Muitos foram os que lutaram pela prova da inocência de Dreyfus, como seu irmão MathieuDreyfus, o advogado Edgard Demange e até mesmo o Primeiro-Ministro Clemanceau, porém, o mais importante de todos, foi o escritor Émile Zola, que publicou seu manifesto J’Accuse, no jornal L’Aurore, edição de 13 de Janeiro de 1898, sob a forma de uma carta ao Presidente Félix Faure.
Poucos sabem, também, que no dia seguinte à execução da sentença de degradação de Dreyfus, o grande causídico brasileiro Rui Barbosa, escreveu de seu exílio em Londres “Que faculdade sobre humana deu àquele homem energia suficiente bastante para sobreviver às emoções incomportáveis dessa provação. Narram as testemunhas atentas ao suplício, que o executado não empalideceu nunca. Os passos não lhe vacilaram. Não lhe tremeu a voz. A cabeça esteve-lhe sempre ereta. E ainda que apupado pela multidão, por seus colegas de farda, execrado por todos e vítima do preconceito francês e europeu contra os semitas, pois já naquela época, eram dados os primeiros passos do holocausto judeu nas mãos dos alemães, durante a Segunda Guerra Mundial, quando foram mortos mais de seis milhões dos descendentes de Sem, nos campos de concentração da Alemanha, Rússia, Polônia, Áustria, Tchecoslováquia e ou-tros países, tanto da Europa Central, quanto da Europa Oriental. Até mesmo em algumas nações da Europa Ocidental, os judeus foram - e ainda são - vítimas de discrimnação.
Eu tambem, mesmo a milhas de distância da competência e valor de Émile Zola, acuso a classe política brasileira, seja a que atua no Legislativo quanto no Executivo e até mesmo alguns integrantes do outrora sacrossanto Judiciário brasileiro, salvo as exceções que sempre as há, de não terem a postura de um Capitão Dreyfus; de não poderem andar de cabeça erguida, de não poderem bradar como bradou o Capitão Alfred Dreyfus: “Sou inocente. Viva a França”. Quero vê-los, senhores donos do poder, bradar também, de cabeça erguida, no meio deste festival de escândalos que assola toda a República Brasileira: “Somos inocentes. Viva o Brasil.” Mas esse, infelizmente, é um brado que jamais ouviremos, porque somos todos culpados. Eles, por serem o que são. Nós, porque os elegemos e reelegemos desde sempre.
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