sábado, 24 de outubro de 2009

DE QUEM É O TCU?


Muito embora pareça estranho, o título deste artigo é esse mesmo: De quem é o TCU? Ora, TCU, sabemos todos é a sigla de um dos mais importantes órgãos deste país, e significa Tribunal de Contas da Uniao, e sua função é julgar, aprovar ou reprovar as contas dos governantes no âmbito federal. E a pergunta de um fato muito simples, porém, extremamente grave. E não é que o presidente Lula da Silva, político especialista em dizer bobagens, de preferência na hora e no lugar errados, saiu com mais uma "pérola": Disse que é preciso acabar com o excessivo rigor na fiscalização de atos - e principalmente - obras do governo. Tinha que ser ele a dizer isso. Se há uma coisa que este país precisa - e muito - é de mais e mais fiscalização, porque boa arte do dinheiro público sempre vaza pelo ralo da incompetência governamental ou da já tradicional e desenfreada corrupão que empobrece mais e mais o já suficientemente pobre povo brasileiro.
Lula, que tem o hábito de dizer que nunca sabe de nada quando o assunto são os costumeiros escândalos que abalam o país desde os tempos do "mensalão". E sempre que possível, procura fazer a coisa errada no lugar errado. Desta vez, além de interferir na nomeação de um ministro para os quadros do TCU - (o ministro José Múcio (PTB) - disse, segundo a revista Isto é, edição número 2085, de 28-10-2009: "Se tem alguma obra parada é alguma coisa da Justiça ou do TCU". Referia-se o presidente, à paralização, por ordem do Tribunal, de 41 obras federais, sendo 13 do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Semanas antes, o TCU já havia feito restrições ao programa Minha Casa, Minha Vida, um dos carros-chefe da política social do governo. Lula ficou furioso e decidiu retaliar. Durante vistoria às obras da transposição do rio São Francisco, o presidente atacou o tribunal dizendo, repito, a frase infeliz: "Se tem alguma obra parada é alguma coisa da Justiça ou do TCU". E não ficou apenas nas palavras. Em 20 anos, foi a segunda vez que um presidente da República indicou um ministro de fora dos quadros do tribunal, no caso, o já citado José Múcio. A julgar pelo discurso de posse, o novo ministro atenderá aos anseios do governo. "O TCU deve sempre que possível orientar e prevenir antes de condenar", disse ele. Ou seja, porque será que o governo teme tanto a fiscalização de órgãos que existem exatamente para isso: fiscalizar? Ainda assim, o presidente Ubiratan Aguiar, garantiu que "o tribunal vai condenar sempre que for necessário".
É bom que assim seja. Todos sabemos que governantes com perfis ditatoriais odeiam, mais que tudo na vida, imprensa livre e a fiscalização severa de seus atos. Todos queremos habitar os Campos Elíseos, mas é sempre bom lembrar que, Aquele que tudo vê, tudo fiscaliza tambem. Se assim não fosse, como o Todo-Poderoso poderia separar o joio do trigo? No plano terrestre também é assim, particularmente no Planalto Central, senão, como poderia o grande mandatário, o senhor do voto, o povo, separar o joio do trigo no processo eleitoral? Portanto, que se acautelem os que se acham acima do bem e do mal. O castigo, seja no plano celeste, seja no plano terrestre sempre vem. às vezes tarda, mas não falha jamais.
FALANDO DE APOIO CULTURAL


É confortador quando se vê um político mostrar interesse pela cultura, independentemente de ser de caráter local, regional ou a chamada clássica. Nessas ocasiões, tem-se a sensação de que nem tudo está perdido, e apesar de termos tantos analfabetos no poder, ver que alguns políticos são a exceção à regra nos tranquiliza porque vemos que apesar de tudo, há luz no final do túnel. É o caso, por exemplo, do deputado Jorge Amanajás (PSDB-AP), que sempre prestigia eventos culturais. Um dos casos foi o lançamento do Grupo Cultural Língua Solta, cuja sede foi inaugurada na avenida Maria Colares, em Santana. O local vai funcionar como ponto de referência para as manifestações culturais do segundo maior município do Estado. Isso é muito bom, aliás, melhor que bom, é ótimo. É preciso que todos nos conscientizemos do fato de que, somente através da educação, cultura e esporte poderemos salvar as crianças abandonadas do Brasil, que vagueiam perdidos como zumbis pelos campos e cidades deste país continente. O Centro vem com o objetivo de resgatar crianças e adolescentes das ruas. “Vamos transformá-los em grandes talentos”, dizem os organizadores do Centro. Portanto, palmas para os organizadores dessa Unidade de Cultura e parabéns ao deputado Jorge Amanajás, que sabe como poucos, que um país só se constrói através de bons exemplos como esse.
Amanajás, que também é professor diz que “a relação do Poder Legislativo com a Cultura significa dar condições para que nós possamos ter aquilo que de mais importante temos que são as nossas tradições, artes, religiosidades”. Ele ainda destaca que a Casa tem procurado manter uma relação próxima com o grupo, buscando dar apoio sempre que possível.
Outro caso que mostra o interesse do presidente da Assembleia Legislativa pela cultura amapaense foi sua presença no lançamento do livro Amazônia Amapá, de autoria do ex-deputado e historiador Randolfe Rodrigues, em conjunto com mais sete escritores.
A obra, que trata da História do Amapá, teve apoio da Assembleia Legislativa. Segundo o ex-Randolfe Rodrigues, o apoio da Assembleia “é uma contribuição central para a produção histórica amapaense. Temos oito historiados reunidos e organizados nessa obra diversificada”. De acordo com o autor, a parceria e o apoio da Assembleia Legislativa foram decisivos para que essa obra fosse viabilizada.
De nossa parte, resta-nos desejar que outros políticos sigam o mesmo exemplo e prestigiem cada vez mais a cultura e a história do Amapá, tão rica e densa, mas também, tão pouco registrada. E esses registros são fundamentais para todos os tucujus. Afinal de contas, um povo que não tem passado, também não terá futuro.
Falando de música

