segunda-feira, 2 de maio de 2011

DA ARTE DE GOVERNAR

Sempre houve quem julgasse prudente omitir-se do exercício da política, ou por falta de vocação, ou por considerar essa atividade a mãe de todos os males, ou ainda por simples omissão. Na verdade, esse comportamento é um erro, na medida em que toda e qualquer atividade humana no seio social é política.

No caso específico da política brasileira, particularmente no Amapá, não temos sido abençoados com a subida ao trono, de príncipes que estejam rea-lmente preparados para a arte de governar. E isso se torna mais claro, quando se estuda, um pouco que seja, o que disse, escreveu e viveu o pensador político Nicolau Maquiavel.
Ainda que muitas vezes pouco ou nada compreendido, Maquiavel, autor de O Príncipe, é o verdadeiro príncipe dessa atividade tão difícil, que muitos almejam, mas que bem poucos exercitam de maneira sábia.
Quem não conhece um mínimo de história, sempre terá dificuldades de exercer a política com pleno êxito. Não se deve esquecer que, muitas vezes a história se repete como farsa, daí sua importância nesse contexto.
Ensinava Maquiavel, que o príncipe, ou seja, o go-vernante eleito pelo povo, deve ser, sempre, amigo dele. E isso só é possível, não dando-lhe mimos ou palavras de vã esperança, mas sim, atendendo suas necessidades, particularmente as mais prementes. E nada mais premente no Amapá que a solução de problemas básicos como saúde e segurança. Claro que educação é artigo de primeiríssima necessidade. Não à toa, Rui Barbosa já dizia no início do século passado, que tudo o que o Erário gastasse com educação ainda seria pouco. Mas, no caso atual, trata-se de questões de vida e morte no aqui e agora. A segurança pública, apesar dos esforços das corporações policiais, é de simples caos, na medida em que não parece haver objetivos e planos bem formulados e melhor executados, para tirar a bandidagem da circulação urbana. Assaltos violentos, homicídios, ameaças à integridade física das pessoas, sequestros quase diários, estupros, tráfico de todo tio de drogas, enfim, a lista de infrações é interminável. E das duas uma: ou agimos todos agora, ou a próxima vítima pode ser qualquer de nós. E independe de escalões ou quaisquer outros tipos de perfis. Ninguém, absolutamente ninguém está a salvo da sanha criminosa de bandidos de todos os naipes.
No quesito saúde, o sofrimento e a morte estão na ordem do dia da maioria da população. E não adianta apontar culpados. O que se exige é solução. Claro que solução imediata é inviável. Mas um simples primeiro passo efetivo e de resulados claros, límpidos, transpa-rentes, já seria um passo e tanto.
Não esquecer, porém, que na raiz de tudo está a impunidade de todo tipo de ato infracional. E, ou acabamos com a impunidade, ou ela acabará conosco. Cabe ao príncipe decidir qual o destino que nos resta.