quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

ONDA DE CRIMES

A onda de crimes que parece ter descido sobre a humanidade, neste início de século XXI, faz com que os tolos pensem que está próximo o final dos tempos.
Na realidade não é assim. A maldade inata manifesta-se no homem desde o princípio dos tempos. No próprio Gênesis, o capítulo seis, a partir do versículo cinco, já fala da corrupção da humanidade. Diz assim: “O Senhor reconheceu que a maldade dos homens era grande na Terra, que todos os seus pensamentos e desejos tendiam sempre e unicamente para o mal”. O Senhor arrependeu-se de ter criado o homem sobre a Terra, e o seu coração sofreu amargamente. E o Senhor disse: “Eliminarei da face da Terra o homem que Eu criei, e juntamente com o homem, os animais domésticos, os répteis e as aves, pois estou arrependido de os ter feito”. Noé, porém achou graça aos olhos do Senhor. Assim está escrito no Livro dos Livros.
Pobre D’us. Não sabia Ele que, ao preservar Noé, estava preservando também, toda a maldade que há. Nessa passagem bíblica, o avanço da onda negra do crime é pintado com cores fortes e sombrias.
Depreende-se daí, que a corrupção é mais antiga do que supõe a nossa vã filosofia.
Quando Moisés desceu do monte Sinai com as Tábuas da Lei, o que viu foi um povo que preferiu construir para si um ídolo de ouro e o adorar. Num certo sentido, continuamos adorando o bezerro de ouro. É em nome dele que praticamos a série de crimes, hediondos ou não, na ânsia de ganhar um pouco mais. Preferentemente, muito mais.
E então o gene da corrupção apossa-se de nós, e a consequência é uma postura equivocada, diante da qual, o mundo só faz sentido se tivermos mais e mais poder e riquezas. E para que juntamos tanto, se o preço é perder o próprio sentido da vida? Mata-se mais e mais. E para quê? Qual o grande lucro, se a paz é perdida, se a incapacidade de olhar nos próprios olhos, faz com que baixemos os olhos diante do espelho, porque diante dele não está um homem na essência da palavra, mas tão somente um animal sequioso do lucro fácil e a qualquer preço, o que não deixa de ser incongruente?
É nesses momentos, quando reflito sobre a condição humana, que lamento ter nascido. E a minha revolta, advém exatamente do fato de ter o pleno conhecimento de que vivemos num mundo, onde um homem honesto é tratado como se o errado fosse ele. É a mais completa inversão de valores que domina a sociedade, onde autores de crimes hediondos são beneficiados com redução de 50% da pena; onde bandidos são os senhores das ruas, enquanto vivemos presos nas nossas casas gradeadas; onde a desonrosa prática de receber propinas tornou-se indispensável, até mesmo a homens que não nasceram para ser desonestos.
Não parecemos nos aperceber que é chegada a hora de salvarmos esta terra que já foi tratada como a nossa pátria querida, e da qual hoje nos envergonhamos, como se não fôssemos culpados por esse lamentável estado de coisas.














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