sexta-feira, 25 de junho de 2010

SOBRE A VIOLÊNCIA

Segundo o Ministério da Justiça, o Brasil chegou ao final de 2008, com o  inacreditá-vel número de um milhão de homicídios praticados desde 1978, ou seja, um milhão de pessoas foram assassinadas sobre o solo da pátria amada nada gentil. O número é comparável ao da guerra civil que assolou a Angola durante 27 anos. Ou seja, esmiuçando-se esses números, descobre-se que, na média, mata-se mais de 33 mil pessoas a cada ano ou pouco mais de 90 seres humanos todos os dias. Mas não se pense que esse é o único sangue derramado nas ruas, avenidas e campos do Brasil: há os feridos a facadas, tiros porretadas e pauladas, além de outro tanto de vítimas causadas por motoristas embriagados, imprudentes ou sem a formação adequada para conduzir um veículo auto motor.  
   Dizer que a culpa de tanto sangue derramado é da chamada desigualdade social, é apenas mais uma desculpa sem nenhuma base sólida. Fosse isso verdade, e não teríamos uma quantidade cada vez mais crescente de jovens de classe media alta cometendo os mais violentos crimes todos os dias e se tornando transgressores das regras sociais, sendo manchete nas páginas de jornais de todo o país. E a pergunta que se faz necessária é: Se esses jovens, geralmente com formação superior nunca sofreram privações, sempre tiveram de tudo e não viveram em ambientes violentos, por que cometem tantos delitos?
Violência, segundo a definição clássica,  é um comportamento que causa dano a outra pessoa, ser vivo ou objeto. Nega-se autonomia, integridade física ou psicológica e mesmo a vida de outro. É o uso excessivo de força, além do necessário ou esperado, é a aplicação de força, vigor, contra qualquer coisa ou ente.
As estatísticas mostram que a cada 7 horas uma pessoa é vítima de acidente com arma de fogo no Brasil;
- um cidadão armado tem 57% mais chance de ser assassinado do que os que andam desarmados;
- as armas de fogo provocam um custo ao SUS de mais de 200 milhões de reais;
- no Brasil, por ano, morrem cerca de 25 mil pessoas vítimas do trânsito e 45 mil morrem de armas de fogo;
- em São Paulo, quase 60% dos homicídios são cometidos por pessoas sem histórico criminal e por motivos fúteis.
Existem os mais diversos tipos de violência, que vão desde  a violência física até a violência nos esportes, passando pela psicológica, política, cultural, verbal, contra a mulher, contra a criança e o adolescente e até mesmo o velho, além da violência que se vê na literatura, cinema e televisão. É o culto à violência, e não a paz.
As estatísticas também mostram que os homens são mais violentos em praticamente todas as culturas; homens matam homens de 20 a 40 vezes mais que mulheres matam mulheres, especialmente homens jovens entre 15 e 30 anos de idade.
E pensar que esse horror que destrói, mata, fere, faz sofrer, deixa marcas indeléveis nos que sobrevivem à violência, só acontece porque não aprendemos, ainda a mensagem que um homem extraordinário nos deixou há 2000 anos e que dizia: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei". E a pergunta final é: aprenderemos algum dia?

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