quarta-feira, 25 de novembro de 2009

QUAL O VERDADEIRO LULA?


Parece destino. Toda vez que penso saber alguma coisa, lá vem o destino, esse professor da vida, mostrar-me com seu enorme dedo indicador que tudo o que eu sabia era falso. Ou seja, vive a me ensinar que tudo o que sei, é que não sei absolutamente nada. Não que seja eu um Sócrates. Como pode alguém, particularmente eu, um simples contador de histórias mal contadas, supor que possa sequer ser a sombra do inigualável, inescedível e incomparável filósofo grego?
Mas, o que eu queria dizer era que, por um momento, pensei saber quem é o senhor Lula da Silva, esse fantástico deficiente cultural que nos governa. E creio, também, que não só eu, mas muitos brasileiros espalhados pela aí, também pensam saber de quem falam, quando se referem a esse desastre em forma de presidente.
De tal forma é que, até hoje, acreditei que Lula era aquele político típico, capaz de dar bom dia a poste em troca de voto. Ledo e Ivo engano, como diria Jarbas Passarinho. Sempre acreditei, também, no âmago do meu ser, que ele era da turma do Silvio Santos, aquela do “Topa tudo por dinheiro”, digo, “Topa tudo pelo poder”. Outro erro. Meu, evidentemente. Mais ainda: todos sabemos que Lula tem um solene medo e desprezo por jornalistas, imprensa e qualquer letra que esteja impressa num pedaço de papel.
Tudo errado. Nem sempre foi assim. Quem se der ao trabalho de pesquisar sobre quem e como era o Lula de quase 25 anos atrás, descobrirá um outro homem, uma outra pessoa que nada tem a ver com o atual, que nos preside, governa e manda. Esse Lula d’antanho é outra pessoa, quase uma curiosidade arqueológica. Aquele, dizia que não pretendia exercer nenhum cargo político e que o máximo que almejava, já o tinha conseguido: ser presidente do Sindicato dos Trabalhadores era o máximo para ele. O Lula Metalúrgico como era chamado pela imprensa, resistia às pressões que sofria para se filiar a algum partido político. O Lula Metalúrgico pichava gente da antiga Arena (Aliança Renovadora Nacional) e do MDB (Movimento Democrático Brasileiro), dispensava a ajuda de estudantes que se ofereciam para distribuir panfletos a operários, acabrunhava-se com a intromissão de intelectuais na atuação do sindicato, fazia restrições à ação das pastorais operárias da Igreja Católica e esculachava contra a chamada “grande imprensa”, muito embora perambulasse pelas redações de jornais à procura de alguém que falasse alguma coisa sobre ele. Nota-se, hoje, que o “Sapo Barbudo”, apelido que ganharia dez anos depois de Leonel Brizola, era outra pessoa. Quando perguntado pelo jornalista Geneton Moraes Neto sobre se ele se considerava o primeiro líder político surgido fora do âmbito parlamentar, á época, sua resposta foi um primor. O hoje presidente eleito e reeleito que sonha com um terceiro mandato, muito embora o negue, seguindo a arte da dissimulação na qual Tancredo Neves era um especialista, respondeu: “Nem me considero uma liderança. Eu me considero um elemento que conseguiu captar os desejos de uma classe. Tentei levar os interesses dessa classe adiante e transformá-los numa bandeira de luta. Maravilha de modéstia, diante de um Lula que recentemente teve a ousadia de se comparar ao próprio Cristo.
Mas o inacreditável, é que o atual Lula, esse homem que se diz de esquerda e que vive namorando explicitamente, comunistas, socialistas e outros que tais, é o mesmo que dizia há mais de duas décadas, que não se entusiasmava com nenhum partido político, sequer com o PC (Partido comunista), porque ele, o PC, “sucumbiu da mesma forma que nasceu. Quer dizer, nasceu e morreu. Não foi obra dos trabalhadores. Veio de cima para baixo, um negócio imposto à classe trabalhadora.” Mais adiante, complementa: “Alguns partidos que se diziam representantes da classe trabalhadora como o PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), o PC e o próprio Partido Socialista nunca foram legitimamente representantes dos trabalhadores, porque não nasceram da classe trabalhadora. Foram impostos à classe.” E não só isso, ao ser perguntado sobre quais seus planos na política, deu a singela resposta: “Não sei, não pensei, ainda.” Inacreditável.
Derrotado uma vez por Fernando Collor de Mello e duas vezes por Fernando Henrique Cardoso, dizer que não tinha nenhum plano ou vocação política, disputar e perder três vezes uma eleição presidência antes de se eleger, reeleger e pensar num terceiro mandato, realmente é dar dó a quem acreditou que ele, de verdade, jamais almejou o poder. E posso até estar errado, mas creio profundamente, que ele não quer apenas o poder, mas sim o poder absoluto. Quem viver, verá.
E a pergunta que fica no ar e que ninguém responde é: quem, de verdade, é o senhor Lula? O Lula Metalúrgico, O Lula da Silva, o Magnífico, ou o Lula Não Sei de Nada da Silva? Quem souber que responda. Eu, de minha parte, não que seja um Lula, só sei que, como disse antes, que não sei absolutamente nada. Tenho dito. E escrito.

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