"A música é o bálsamo mais eficaz para acalmar, alegrar e vivificar o coração daquele que está triste, daquele que sofre. A música torna os homens mais doces, mais benévolos, mais modestos e mais sensatos. Os que sabem cantar, não se entregam nem à tristeza nem ao desgosto. Eles são alegres e afastam a preocupação com o auxílio de suas canções”.
O pensamento acima, que não é meu, mas sim do ainda pouco conhecido Martinho Lutero, retrata fielmente o valor da música sobre o espírito humano. Às vezes, penso que o Apocalipse ocorrerá sob a música grandiosa de Wagner. Quem sabe, o crepúsculo dos deuses não seria a trilha sonora mais adequada para o filme do final dos tempos? Cristo no Monte das Oliveiras é ópera de Ludwig van Beethoven. E também um dos mais amargos momentos vividos pelo homem Jesus. Foi lá que se entristeceu e se angustiou com o próprio fim. Sabia o que viria. Um frio mortal talvez o tenha deixado arrepiado de temor. Quem sabe, por um momento, tenha ficado lívido ante a tortura que em forma de cruz o guardava mais adiante? Talvez tenha deixado tombar uma lágrima solitária. Tinha que ser forte. Mais forte que todos, porque sabia que os deuses não choram.
Mesmo assim, caiu por terra dizendo: “Minha alma está numa tristeza de morte. Meu Pai, se possível, afasta de mim este cálice. Todavia não seja como Eu quero, mas como Tu queres”. E não teve por perto quem cantasse para aliviar seu pranto. Não teve quem tocasse melodia suave para acompanhar seu canto. Seu canto de morte, anunciando o encontro com aquela que tornaria pó seu lado humano, mas que transformaria em Sol luminoso, seu lado divino. Carregaremos para sempre, a culpa de não termos tido, entre bilhões de homens, um só que cantasse para Jesus, para aliviar tanto sofrimento.
São João Crisóstomo dizia que “nosso canto não é senão um eco, uma imitação do canto dos anjos”. Joan Baez disse certa ocasião que “cantar é amar e afirmar, voar e planar, deslizar para dentro do coração das pessoas que ouvem, contar a eles que a vida é para ser vivida, que o amor está aí, que nada é promessa, que a beleza existe e deve ser procurada e encontrada”. Contou-me Pedro, o que antes era Simão, em sonho sonhado antes do começo de tudo, que sua função como chaveiro do Céu é apenas a parte visível do seu trabalho. Não consegue, até hoje, esquecer aquela noite terrível, quando chamado por Jesus, acompanhou-o até o Getsêmani, lugar onde o Filho do Homem pediu ao Pai que o livrasse dasprovações que O esperavam. Sua função era vigiar enquanto aguardava o Senhor dos Homens. Mas, vencido pelo cansaço, dormiu. Quando acordou, Jesus já havia partido para o encontro com Judas. Por isso, porque não vigiou, porque dormindo, não cantou cantigas que amenizassem o peso da angústia que torturava o Sem-pecados, penitencia-se todas as noites, balançando a rede divina atada entre duas estrelas, onde dorme o menino Jesus. E então, canta baixinho, cantigas de ninar. E enquanto canta, pensa, redimindo seu erro – Dorme em paz Jesus, que eu velarei e cantarei por ti. É por isso, dizem, que em manhãs radiosas o Sol surge mais glorioso que nunca. É sinal que Jesus dormiu em paz. E dormiu em paz porque Pedro, inspirado, cantou como nunca ninguém cantou antes. E nem cantará depois.