terça-feira, 1 de setembro de 2009

A morte de um homem sério

A MORTE DE UM HOMEM SÉRIO


Tomei Conhecimento com muita tristeza, da morte de um dos homens mais sérios, mais éticos, mais trabalhador e mais honesto de quantos já conheci. E note-se que não foram poucos. Entre eles, sem demérito para os demais e para aqueles cuja memória me falte, posso citar o meu querido amigo e governador do Amapá, Waldez Góes, os desembargadores Dôglas Ramos, Honildo Amaral de Melo Castro, um poço de conhecimento jurídico; Gilberto Pinheiro, o mais caboclo de todos os caboclos tucujus “com muita honra, sim senhor”, como costuma dizer; Luiz Carlos Gomes dos Santos, um estudioso sobre tudo o que há, desde os tempos em que o conheci ainda colegial; Edinardo Rodrigues, um dos mais justos e generosos homens que compõem o Judiciário amapaense e brasileiro, além, claro, de todos os demais desembargadores que compõem o Tribunal de Justiça do Amapá. Também devo citar como exemplos de ética e honradez, outros nomes da terra que os tupis chamavam de O Lugar da Chuva, como o muito culto escritor e juiz de vasto conhecimento jurídico Rui Guilherme Vasconcellos de Souza Filho; a pérola em forma de juíza Dra. Sueli Pini; o grande e honrado advogado Ruben Bemerguy; o meu caríssimo amigo Moisés Zagury, enfim, são tantos que citá-los todos seria abusar da paciência de meus seis leitores.
Mas, perguntarão esses mesmos seis leitores, de quem é mesmo se fala neste texto? Falo do mui conhecido e respeitado Alfredo Oliveira o Cabo Alfredo, que chegou ao Amapá, no início da criação do Território Federal do Amapá, nos idos de 1943, sendo logo contratado pelo governador Janary Nunes.
Determinado e disciplinado, exerceu inúmeras atividades na então nova unidade da federação brasileira. Casado com dona Ione, foi professor de educação física, inspetor escolar, secretário da Prefeitura de Macapá, diretor da Escola Agrícola, prefeito dos municípios de Amapá e Mazagão, representante do Governo do Amapá no Rio de Janeiro, prefeito de Macapá e diretor do atual Iapen no governo de Anníbal Barcellos. Também formou-se em Direito, em Brasília. O último cargo que exerceu em toda uma vida de sucessos, foi a de gerente do projeto de transformação da Base Aérea do Amapá.
Cabo Alfredo também foi comandante do Campo de Concentração de prisioneiros do Eixo (alemães, italianos e japoneses) durante a Segunda Guerra Mundial. Após esse período, foi transferido para o Arquipélago de Fernando de Noronha, ficando à disposição do Exército norte-americano no patrulhamento do Atlântico Sul
Alfredo Oliveira significou respeito e seriedade por onde passou. Mas, como ressaltou o ex-governador do Amapá Jorge Nova da Costa, através de quem consegui as informações acima, e um dos mais próximos amigos desse grande homem, resta-nos o consolo de saber que o velho cabo está no lugar onde Deus abriga os justos e mansos de coração.

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