segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

UMA GRANDE HONRA

UMA GRANDE HONRA

O dia 22 de Janeiro de 2010 ficará gravado em letras de ouro na história da minha vida, porque foi nesse dia maravilhoso que, a convite de meus amigos Pierre e Alberto Alcolumbre, tive o privilégio de participar de um culto judeu realizado na Sinagoga de Macapá, instalada na antiga casa do grande amapaense e meu querido amigo Moisés Zagury, que Adonai o tenha em lugar especial por suas muitas virtudes.
Confesso que, não merecedor de tão grande honra, senti meu ego quase explodir de tanto orgulho, eu um gói (ainda que presumidamente de origem marrana) sou apenas um caboclo amazônida, orgulhoso de sê-lo.
E fiquei pensando o que a generosidade pode fazer. Por causa do honroso convite que me foi oferecido por Alberto e Pierre, duas pessoas que estão no meu coração para sempre, participei da cerimônia religiosa do povo hebreu, a oração do Sabbath e confesso que há muitos, muitos anos não sentia tanta paz como naquele momento em que o rabino EL MESCANY lia as orações que há milênios fazem parte do cerimonial religioso judeu. Mas, devo confessar que não senti apenas paz. Senti uma enorme felicidade e uma honra tão grandes, que por um momento pensei não suportar tanta emoção. A verdade é que, muito embora, muitas vezes tenha duvidado da real existência de Elohim, o Deus de Abraão me mostrou, finalmente, que a felicidade existe e que ela está ao nosso alcance. Basta que a busquemos com os olhos do coração. Tal qual a sabedoria, ela está nos pórticos de entrada das cidades, assim como nos pórticos de toda e qualquer casa, casebre, choupana ou palácio, pedindo para entrar e vivificar o coração dos que sofrem, ou precisam aprender um pouco mais do que existe em todo o Universo. E Adonai só quer isso: que sejamos sábios e felizes.
A sabedoria, a cultura e a fé hebréia são tão vastas, que ainda que a estudássemos por mil anos, ainda assim não a dominaríamos totalmente. E eu, apenas um escriba tucuju, ali, no meio de um grupo de pessoas que só queriam agradecer a Javeh, o muito que recebem e que recebemos todos, ainda que, muitas vezes não nos apercebamos disso, pois olhamos com demasiada insistência o que nos falta, e não o muito que já temos.
Eu, como já disse, um gói (não judeu) naquele lugar sagrado, com direito a quipá e Sefer , tentando compreender no meu iniciante “alef beit” (א ב), a leitura da Torah (A Lei). E pensei: “Meu Senhor Jeovah, como é possível tanta sabedoria e beleza”?
Não me lembro de haver sentido tanto bem estar em qualquer outro templo, dos muitos que conheci na busca de respostas para a minha alma atormentada como naquele momento único. E juro não estar exagerando, senti-me quase levitar de tanto orgulho, honra e felicidade.
Tenho consciência que nunca poderei agradecer aquele presente, aos meus dois amigos hebreus. Por isso, shabat((rque a cerimônia foi realizada no início do sábado, só posso humildemente dizer:ח ו ד ח (ToDaH RABA), Pierre e Alberto. E porque era sábado, Sabbath Shalom.