Descobri que eu, que sempre me orgulhei de ser o mais amapaense dos paraenses, pois, muito embora tenha chegado a Macapá ao amanhecer de uma linda manhã de março do distante Ano da Graça de de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1959 e tenha me tornado Cidadão Macapaense pela vontade da Câmara de Vereadores de Macapá, e Cidadão Amapaense, título que me foi concedido pela Assembleia Legislativa do Estado do Amapá, o que muito me honra, tomo cons-ciência, horrorizado, que tudo o que sei sobre a minha terra é pouco, muito pouco. Aliás, como a maioria de nós.
E o grande culpado dessa descoberta é o meu querido amigo Edgar Rodrigues, historiador amapaense ao qual não fizemos a justiça devida, pelo enorme conhe-cimento que possui da Terra dos Tucujus
De tal modo é que, pesquisando os escritos do já citado Edgar Rodrigues, descobri por exemplo, que na língua tupi, o nome Amapá significa “O Lugar da Chuva”. Descobri também, que o termo veio de Ama (Chuva) Paba (Lugar, estância, morada), significando, portanto, Lugar da Chuva. Esta novidade é citada também por José Sarney e Pedro Costa em que afirmam que Amapá é a Terra onde o Brasil começa, A tradição diz, no entanto, que o nome teria vindo do nheengatu, uma espécie de dialeto tupi jesuítico, que significa Terra que Acaba, ou seja: ilha.
O topônimo também reporta à árvore Amapá, da família das Apocináceas (Parahancornia amapá hub Ducke), muito comum no Pará e Amapá. Seu leite é usado na farmacopéia regional e é um grande fortificante, servindo para levantar as forças e estimular o apetite. Seu fruto, da grossura de uma maçã, roxo-escuro, contém um suco leitoso e pegajoso na pele; a polpa é doce e saborosa. Amadurece no mês de março. A madeira é branca, aproveitável em oficinas de marcenaria.
Por enquanto, vamos ficar apenas no significado desse belo nome que mora no coração de todos nós, tucujus, independentemente do lugar onde estejamos. A próposito, quem eram mesmo os tucujus? Em breve voltaremos ao assunto. Material para estudo e conhecimento, com certeza não nos faltam.
