sábado, 29 de maio de 2010

SÓCRATES, ESSE DESCONHECIDO

sempre que alguém fala em Sócrates, filósofo grego nascido em 470 ou 469 a. C., em Atenas, bem à lembrança a frase atribuída a ele, um dos maiores sábios de todos os tempos, talvez maior, até mesmo, que o bíblico Salomão, de que "tudo o que sei, é que nada sei". Quanto ao resto, nada, absolutamente nada.
Filho de um escultor e de uma parteira, aprendeu a profissão do pai, mas jamais se inte-ressou pelo ofício. Optou pela meditação e ao ensino filosófico. Sem recompensa alguma, esclareça-se, muito embora fosse muito pobre. Exerceu alguns cargos políticos e foi sempre um modelo irrepreensível de bom cidadão. Comba-teu a Potideia, ocasião em que salvou a vida de Alcebíades e em Delium, onde carregou nos ombros a Xenofonte, gravemente ferido.
Sua esposa, Xantipa, estava longe de ser a mulher ideal, mas ele, também, não foi exatamente o modelo de marido ideal, ocupado que vivia com outros cuidados que não os domésticos.
Sócrates foi valoroso soldado e rígido ma-gistrado. Entretanto a vida pública e a política eram contrários ao seu temperamento crítico e seu reto juízo. Julgava que devia servir a pátria conforme suas atitudes, vivendo justamente e formando cidadãos sábios, honestos, temperados.
A feição austera de seu caráter, a sua atitude crítica, irônica e a consequente educação por ele ministrada, criaram descontentamento geral, hostilidade popular, inimizades pessoais, apesar de sua probidade. Esse estado de ânimo hostil a Sócrates concretizou-se e tomou forma jurídica, na acusação movida contra ele por Mileto, Anito e Licon: de corromper a mocidade e negar os deuses da pátria introduzindo outros. Sócrates recusou defender-se diante dos juízes e da justiça humana, humilhando-se e desculpando-se e preferiu a morte.
Tendo que esperar mais de um mês a morte no cárcere, o discípulo Criton preparou e propôs a fuga ao Mestre. Sócrates, porém, recusou, declarando não querer absolutamente de-sobedecer às leis da pátria. Preparando-se espi-ritualmente para a morte, tornou-se famoso o diálogo sobre a imortalidade da alma - que se teria realizado pouco antes da morte e foi descrito por Platão no Fédon com arte incomparável. Suas últimas palavras dirigidas aos discípulos, depois de ter sorvido tranquilamente a cicuta, foram: "Devemos um galo a Esculápio". É que o deus da medicina tinha-o livrado do mal da vida com o dom da morte. Morreu Sócrates em 399 a.C. com 71 anos de idade.

Um comentário:

  1. socrates, mesmo que não quisesse, tornou um exemplo de compromisso com a verdade e um referencial de cidadania, pois na morte, preferiu seguir os preceitos da legalidade. o que dificilmente alguém, em nossa época, se importaria tanto com a verdade, pois o "jeitinho", que é um pecado a la brasileirinho, não funcionaria para nós.
    mas cremos, que ao justo, a verdade é maior

    brito

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