segunda-feira, 14 de junho de 2010

MENÊ, TEQUEL E PERÊS

A campanha eleitoral para as eleições de 2010 já está nas ruas de todo o país. Naturalmente que aqui no Amapá também, muito embora, todos os políticos envolvidos neguem veementemente, de mãos postas e pés juntos, o certo é que todos eles só pensam naquilo.
Isto posto, é necessário que comecem a pensar com frieza, calculadamente e de modo inteligente o que vão fazer. Certas alianças que hoje são tidas como certas, de repente, é como se nunca tivessem existido. Adversários ferrenhos de outrora, sem mais e nem menos vão jurar que são amigos desde criancinhas, e outros, por sua vez, que eram unha e cutícula, casa e botão vão deixar até mesmo de se cumprimentar, como se jamais houvessem sequer visto um ao outro. Dito isso, é preciso que tomem as cautelas apropriadas, para não serem apanhados de calças curtas, quando pensavam estar usando "black tie."
Uma antiga história hebraica conta que Daniel, cujo nome significa "Deus é meu juiz", um dos quatro Profetas Maiores, autor do Livro ou Profecias de Daniel e que por ser nobre, foi levado por Nabucodonosor para "o cativeiro da Babilônia", comprovou ali sua fidelidade a D’us. Um episódio em que faz uma profecia para o reino de Baltazar, quando aparecem, misteriosamente, três palavras indecifráveis na parede do palácio real, no qual estava acontecendo uma festa. A frase era a seguinte: "menê, tequel e perês", mantendo o significado de "contado, pesado e separado." Tais palavras foram interpretadas por Daniel como: D’us "contou" os anos de teu reinado (menê), e nele está pondo um fim; foste "pesado" na balança, e considerado em falta (tequel); teu reino vai ser ser dividido e entregue aos medos e persas (perês ou plural parsim) . Na mesma noite houve a invasão do medo Dario, que se tornou rei.
Do mesmo modo, todos os candidatos vão ser contados, pesados e separados, ou seja, vão ser "menê, tequel e perês” pelos eleitores. E quem quiser, não acredite, mas nossa vida, independentemente do façamos ou deixemos de fazer, é contada (nosso tempo de vida); pesada (o peso de nossas ações, boas ou más) e separada deste corpo que nos aprisiona para que possamos nos dirigir ao Hades (Inferno) ou ao Shiquinah (o lugar da Presença Divina, em hebraico), também conhecido entre nós como Céus ou Campos Elísios.
E se isso é verdade na vida diária de cada um, muito mais verdadeira é, quando aplicada no terreno movediço da política.