quarta-feira, 24 de novembro de 2010

FAÇA A SUA PARTE

Muito se tem falado da violência em todos os campos da sociedade brasileira. Violência, sabe-se, é um produto natural, na medida em que a própria vida é, por si só, um ato de violência. Apenas como exemplo, para que qualquer forma de vida viva, é necessário que uma outra forma de vida qualquer morra. É a cadeia alimentar sem a qual a própria vida não existiria. Mas, considerações filosóficas à parte, do que queremos realmente falar, não é sequer da violência que se institucionalizou há poucas décadas neste país, outrora um dos mais pacíficos do mundo. O quê fizemos das nossas próprias vida? O que fizemos e continuamos a fa-zer das vidas de nossos filhos e da vida dos filhos de nossos filhos? Como foi que permitimos que, nos últimos trinta anos, assassinássemos e fôssemos assassinados em número superior a um milhão de vidas humanas?
Que papel estamos representando na educação dos nossos jovens? Que papel representamos, realmente, nas nossas escolas? Alunos e professores, são aliados ou adversários? E qual o papel do educador social na prevenção da violência? A triste verdade é que não temos respostas para todas essas perguntas.
A violência protagonizada pelos jovens nas escolas é uma realidade inegável. A sociedade terá que se organizar e insurgir-se ativamente contra esse fenómeno, sob pena de desaparecermos, mergulhados num verdadeiro banho de sangue. Sabemos que, pelas mais diversas razões, a família, como a conhecíamos, destitui-se da sua função educativa.
E tanto isso é verdade que, será que poderíamos, todos, responder a algumas perguntas bem simples? Uma: Qual a última vez que você, pai, mãe ou chefe de família, fez uma refeição com seus filhos, inte-ressando-se pelo que eles fazem, participando mais ativamente da vida dele? Qual a última vez que sua família se reuniu e rezou unida, pedindo misericórdia ou proteção a Deus Todo-Poderoso? Qual a ultima vez que você foi à escola e perguntou a quantas andava o comportamento de seu filho?
Talvez a solução tenha seu princípio por aí porque, se continuarmos assistindo o triste espetáculo de alunos agredindo verbal ou fisicamente seus professores, sem que a punição exemplar venha a galope; se continuarmos assistindo, impassíveis, a agressão de estudantes contra estudantes; se continuarmos assistindo com deboche e um certo sorriso nos lábios, o quanto seu fi-lho é macho, então, lamentamos informar, nem o próprio Deus nos salvará, porque está escrito: “Faz da parte, que Eu te ajudarei.” E é isso que não estamos fazendo.

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