés da cruz. Foi a ele que Jesus pediu que cuidasse de Sua mãe, Maria. Segundo a tradição, ele tomou conta de Maria enquanto evangelizava em Éfeso, onde ela morreu. É quase certo que tenha sido o único entre os apóstolos a morrer de morte natural.
Judas Iscariotes, o traidor, foi o único a nascer fora da Galiléia, numa aldeia da Judéia chamada Queriote. Por ser o mais instruído, tornou-se o tesoureiro dos apóstolos, administrando o dinheiro comum. Apesar da infâmia milenar que se abateu sobre seu nome, teria sido o próprio Jesus que o teria escolhido para traí-lo, segundo o recém descoberto Apócrifo de Judas.
Sabe-se que Judas Tadeu, primo de Jesus, era agricultor e filho de Alfeu ou Cleofas, que era irmão de São José, pai de Jesus. Era portanto, primo-irmão de Jesus por parte de seu pai. Na famosa passagem referente às Bodas de Canaã, Judas Tadeu seria o esposo. Segundo a tradição cristã, foi ele que evangelizou a Mesopotâmia, a Palestina Síria e a Arábia. Foi martirizado de forma cruel na Pérsia. Sacerdotes pagãos o mataram a golpes de machado por se recusar a prestar culto a uma deusa local.
Mateus era cobrador de impostos. Por causa de seu trabalho, é quase certo que soubesse ler. É o autor do Evangelho de Mateus e também deve ter sido um homem rico. Mateus presenciou milagres, escutou os ensinamentos de Jesus e mais tarde fez relatos do que viu em seu evangelho, escrito, originariamente em aramaico, língua primeira de Ieoshua (Jesus). Estudos feitos por historiadores de muita seriedade apontam na direção de que Mateus passou seus últimos anos pregando na Pártia e na Etiópia, onde foi martirizado na cidade de Nadabá, em 60 d.C.
Pedro, o que era Simão, também chamado de “Príncipe dos Apóstolos”, era um homem simples, rude e de pouca instrução. Pescador, morava em Cafarnaum, na Galiléia, cidade banhada pelo rio Genesaré, também conhecido pelo nome de Mar da Galiléia. Era sócio e irmão de André. Ao lado de Tiago, Pedro foi o líder mais influente da igreja primitiva. Sua prisão foi decorrência da ordem emanada pelo rei Agripa I e encaminhado a Roma, sob o reinado de Nero. Considerou-se honrado ao tomar conhecimento de sua sentença de morte. No entanto, não se considerando digno de morrer como o Mestre, pediu - e foi atendido - para ser crucificado de ponta cabeça, provavelmente em 64 ou 65 d. C. Algumas fontes sustentam que sua mulher foi atirada às feras no mesmo dia de sua morte.
Simão, o Zelote, provavelmente assim foi chamado por pertencer à seita judaica do mesmo nome. Considerados radicais, os zelotes eram nacionalistas extremados. Simão pregou no Oriente e na África, junto com Judas Tadeu e Felipe. Foi martirizado na Pérsia.
Depois da ascensão de Jesus, Tiago evangelizou a Espanha, a Espanha, sendo considerado o patrono daquele país. Seu sepulcro foi descoberto em Campus Stellae, nome que inspirou Compostela, na Espanha, um dos maiores centros de peregrinação cristã na Europa.
Tiago, filho do carpinteiro José, era irmão de Jesus. Depois do martírio do Mestre, foi mais influente que Pedro na Igreja primitiva, por causa de seu parentesco com Jesus. Segundo alguns historiadores, inclusive Josefo, o apóstolo teria sido pisoteado e apedrejado por se recusar a denunciar os cristãos. A ordem para essa selvageria partiu do Conselho do Templo, o sinédrio, em 62 d. C.
Tomé, também conhecido como Tomás e Judas Tomé, ou ainda Didimo Judas Tomé, ausente na primeira aparição de Jesus, após sua crucificação, duvidou dos demais apóstolos que afirmavam que Jesus tinha voltado. Na segunda visita de Jesus aos apóstolos, o Mestre convidou Tomé a colocar os dedos sobre suas feridas para comprovar que era ele mesmo. Tomé levou o cristianismo à Índia em 52 d. C. Foi martirizado e morto um ano depois pelo rei Milapura, na cidade indiana de Madras. Segundo consta, foi executado a flechadas enquanto rezava.
Finalmente, chegamos a Matias, o 13º apóstolo. Entre todos os discípulos de Jesus, era o menos conhecido. Na verdade, não foi ele designado por Jesus. Depois da morte de Judas Iscariotes, Matias foi sorteado por Pedro para ocupar o lugar daquele que traíra Jesus. Sua importância advém do fato de que foi ele que estabeleceu os fundamentos do cristianismo egípcio, ajudando a moldar aquilo que veio a ser o gnosticismo - vertente mística cristã. Morreu decapitado por ordem do sinédrio judaico na Pérsia.
Além de Matias, também são considerados apóstolos, Maria Madalena ou Maria de Magdala, a única mulher entre todos eles, além de Paulo, o que antes era Saulo, totalizando, portanto, não apenas 12 apóstolos como geralmente são conhecidos os primeiros seguidores de Jesus, mas sim, 15 como na realidade o são, muito embora seja provável que alguns cristãos não aceitem muito essa idéia de um número de seguidores maior que aqueles com que todos nos acostumamos, ou seja, apenas doze. Mas, fazer o que, se assim é?