Este texto não é meu. Foi-me contado em
sonhos. Meu mérito, presumindo-se que tenha algum, foi simplesmente o de
transcrevê-lo.
“Sonhei que eras a brisa suave que varre o
planeta. Quando te encontrei, supus ter visto um novo sol com o brilho
fantástico de um milhão de sóis. Pensei que eras a água do mar, as estrelas do
céu, o perfume da rosa, o carinho de quem passeia de mãos dadas pela beira do
rio em tardes crepusculares, que cedem seu espaço para que a noite cálida nos
aqueça o coração e nos traga em seu bojo o repouso do guerreiro e o sono dos
justos.
Mas não foi só o que pensei. Pensei que eras
a Justiça Divina, te vi negro como um zulu e elegante como a mulher masai;
pensei que eras a velha Mãe-África e a Antártida ainda por ser descoberta.
Imaginei fosses Netuno ou sereia encantada a dominar os mares, os rios, os
lagos, os igarapés, os paranás, os furos e os igarapés-mirins. Mas só pude te
conhecer quando senti na tua face poderosa, o imenso amor que tinhas para dar a
todos os que te descobriram. És luz, és verdade. Mas de um outro tipo. És luz
que não faz sombras. És amor, és dor, és humildade e piedade acrescida de doses
imensas de generosidade. És o Inominado, o que não tem nome, e se o tiver, não
pode ser escrito ou pronunciado. És a revolução na vida dos que Te
encontram. És Pai, Mãe e Irmão. És amigo
e consolador dos aflitos, dos que gemem sob a miséria do abandono terrestre. És
a cura, o vencedor da Morte e soberano de tudo o que há, pois és D’us Todo-Poderoso,
Criador do Céu e da Terra, capaz de sacrificar o próprio e único Filho por amor
a nosotros. Contigo perdi o medo,
encontrei a coragem, deixei de temer a Morte, pois sei, a sorte está comigo se
me amparas como mãe que, poderosa, ampara o filho querido.
Furacão dos mares, tufão da vida, ciclone de
amor, nunca mais me deixes tão só, como sozinho percorri a estrada da vida,
quando vagava, perdido, no Vale da Sombra da Morte, de onde saí para nunca mais
voltar”.